Para tentar dar respostas ao
agravamento da crise política, o presidente Michel Temer passou a consultar com
mais frequência aliados que, antes, mesmo fazendo parte do governo, tinham
menos “protagonismo”. Temer tem feito, pelas manhãs, uma espécie de reunião de
coordenação política com seus novos “conselheiros”.
Fazem parte do grupo os ministros
Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete
de Segurança Institucional). Os três, juntamente com os ministros Moreira
Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) – os mais próximos de
Temer – têm ajudado a definir as estratégias e ações do Palácio do Planalto.
De fora do governo, o presidente
conta, diariamente, com a ajuda do criminalista Antônio Claudio Mariz de
Oliveira, advogado e amigo. Mariz, que chegou a ser convidado para assumir
cargo no governo, vem exercendo papel crucial nas estratégias de Temer e é
responsável pela defesa no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF)
contra o peemedebista.
Ao lado de Mariz, mas sem a mesma
interlocução direta com o presidente, está o advogado Gustavo Guedes, escalado
pelo Planalto para atribuir ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
uma tentativa de influenciar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Núcleo jurídico
A chegada de Torquato Jardim à
Justiça reforçou o time de “advogados de Temer”. Ainda nesse núcleo jurídico
tem ganhado espaço no gabinete do presidente o subchefe de assuntos jurídicos
da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que despacha várias vezes por dia com
Temer.
A formação de um novo “núcleo
duro” coincide com baixas importantes do entorno de Temer. Após perder o então
assessor José Yunes no fim do ano passado, citado em delação da Odebrecht, o
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), também ex-assessor do presidente,
foi preso no sábado, implicado na delação da JBS. Tadeu Filippelli, alvo de
operação que apura fraudes no estádio Mané Garrincha, foi exonerado do cargo no
Planalto.
Em março, Loures já tinha deixado
a assessoria especial de Temer para assumir a vaga de Osmar Serraglio (PMDB-PR)
na Câmara, nomeado naquele momento para a Justiça, cargo que perdeu para
Torquato. Loures, considerado homem de confiança de Temer, se apresentava no
Congresso como os “olhos do presidente nas votações”. Ele foi flagrado, em ação
controlada da Polícia Federal sobre executivos da JBS, carregando uma mala de
dinheiro.
‘Analistas’
A ineficiência de Serraglio na
Justiça fez com que o presidente recorresse a Jungmann e Etchegoyen,
considerados “bons analistas”. Etchegoyen, no fim de semana retrasado, foi
convocado por Temer para duas reuniões no Jaburu. Jungmann foi escalado para
responder aos atos realizados em Brasília contra o governo que terminaram em
confronto entre policiais e manifestantes.
O ministro da Secretaria de Governo,
Antonio Imbassahy, chegou sob desconfiança, mas, agora, a avaliação é de que o
tucano “é baiano silencioso, mas que tem entregado resultado”. (AE)
Terça-feira, 6 de Junho, 2017 as 13hs30
Nenhum comentário:
Postar um comentário