O
juiz federal Sérgio Moro condenou nesta segunda-feira, 14, o ex-tesoureiro do
PT Paulo Ferreira, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o
ex-presidente da construtora OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como
Léo Pinheiro, pelos crimes de corrupção passiva e ativa, respectivamente, na
Operação Abismo, 31ª fase da Lava Jato.
Outras
dez pessoas também foram condenadas por envolvimento em um esquema que
movimentou R$ 20 milhões em propinas ligadas à licitação para a ampliação do
Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de
Mello), da Petrobras, no Rio de Janeiro. As obras custaram mais de R$ 1 bilhão.
Erasto
Messias da Silva Júnior foi absolvido de todas imputações e Edison Freire
Coutinho e Agenor Franklin Magalhães Medeiros foram absolvidos do crime de
lavagem de dinheiro.
A
Operação Abismo, deflagrada em julho de 2016, investiga crimes de organização
criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro por
meio de contratos da Petrobras.
O
Ministério Público Federal e a Polícia Federal (PF) afirmam que o Consórcio
Novo Cenpes pagou R$ 39 milhões em propina para conseguir um contrato na
Petrobras entre 2007 e 2012.
O
consórcio era composto pela OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia,
Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia. OAS e Shahin Engenharia já
eram investigadas pela Lava Jato.
No
despacho, Moro destacou que a prática do crime de corrupção que incide sobre
Renato Duque e Léo Pinheiro envolveu o pagamento de R$ 20.658.100,76. "Um
valor muito expressivo a executivos da Petrobras e a agentes políticos",
disse.
A
maioria dos réus condenados recebeu benefícios para o cumprimento da pena por
ter colaborado com o processo, como no caso de Léo Pinheiro e Renato Duque, ou
por ter assinado acordo de delação premiada, como aconteceu com a maioria dos
executivos das construtoras.
As
exceções ficam por conta de Paulo Ferreira, condenado a 9 anos e 10 meses de
prisão, Genésio Schiavinato Júnior, ex-executivo da Construbase, sentenciado a
12 anos e 8 meses de prisão, e Roberto Capobianco, ex-executivo da Construcap,
cuja pena chegou a 12 anos. (ABr)
Terça-feira,
15 de maio, 2018 ás 00:05
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