A
Lava Jato é operação que mais prendeu no país desde 2013. O primeiro lugar
nesse ranking foi garantido com 179 prisões - 72 preventivas, 101 temporárias e
seis flagrantes. Os delitos financeiros investigados no esquema foram os que
mais mandaram suspeitos para cadeia (113 vezes), seguidos pelos desvios de
verbas públicas (63) e pelos crimes fazendários (3).
“É
comum isso acontecer em operações”, disse o procurador da República Rodrigo De
Grandis. De 2013 a 31 de março deste ano, a PF registrou 1.426 prisões em 359
operações por desvios de verbas públicas - no geral, foram 11.197 prisões em
2.325 operações. Nas detenções por suspeita de corrupção, foram 869 prisões
preventivas, 569 temporárias e 93 flagrantes.
Para
o cientista político Marcus Melo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),
o aumento das prisões por corrupção revela uma tendência não apenas brasileira.
“É um fenômeno internacional”, disse, citando livro do pesquisador sueco Bo
Rothstein. Segundo ele, alguns “atores” do universo da corrupção ainda não
perceberam que as regras do jogo mudaram. “A partida passou de basquete para
futebol, mas eles continuam jogando com a mão”, afirmou.
‘Mar de lama’
A
análise da distribuição das prisões por Estados mostra que Minas lidera as
prisões por desvio de verbas (209 casos, seguido pelo Paraná - 176). Só as nove
fases da Operação Mar de Lama, sobre fraudes e corrupção em Governador
Valadares, no Vale do Rio Doce, provocaram 30 prisões preventivas e 12
temporárias, levando para a cadeia 7 dos 21 vereadores.
A
vereadora Rosemary Mafra (PCdoB) era suplente de um dos vereadores presos em
maio de 2016 e obteve na Justiça o direito de tomar posse. “A Câmara ficou um
tempo acéfala e paralisada”, contou Rosemary, que se reelegeu. O impacto da
operação foi gigantesco. Administrada então pelo PT, a cidade votou maciçamente
em 2016 na oposição, elegendo prefeito o candidato do PSDB, André Merlo, com
83% dos votos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (AE)
Segunda-feira,
26de junho, 2017 ás 9hs00
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