Nos governos dos ex-presidentes Lula da Silva
e Dilma Rousseff, ambos do PT, suas luas vermelhas, supostamente capitaneados
pelo jornalista Franklin Martins, tentaram aprovar medidas autoritárias para
controlar tanto o Ministério Público quanto a Imprensa. Não conseguiram. Por
dois motivos. Primeiro, porque a sociedade reagiu, mostrando-se atenta àquilo
que que parecia “pequeno”, mas, se adotado, seria o início de um governo
autoritário. Segundo, ante a pressão da sociedade, as duas gestões petistas
recuaram — o que sinaliza, de alguma maneira, espírito democrático.
Agora,
condenado pela Justiça Federal num dos processos da Operação Lava Jato, Lula da
Silva, certamente “perdendo” a cabeça e não acatando mais a orientação de
advogados, disse que, se for eleito presidente na disputa de 2018, pretende
regular a Imprensa. O petista está deixando de se ver como um indivíduo,
sujeito às leis como quaisquer outros cidadãos, para se apresentar como uma
verdadeira instituição do país — portanto, intocável. Noutras palavras, ao
sugerir que vai “controlar” a Imprensa, o ex-presidente está sugerindo o que
irá fazer, se eleito, para se “proteger” das críticas.
No
sábado (12/08), no Rio de Janeiro, Lula da Silva disse, irado, falando na
terceira pessoa (como se fosse uma instituição, como o Legislativo, o
Judiciário e o Executivo): “Não vejo mais TV e nem os jornais porque todo dia é
uma desgraceira contra o Lula. Querem criar animosidade e que a sociedade
esqueça que Lula existiu. Que um metalúrgico sem diploma pode fazer mais que
muito doutor. Não tenho orgulho de não ter diploma, mas tenho diploma de
conhecer o coração do povo”. Nada disse da “desgraceira” contra o povo
promovida, de maneira sistêmica, por vários políticos, como o próprio petista.
Lula
da Silva, em tom de ameaça — bravatas, diria Sigmund Freud, não são meras
bravatas —, frisou que, se eleito presidente, vai trabalhar para submeter a
imprensa. “Quero ver o William Bonner pedindo desculpas ao presidente Lula”,
disse o petista. O ataque não é apenas à TV Globo, mas a Imprensa em geral.
Trata-se de um ataque à liberdade.
Dificilmente,
dados aos processos judiciais, Lula da Silva será candidato a presidente.
Entretanto, se for e se for eleito, não terá como fazer o que disse. Por um
simples motivo: o Brasil é uma democracia e, portanto, as leis e as
instituições são respeitadas.
Uma
coisa é certa: está passando da hora de Lula da Silva pedir desculpas ao povo
brasileiro. (Jornal Opção)
Terça,
15 de agosto, 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário