Ex-ministro da Justiça e atual
advogado da presidente Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, que também já foi
deputado pelo PT, avalia que o partido precisa fazer uma reflexão. "O PT
tem um papel na história do Brasil que não pode ser desprezado. É muito importante
que o PT faça uma reflexão, avalie os seus erros. O PT precisa, sem mudar de
lado, repensar o seu posicionamento na democracia", disse o advogado em
entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Cardozo analisa que o partido ganhou
uma fama negativa ao tentar coibir a corrupção, o que para ele é um dos
principais legados do governo de Dilma Rousseff. "Quando um governo ousa
enfrentar a corrupção, ele recebe diretamente o peso e o impacto de seu
combate. Quando um governo não barra investigações, não se há engavetadores,
como houve no passado, quando ele deixa a coisa fluir, cria leis, ele paga um
preço por isso", afirmou.
Para o advogado, o PT não é a raiz da
corrupção no País e o Brasil possui um problema institucional, dentro do
sistema político. "Tenho vergonha do sistema político brasileiro. O
sistema gera corrupção, os partidos entram no jogo e as pessoas caem no jogo.
Ou nos conscientizamos que temos que mudar, ou iremos demonizar o partido A ou
B, quando o demônio está nos sistema."
Impeachment
O advogado também comentou a reta
final do processo de impeachment de Dilma Rousseff, cujo julgamento se iniciará
nessa quinta-feira. Cardozo avalia como positiva a ida da presidente ao Senado
para depor, apesar das críticas de senadores tucanos, que afirmam que, caso ela
esteja presente, irá legitimar o processo que chama de golpe.
"Se fosse correta essa visão, nem
advogado deveria ter. Temos que usar o processo para denunciá-lo, usar o golpe
para mostrar a farsa que se constrói. Esse é o papel que temos nesse processo,
se não conseguirmos revertê-lo", afirmou.
O advogado reiterou a tese de golpe de
Estado e a ausência de crime de responsabilidade no processo contra Dilma. Em
sua leitura, a presidente é vítima de uma confluência de forças, de um lado
aqueles que não aceitaram ter perdido as eleições de 2014, e do outros aqueles
que estão insatisfeitos com o avanço da operação Lava Jato.
Somado a isso, Cardozo acredita que
Dilma também sofreu com um conjuntura internacional que agravou a crise econômica
e que aqueles que arquitetam o processo de impeachment usam a questão econômica
e a baixa popularidade da presidente de forma oportunista. (AE)
Terça-feira, 23 de agosto, 2016
POLÍCIA CUMPRE MANDADOS NA CÂMARA E CELINA É AFASTADA DA PRESIDÊNCIA
A Polícia Civil realiza uma operação
na Câmara Legislativa, na manhã desta terça-feira (23/8), e cumpre 15 mandados
de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal de Justiça do DF. A Justiça
determinou ainda o afastamento cautelar da Mesa Diretora, alvo da ação. A
presidente da Câmara, Celina Leão, também foi afastada do cargo. A operação
acontece uma semana após a divulgação de áudios sobre um suposto esquema de
corrupção envolvendo os parlamentares.
Desde as 6h, equipes da Polícia Civil
e promotores do Ministério Público estão na Casa. A Mesa Diretora é composta
por cinco deputados: Celina Leão (PPS),
presidente; Raimundo Ribeiro (PPS), 1º secretário; Julio Cesar (PRB), 2º
secretário; e Bispo Renato Andrade (PR), 3º secretário. Apesar do afastamento
cautelar da MD, eles continuam no exercício das funções parlamentares.
As buscas são feitas no gabinete da
Presidência da Câmara e dos membros da Mesa Diretora, além da casa de Celina Leão e dos deputados integrantes
da Mesa. A operação é comandada pela Procuradoria-Geral de Justiça do DF e
Territórios. O objetivo da ação é
apreender elementos que provem os crimes de corrupção ativa, passiva ou
concussão, envolvendo o pagamento de propinas.
São alvos do mandado de busca e
apreensão: os deputados Celina Leão, Christianno Araújo, Raimundo Ribeiro,
Bispo Renato, Julio César, o servidor Alexandre Braga Cerqueira, o ex-servidor
Valério Neves Campos e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso
dos Santos.
Áudios
Os áudios começaram a ser divulgado
pouco depois que a deputada renunciou à vice-presidência da Câmara. Ao Ministério Público do DF, a distrital
disse que há um suposto esquema de desvio de recursos na Saúde envolvendo
deputados.
Os grampos começaram no fim do ano
passado por conta de uma sobra orçamentária no valor de R$ 30 milhões.
Inicialmente, os recursos iriam para o GDF, que reformaria escolas públicas.
Mas, a modificação em um projeto realocou o valor para a Saúde. Seriam pagamentos
de serviços vencidos em UTIs. (DP)
Terça-feira, 23 de agosto, 2016
TV E INTERNET SÃO OS MEIOS QUE MAIS INFLUENCIAM ELEITORES
As eleições municipais começam, de
fato, nesta sexta (26) com os primeiros programas em horário eleitoral gratuito
de rádio e TV, mas a aposta dos candidatos para conquistar o eleitor deve
trocar o rádio pela internet. De acordo com levantamento da Ipsos, TV e
internet estão quase empatados como os meios com maior capacidade de
influenciar o eleitorado.
Entre os entrevistados, 77%
reconheceram o poder da TV e 76%, o da internet. Na sequência, aparece o jornal
(66%) e o rádio (61%). Revista vem como a última opção, com 48%. A pesquisa
revela que influência da televisão e da internet é alta entre todas as classes
sociais e níveis de escolaridade, mas a prevalência da TV a diminui
proporcionalmente à idade do eleitor, chegando a ser ultrapassada pela internet
entre os eleitores de 18 a 24 anos.
“Recentemente Viralizou a notícia de
que, nos EUA, Donald Trump não investiu absolutamente nada em publicidade na TV
para a sua campanha. Isto, talvez levado ao extremo, reflita uma nova realidade
sobre a influência dos meios de comunicação. No Brasil, estamos começando a
vivenciar uma nova era da influência, principalmente com os Millennials e
Geração Z,” afirma Diego Pagura, diretor de negócios da Ipsos Connect,
responsável pelo levantamento.
O estudo mostra ainda que as classes
mais altas acreditam que os meios impressos têm mais influência sobre a
população: 51% das classes A e B mencionam o meio revista, contra 48% da
população em geral. O mesmo cenário é visto com relação ao meio jornal, que
atingiu 66% no levantamento geral, mas sobe para 70% entre as classes mais
altas. Já o rádio tem 61% de concordância, com pouca variação entre as classes
A, B e C. Entre os entrevistados das classes DE, o percentual cai para 56%.
“A influência das mídias é uma
resposta ao que as pessoas esperam delas. A mídia impressa tradicionalmente tem
criado a percepção de confiança e de credibilidade da informação, o que
sustenta a sua relevância, principalmente para um assunto sério como a
política”, complementa o executivo.
Os dados fazem parte de levantamento
do Estudo Geral de Meios (EGM), realizado pela Ipsos com 31.096 entrevistas
presenciais com homens e mulheres acima de 18 anos em nove regiões
metropolitanas. Os dados foram coletados entre abril de 2015 e março deste ano.
As regiões monitoradas foram São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba,
Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza. A margem de erro é
0,56% para mais ou para menos. (A/E)
Terça-feira, 23 de agosto, 2016
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