O
procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava
Jato, anunciou sexta-feira (18/5) que será lançada em junho uma nova campanha
contra a corrupção, elaborada pela organização Transparência Internacional e
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com Dallagnol, o novo pacote terá
mais de 70 propostas atacando a corrupção em 12 diferentes frentes.
"Dentre
estas propostas estará a desburocratização, algo que é bom ao ambiente
empresarial e ao combate à corrupção porque na burocracia se cria dificuldades
para vender facilidades", disse o procurador da República durante uma
palestra a empresários no litoral paulista.
Dallagnol
solicitou apoio da plateia para apoiar a nova campanha, destacando que o novo
pacote também apresentará como sugestão a inserção na grade curricular da
educação básica de uma disciplina tratando do tema de combate à corrupção e
controle social das coisas públicas.
"Também
vamos apresentar a ideia da democracia partidária, para que não exista apenas o
cacique que decida quem vai concorrer e quanto vai para cada campanha, mas para
que exista democracia partidária e facilitando a renovação política."
O
procurador também destacou que o novo pacote vai propor a redução do alcance do
foro privilegiado que, segundo ele, atualmente beneficia 55 mil pessoas e
passaria a atingir somente 15 pessoas. "Ainda vamos propor a
criminalização do enriquecimento ilícito dos funcionários públicos, acabando
com a aposentadoria remunerada ao magistrado que se envolve com corrupção",
disse Dallagnol.
Ministros do STF
Sem
mencionar detalhes, o procurador afirmou que o novo pacote de medidas também
vai propor alteração nas nomeações dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) e dos Tribunais de Contas. Atualmente, os ministros são escolhidos pelo
presidente da República e as indicações apreciadas pelo Senado.
"A
Lei da Ficha Limpa também deve valer para todos os servidores públicos, e não
somente para os políticos. E a licitação de grandes obras, acima de R$ 30
milhões, passam a exigir das empresas programas de integridades efetivos",
destacou Dallagnol. (ABr)
Sábado,
19 de maio, 2018 ás 00:05
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