Liberdade de expressĆ£o

“Ɖ fĆ”cil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressĆ£o”. Marechal Manoel LuĆ­s OsĆ³rio, MarquĆŖs do Erval -15 de abril de 1866

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18 agosto, 2016

JULGAMENTO DO IMPEACHMENT COMEƇA NO DIA 25 E DILMA SE DEFENDE NO DIA 29



ApĆ³s duas horas reunido com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e lĆ­deres dos partidos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, definiu o rito do julgamento final da presidenta afastada, Dilma Rousseff, que serĆ” presidido por ele.

Pelo calendĆ”rio, o julgamento terĆ” inĆ­cio na quinta-feira, 25 de agosto, Ć s 9h e, segundo estima o ministro, deve durar no mĆ­nimo quatro dias. Os dois primeiros dias serĆ£o dedicados Ć  apresentaĆ§Ć£o de questƵes de ordem e Ć  oitiva das oito testemunhas arroladas. A acusaĆ§Ć£o, que abriu mĆ£o de quatro nomes, vai apresentar apenas duas testemunhas, enquanto a defesa manteve as seis a que tem direito.

Fim de semana

Um dos pontos mais polĆŖmicos na definiĆ§Ć£o do rito do julgamento foi em relaĆ§Ć£o Ć  realizaĆ§Ć£o de sessƵes no fim de semana. Pressionado pelo grupo aliado ao presidente interino Michel Temer, que insistiu que os trabalhos continuassem no sĆ”bado e no domingo, Lewandowski que nĆ£o queria sessƵes no fim de semana, fez uma concessĆ£o. Decidiu que, se for preciso, a fase de oitiva de todas testemunhas poderĆ” se estender atĆ© a madrugada de sĆ”bado.

O acordo para suspender a sessĆ£o apĆ³s a oitiva das testemunhas e a expectativa de que isso ocorra na madrugada de sĆ”bado, no entanto, trouxe preocupaĆ§Ć£o aos senadores da base de Dilma. Para Lindbergh Farias (PT-RJ) nĆ£o vai dar tempo de ouvir todas as testemunhas dentro do prazo estimado por Lewandowski e o julgamento deverĆ” ocupar tambĆ©m o fim de semana.

“NĆ³s fizemos uma conta e se 40 senadores perguntarem a cada testemunha, esses 40 senadores significam oito horas e meia [para cada testemunha]”, disse, contrariado. “NĆ³s nĆ£o querĆ­amos que esse julgamento adentrasse o fim de semana. Do jeito que foi feito, tudo indica que vai adentrar sĆ”bado e talvez o domingo. HĆ” uma pressĆ£o do pessoal da base governista, argumentando uma viagem do Temer para a China. Ora, julgamento de uma presidente da RepĆŗblica nĆ£o pode ser assim”, afirmou.

O lĆ­der do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), tem a mesma percepĆ§Ć£o de que nĆ£o serĆ” possĆ­vel aos senadores concluĆ­rem a oitiva das testemunhas antes do fim de semana. “NĆ³s definimos o prazo final das testemunhas atĆ© a madrugada de domingo para segunda-feira. E na segunda a presidente terĆ” todo o espaƧo para iniciar aqui, Ć s 9 horas da manhĆ£, o seu pronunciamento e as respostas a todas as perguntas formuladas”, prevĆŖ. Para Caiado, o mais provĆ”vel Ć© que o julgamento termine entre a noite de terƧa-feira e a manhĆ£ de quarta (31).

Oitiva de Dilma

Esgotada essa etapa, na segunda-feira (29) os trabalhos jƔ seriam retomados com a oitiva da presidenta afastada Dilma Rousseff que, pela primeira vez, virƔ pessoalmente ao Senado se defender das acusaƧƵes de que teria cometido crime de responsabilidade. Dilma terƔ 30 minutos para fazer sua defesa mas, segundo Lewandowski, esse tempo poderƔ ser prorrogado pelo tempo que for necessƔrio.

A partir daĆ­, o presidente do STF, senadores, acusaĆ§Ć£o e defesa terĆ£o cinco minutos cada para fazer perguntas a Dilma. NĆ£o haverĆ” limite de tempo para resposta da petista.

Ao final da participaĆ§Ć£o da presidenta afastada, acusaĆ§Ć£o e defesa terĆ£o uma hora e meia para debater o processo. SerĆ£o permitidas ainda rĆ©plica e trĆ©plica de uma hora. Se a acusaĆ§Ć£o nĆ£o utilizar a rĆ©plica, nĆ£o haverĆ” tempo para a trĆ©plica da defesa.

A partir daĆ­ senadores inscritos tambĆ©m poderĆ£o discutir o processo. Cada parlamentar terĆ” dez minutos.

Na etapa seguinte, o presidente do Supremo lerĆ” um resumo do processo com as fundamentaƧƵes da acusaĆ§Ć£o e da defesa. Dois senadores favorĆ”veis ao impeachment de Dilma e dois contrĆ”rios terĆ£o cinco minutos cada para encaminhamento de votaĆ§Ć£o.

ApĆ³s o encaminhamento, Lewandowski farĆ” aos senadores a seguinte pergunta: "Cometeu a acusada, a senhora presidente da RepĆŗblica, Dilma Vanna Roussef, os crimes de responsabilidade correspondentes Ć  tomada de emprĆ©stimos junto Ć  instituiĆ§Ć£o financeira controlada pela UniĆ£o e Ć  abertura de crĆ©ditos sem autorizaĆ§Ć£o do Congresso Nacional, que lhes sĆ£o imputados e deve ser condenada Ć  perda do seu cargo, ficando, em consequĆŖncia, inabilitada para o exercĆ­cio de qualquer funĆ§Ć£o pĆŗblica pelo prazo oito anos?"

VotaĆ§Ć£o

A votaĆ§Ć£o serĆ” nominal, via painel eletrĆ“nico. Se pelo menos 54 dos 81 senadores votarem a favor do impeachment, Dilma serĆ” definitivamente afastada e ficarĆ” inelegĆ­vel por 8 anos a partir do fim de 2018, quando se encerraria o seu mandato. Caso esse mĆ­nimo de votos nĆ£o seja alcanƧado, o processo Ć© arquivado e a petista reassume o mandato. (ABr)

MAIA DIZ NƃO TER CONHECIMENTO DE CONDUTA QUE DESABONE ARGELLO

Arrolado como testemunha de defesa do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), rĆ©u na Lava Jato acusado de cobrar propina de R$ 5,3 milhƵes para poupar empreiteiros das CPIs da Petrobras em 2014, o presidente da CĆ¢mara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou ao juiz SĆ©rgio Moro que o ex-parlamentar rĆ©u da Lava Jato nunca lhe pediu algo ilĆ­cito e que nĆ£o tem conhecimento de nenhuma conduta que desabone Argello.

O presidente da CĆ¢mara respondeu por escrito Ć s 13 perguntas da defesa de Argello, preso desde abril na OperaĆ§Ć£o VitĆ³ria de Pirro - 28.ĀŖ fase da Lava Jato.

As respostas de Maia datam da segunda-feira(15), e as respostas foram anexadas quarta-feira (17), aos autos da aĆ§Ć£o penal em que o ex-senador Ć© rĆ©u por corrupĆ§Ć£o passiva, lavagem de dinheiro e associaĆ§Ć£o criminosa.

No documento de cinco pĆ”ginas, Maia responde de forma sucinta aos questionamentos sobre o funcionamento das CPIs Mistas no Congresso e nega ter recebido qualquer pedido de Argello para nĆ£o votar requerimentos de convocaĆ§Ć£o de empreiteiros na CPI.

Ele tambĆ©m negou que Argello tenha lhe pedido para nĆ£o convocar empresĆ”rios ou mesmo que o ex-senador o teria abordado para convencer outra autoridade a nĆ£o convocar empreiteiros.

Em 2014 foram instauradas uma CPI no Senado e uma CPI Mista (que envolve o Senado e a CĆ¢mara dos Deputados) para apurar as suspeitas de irregularidades na Petrobras que comeƧavam a vir Ć  tona com a Lava Jato.

Em nenhuma das comissƵes, porĆ©m, foi aprovada a convocaĆ§Ć£o dos empreiteiros investigados pela operaĆ§Ć£o para depor.

Nesta denĆŗncia, decorrente da 28ĀŖ fase da Lava Jato, Gim Argello e outros oito rĆ©us sĆ£o acusados de arquitetar um esquema de pagamento de ao menos R$ 5,3 milhƵes em propinas de empresas para evitar a convocaĆ§Ć£o de empreiteiros investigados na Lava Jato para depor nas CPIs no Senado e no Congresso em 2014.

Naquele ano foram instaladas uma CPI Mista e uma CPI no Senado e nenhuma delas convocou empreiteiros das grandes construtoras para depor.

Nesta investigaĆ§Ć£o, a Lava Jato, com base nas delaƧƵes de vĆ”rios empreiteiros, revelou que o ex-senador teria cobrado R$ 5 milhƵes de cada uma de sete empreiteiras que atuaram no cartel na Petrobras.

Algumas empresas, como a Andrade Gutierrez, por exemplo, acabaram nĆ£o pagando a propina e por isso seus executivos nĆ£o foram denunciados no processo criminal contra Gim Argello.

Ao menos a OAS e a UTC, contudo, teriam acertado os pagamentos, sendo que parte da quantia foi repassada via doaƧƵes oficiais para os partidos da coligaĆ§Ć£o de Argello nas eleiƧƵes de 2014 - formada por DEM, PR, PMN, PRTB e PTB. Outra parte foi repassada para uma parĆ³quia em BrasĆ­lia.

O MinistĆ©rio PĆŗblico Federal nĆ£o atribui nenhuma irregularidade aos partidos da coligaĆ§Ć£o pois, segundo os investigadores, nĆ£o hĆ” provas de que eles tinham conhecimento de que o pagamento era decorrente dos crimes de Argello. As empreiteiras nĆ£o comentam as acusaƧƵes. (AE)

LEI DA FICHA LIMPA PARECE TER SIDO FEITA POR BƊBADOS, DIZ MENDES

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou na quarta-feira a Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular, dizendo que a legislaĆ§Ć£o parece ter sido feita por “bĆŖbados”. Segundo a Lei da Ficha Limpa, serĆ£o inelegĆ­veis os candidatos que tiverem suas contas rejeitadas.

“Essa lei jĆ” foi malfeita, eu jĆ” disse no plenĆ”rio. Sem querer ofender ninguĆ©m, mas jĆ” ofendendo, que parece que foi feita por bĆŖbados. Ɖ lei malfeita. NinguĆ©m sabe se Ć© contas de gestĆ£o, de governo”, criticou o ministro, durante a sessĆ£o plenĆ”ria do STF.
O comentĆ”rio do presidente do TSE foi feito durante a construĆ§Ć£o da tese – que Ć© um resumo do entendimento dos ministros feito ao final do julgamento – de um caso envolvendo a rejeiĆ§Ć£o das contas de candidatos.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por seis votos a cinco, que cabe Ć s cĆ¢maras municipais dar a palavra final sobre as contas de candidatos. Dessa forma, polĆ­ticos que tiveram suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas local poderĆ£o concorrer nas prĆ³ximas eleiƧƵes, caso elas nĆ£o tenham sido rejeitadas pelas cĆ¢maras municipais. As contas de governo mostram a execuĆ§Ć£o orƧamentĆ”ria, planos de governo e programas governamentais, alĆ©m de limites de gastos para saĆŗde, educaĆ§Ć£o e pessoal. JĆ” as contas de gestĆ£o sĆ£o acompanhadas de notas fiscais, liquidaƧƵes, ordenamentos. (Com EstadĆ£o ConteĆŗdo)

TEMER TRANSFERE AO PMDB USO DE VERBAS CONTRA A SECA NO NORDESTE


Na mesma semana em que comeƧou a campanha eleitoral nos municĆ­pios brasileiros, o presidente em exercĆ­cio Michel Temer (PMDB) retirou dos governadores do Nordeste a execuĆ§Ć£o de obras destinadas ao combate Ć  seca para transferi-la ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Ć³rgĆ£o controlado predominantemente por peemedebistas.

O PalĆ”cio do Planalto tambĆ©m decidiu aumentar o valor repassado a Estados governados pelo PMDB, como Sergipe e Alagoas. A decisĆ£o ocorreu apĆ³s uma reuniĆ£o no PalĆ”cio do Jaburu, no domingo, 14, entre Temer e o ministro da IntegraĆ§Ć£o Nacional, Helder Barbalho, presidente em exercĆ­cio do PMDB do ParĆ” e filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

A decisĆ£o reverte um acordo feito pela presidente afastada Dilma Rousseff de que caberia aos governadores a gestĆ£o desses recursos. A gerĆŖncia das verbas para obras contra seca costuma ser disputada por nomes de todos os partidos pelo fato de servir como arma eleitoral por polĆ­ticos da regiĆ£o.

A liberaĆ§Ć£o dos recursos foi autorizada por Temer com a ediĆ§Ć£o da uma medida provisĆ³ria no fim de julho que abriu crĆ©dito extraordinĆ”rio de R$ 789,9 milhƵes para aƧƵes emergenciais no Nordeste, que enfrenta o quinto ano consecutivo de seca, segundo a AgĆŖncia Nacional de Ɓguas (ANA). Parte do valor serĆ” destinada para obras emergenciais, como a construĆ§Ć£o de adutoras e perfuraĆ§Ć£o e instalaĆ§Ć£o de poƧos.

Segundo o MinistĆ©rio da IntegraĆ§Ć£o Nacional, a decisĆ£o de transferir a gestĆ£o dos recursos se deu porque, na avaliaĆ§Ć£o do governo, o Dnocs Ć© o Ć³rgĆ£o que tem “anos de experiĆŖncia em obras contra a seca”. “A expertise do Dnocs estĆ” acima de qualquer questionamento. Ɖ o Ć³rgĆ£o que tem mais know-how e especializaĆ§Ć£o em obras emergenciais de seca”, disse o ministro, por meio de sua assessoria.

Dos nove Estados do Nordeste, sĆ³ o MaranhĆ£o nĆ£o faz parte do plano, pois nĆ£o enfrenta seca como os outros. Na regiĆ£o, segundo pesquisas, Temer tem o maior Ć­ndice de rejeiĆ§Ć£o.

IndicaƧƵes. A decisĆ£o de Temer favorece o PMDB na medida em que o Dnocs Ć© controlado na maior parte dos Estados pelo partido. No CearĆ”, por exemplo, o lĆ­der do PMDB no Senado, EunĆ­cio Oliveira, Ć© o responsĆ”vel pela indicaĆ§Ć£o tanto do coordenador regional quanto do diretor-geral nacional do Ć³rgĆ£o. O senador Ć© adversĆ”rio polĆ­tico do governador cearense, Camilo Santana (PT).

No Rio Grande do Norte, a indicaĆ§Ć£o do coordenador do Ć³rgĆ£o partiu do senador Garibaldi Alves (PMDB) e do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB). Ambos sĆ£o adversĆ”rios do governador Robinson Faria (PSD). Na ParaĆ­ba, o favorecido serĆ” o senador JosĆ© MaranhĆ£o (PMDB-PB), padrinho do coordenador regional do Dnocs. Ele Ć© adversĆ”rio do governador Ricardo Coutinho (PSB), que se posicionou contra o impeachment de Dilma.

Em Estados administrados pelo PMDB, as obras tambĆ©m serĆ£o tocadas pelo Dnocs, mas a IntegraĆ§Ć£o Nacional ampliou os recursos que serĆ£o enviados, por ordem de Temer.

Para Alagoas, governado por Renan Filho (PMDB), o presidente em exercĆ­cio mandou aumentar o repasse de R$ 2 milhƵes para R$ 10 milhƵes, segundo a pasta. O governador Ć© filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vem se aproximando de Temer nas Ćŗltimas semanas. O mesmo aconteceu em Sergipe, administrado por Jackson Barreto (PMDB), onde saltarĆ” de R$ 3 milhƵes para R$ 10 milhƵes.

Nos Estados controlados pela oposiĆ§Ć£o, a decisĆ£o favoreceu aliados de Temer, como no PiauĆ­, administrado pelo petista Wellington Dias, onde o Dnocs Ć© comandado por aliados do senador Ciro Nogueira (PP).

‘PolitizaĆ§Ć£o’. Governadores criticaram a decisĆ£o de Temer. “NĆ£o quero acreditar que isso foi feito por questƵes polĆ­ticas”, disse o governador do CearĆ”. Robinson Faria disse ter recebido “com surpresa” a decisĆ£o.

JĆ” o candidato a vice-prefeito de JoĆ£o Pessoa (PMDB-PB), deputado Manoel JĆŗnior, avalia que os governos estaduais “politizam” a execuĆ§Ć£o dos recursos. “Quando o governo manda dinheiro, eles sĆ³ gastam nos municĆ­pios que eles tĆŖm interesse.” EunĆ­cio reconhece o sucateamento do Dnocs, mas diz que a mudanƧa vai contribuir para revalorizĆ”-lo.

DemissĆ£o. A decisĆ£o do ministro da IntegraĆ§Ć£o Nacional, Helder Barbalho, de transferir a gestĆ£o dos recursos de combate Ć  seca na RegiĆ£o Nordeste dos governadores para o Dnocs foi um dos motivos que levaram ao pedido de demissĆ£o do secretĆ”rio nacional de ProteĆ§Ć£o e Defesa Civil, o general do ExĆ©rcito Adriano Pereira JĆŗnior. A secretaria Ć© ligada ao MinistĆ©rio da IntegraĆ§Ć£o Nacional.

Pereira JĆŗnior estava no cargo desde outubro de 2013, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. O general foi o responsĆ”vel por firmar um acordo no qual os governadores ficavam encarregados de gerir os recursos para o combate Ć  seca. “Foi apenas um dos problemas, mas nĆ£o foi determinante para minha saĆ­da”, disse ao Estado o general, que se posicionou contra a medida.

Pereira JĆŗnior afirmou que tinha colocado o cargo Ć  disposiĆ§Ć£o desde que Temer assumiu a PresidĆŖncia interinamente e que Helder Barbalho jĆ” tinha indicado que o demitiria. “SĆ³ resolvi antecipar”, disse. (AE)

JUSTIƇA ELEITORAL DIVULGA REPRESENTATIVIDADE DOS PARTIDOS PARA EFEITO DE DEBATES E HORƁRIO GRATUITO

A CĆ¢mara dos Deputados enviou ofĆ­cio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informando o histĆ³rico da movimentaĆ§Ć£o de deputados federais entre partidos polĆ­ticos na atual legislatura. Os dados serĆ£o utilizados pela JustiƧa Eleitoral para definir a representatividade das legendas para fins de debates na campanha de 2016 e tambĆ©m para a distribuiĆ§Ć£o da propaganda no horĆ”rio eleitoral gratuito no rĆ”dio e na televisĆ£o, que terĆ” inĆ­cio a partir de 26 de agosto.

Confira a tabela consolidada pela Assessoria Consultiva do TSE sobre a representatividade dos partidos polĆ­ticos, a partir das informaƧƵes prestadas no ofĆ­cio da CĆ¢mara dos Deputados ao TSE. Os dados foram corroborados pelas informaƧƵes registradas no Sistema Filiaweb da JustiƧa Eleitoral.

Para fins de debate, foram consideradas as migraƧƵes de deputados federais nĆ£o contestadas ou cuja justa causa para a mudanƧa do parlamentar de partido tenha sido reconhecida pela JustiƧa Eleitoral.

Para efeito de distribuiĆ§Ć£o da propaganda no horĆ”rio eleitoral gratuito, somente foram consideradas as migraƧƵes originĆ”rias efetivadas no prazo de 30 dias do registro no TSE do partido criado depois do inĆ­cio da atual legislatura da CĆ¢mara dos Deputados.

Debates

Pela ResoluĆ§Ć£o TSE nĀŖ 23.457/2015, que dispƵe sobre propaganda eleitoral, uso e geraĆ§Ć£o do horĆ”rio gratuito e condutas ilĆ­citas nas eleiƧƵes de 2016, os debates, transmitidos por emissora de rĆ”dio ou de televisĆ£o, serĆ£o realizados segundo as regras estabelecidas em acordo feito entre os partidos polĆ­ticos e a pessoa jurĆ­dica interessada na realizaĆ§Ć£o do evento, dando-se ciĆŖncia Ć  JustiƧa Eleitoral.

SĆ£o considerados obrigatoriamente aptos a participar dos debates que ocorrerem no primeiro turno das eleiƧƵes os candidatos filiados a partido com representaĆ§Ć£o superior a nove parlamentares na CĆ¢mara dos Deputados e que tenham requerido o registro de candidatura na JustiƧa Eleitoral. Julgado o registro, permanecem aptos apenas os candidatos com registro deferido ou, se indeferido, os que estejam sub judice (com recurso em fase de julgamento). 

Os debates transmitidos na televisĆ£o deverĆ£o utilizar, entre outros recursos, subtitulaĆ§Ć£o por meio de legenda oculta, janela com intĆ©rprete da LĆ­ngua Brasileira de Sinais (Libras) e audiodescriĆ§Ć£o.

HorƔrio eleitoral gratuito

JĆ” as emissoras de rĆ”dio e televisĆ£o deverĆ£o reservar dois blocos de dez minutos cada, duas vezes por dia, de segunda a sĆ”bado, no caso de campanha para prefeito, pois a Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nĀŗ 13.165) acabou com a propaganda eleitoral em bloco para vereador. No rĆ”dio, a propaganda serĆ” transmitida das 7h Ć s 7h10 e das 12h Ć s 12h10. Na televisĆ£o, os candidatos vĆ£o apresentar suas propostas das 13h Ć s 13h10 e das 20h30 Ć s 20h40. 

JĆ” as inserƧƵes serĆ£o veiculadas em tempos de 30 e 60 segundos para prefeito e vereador, de segunda a domingo, em um total de 70 minutos diĆ”rios, distribuĆ­dos ao longo da programaĆ§Ć£o entre 5h e 00h. 

A divisĆ£o deverĆ” obedecer Ć  proporĆ§Ć£o de 60% para prefeito e 40% para vereador. Em relaĆ§Ć£o aos diversos fusos dos estados, o horĆ”rio da propaganda eleitoral gratuita deverĆ” sempre considerar o horĆ”rio oficial de BrasĆ­lia. 

CritĆ©rios para distribuiĆ§Ć£o 

O cĆ”lculo do tempo a que cada candidato terĆ” direito serĆ” feito pelo juiz eleitoral de cada municĆ­pio a partir do dia 15 de agosto, prazo final para que os partidos registrem seus candidatos na JustiƧa Eleitoral. A resoluĆ§Ć£o que disciplina as regras para a propaganda prevĆŖ que o juiz deve convocar os partidos e representantes das emissoras de rĆ”dio e de televisĆ£o para elaborarem um plano de mĆ­dia que garanta a todos a participaĆ§Ć£o nos horĆ”rios de maior e menor audiĆŖncia. 

Conforme prevĆŖ a Lei das EleiƧƵes (Lei nĀŗ 9.504/97), a divisĆ£o da propaganda deverĆ” ocorrer da seguinte forma: 90% distribuĆ­dos proporcionalmente ao nĆŗmero de representantes que o partido tenha na CĆ¢mara dos Deputados, considerados, no caso de coligaĆ§Ć£o para eleiƧƵes majoritĆ”rias, o resultado da soma do nĆŗmero de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos casos de coligaƧƵes para eleiƧƵes proporcionais, o resultado da soma do nĆŗmero de representantes de todos os partidos que a integrem. Os outros 10% devem ser distribuĆ­dos igualitariamente.

Confira aqui a Ć­ntegra da ResoluĆ§Ć£o nĀŗ 23.457. 

Quinta-feira, 18 de agosto, 2016

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