A
Dilma foi a última vítima da maldição de Santo André que atingiu Lula. Todos
aqueles que estiveram ao lado dele nos últimos anos foram amaldiçoados.
Políticos, empresários, amigos e até seus familiares vivem dias de desespero e
de angústia. Tudo começou com a morte de Celso Daniel, em 2002, sacrificado
para que os petistas chegassem ao poder sem arranhões. Depois da tragédia do
prefeito da cidade paulista, nada deu certo na vida dos petistas: prisões,
mortes e doenças ruins. E, agora, o Brasil assiste a derrocada final do partido
com a destituição da Dilma, que será lembrada como a presidente mais
atrapalhada da história do país. A queda da Dilma deixou o país menos corrupto.
E menos esquizofrênico, é verdade.
Existe
um ditado que diz: “Aqui se faz, aqui se paga”. E o PT está pagando caro pelos
crimes de lesa pátria que cometeu. Paga um preço alto pelas mentiras, pela
corrupção e pela roubalheira generalizada. Muitos de seus personagens, que
ajudaram o Lula ao chegar ao poder, hoje vivem nos presídios, a exemplo dos
três tesoureiros do partido e do seu principal ministro, o ideólogo Zé Dirceu,
um homem amargurado, desolado na cadeia. Outros, como os empreiteiros Leo
Pinheiro, da OAS, e Marcelo Odebrecht pagam caro pela amizade com Lula que não
só envolveu seus amigos nas maracutaias como também deixou que os filhos e a
mulher virassem alvos da polícia e da justiça. Quem esteve ao seu lado nas
últimas décadas experimentou o fogo voraz do purgatório.
A
presidente também foi vítima dessa maldição que pulverizou seus companheiros.
Antes de ser candidata teve que se curar de uma grave enfermidade. Elegeu-se à
sombra de Lula para que ele governasse o país pela terceira vez. No segundo
mandato, quando tentou carreira solo, foi atropelada pelo companheiro que mudou
o status do seu governo e a obrigou a seguir suas orientações. Lula nomeou os
corruptos da sua lista para as empresas públicas com a recomendação de fazer
caixa para manter o partido no poder mesmo que para isso derretesse o
patrimônio da Petrobrás.
Durante
o mandato, Dilma não passou de uma marionete manipulada por ele.
A
presidente bem que poderia ter desconfiado das intenções de Lula, quando saiu
das trevas da burocracia para virar candidata à presidente. Sabia das suas
limitações e da sua incapacidade para tal tarefa, mas foi sacudida pela vaidade
e pela sede de poder mesmo consciente de que seria uma coadjuvante no processo
político do PT. Deixou-se levar pelos parasitas sindicais, saqueadores dos
cofres públicos, e virou cúmplice da bandalheira. Não adianta, portanto, dizer
que é honesta. Ao ser banida do cargo, deixa o país na mais profunda crise
moral e econômica. Acumpliciou-se com os corruptos petistas e com eles governou
até ser tragada pela maldição de Sano André.
A
Dilma é o tipo da burocrata que se deixou ser usada pelos políticos vivaldinos.
Lula tinha outros pretendentes dentro do partido, até mais qualificados, para
sucedê-lo. Mas preferiu levá-la ao poder para continuar liderando a organização
criminosa junto com empresários e políticos parceiros. Sabia que teria na Dilma
total e absoluta submissão às suas ordens por tê-la chefiado. Por isso,
contrariou o partido quando a escolheu como sucessora. Por tal ousadia, hoje
paga um preço caro: perdeu a sua presidente, está indiciado pela Polícia
Federal e destruiu o partido que criou sob a égide da ética. Paga o preço da
suprema arrogância e do egocentrismo.
Lula
levou à sepultura todos que o acompanharam até hoje. Conduz também para a cova
rasa o povo brasileiro ao enganá-lo com seus arroubos de honestidade. Enganou
os mais necessitados com pão e circo para depois jogá-los na miséria quando
aprofundou o país na mais aguda recessão econômica em parceria com a sua
sucessora e ao liderar o maior assalto aos cofres públicos.
Com
a excomunhão do PT, Dilma vive agora seus dias de agonia. Apeada do trono,
começa a botar os pés no chão e volta abrir a maçaneta da porta, deferência até
então a cargo do séquito que a acompanhava. Sem a imunidade presidencial,
passará os dias atormentada à espera da intimação que a levará a presença de
Sergio Moro para responder pelos crimes da Lava Jato. O juiz vai exigir
explicações dela sobre os 4,5 milhões de dólares que o marqueteiro João Santana
recebeu da sua campanha e que, segundo o próprio denunciou em delação premiada,
teriam sido roubados da Petrobrás.
Em
outro processo, a ex-presidente também terá que explicar por que autorizou a
compra da refinaria de Pasadena, no Texas, por mais de 1 bilhão de dólares, uma
sucata que não valia nada. Ao depor na operação Lava Jato, Nestor Cerveró, o
diretor internacional da Petrobrás, disse com todas as letras que ela sabia da
negociata que mergulhou a estatal em um prejuízo monumental. A Dilma, portanto,
deve responder por essas ações nefastas que afundaram o país e dilapidaram o
patrimônio das empresas estatais.
Dilma
deslumbrou-se com o poder ao se aproximar de Lula que a prestigiou com todos os
cargos no seu governo. Maquiavelicamente a manteve sob o seu domínio para
tentar se perpetuar no comando do país, pois ameaçava voltar à presidência para
sucedê-la depois. No cargo de presidente, Dilma logo botou as unhas de fora. No
tratamento com os funcionários mais humildes, seus auxiliares, mostrava-se
arrogante, prepotente e grosseira. Diante de Lula, curvava-se à submissão. Não
contrariava o chefe por temê-lo. Achou que o poder era eterno. Agora, quando
deixa a presidência, ouve a torcida silenciosa de seus ex-auxiliares fazer o
coro do “já vai tarde”.
Os
brasileiros não sentirão saudades da Dilma. Não têm motivo para isso. Nem a
história deverá ser generosa com ela. Será reconhecida pelas futuras gerações
como a presidente que “foi sem ser”. Que sentou na cadeira da presidência como
uma auxiliar do antecessor, que fechou os olhos para a quadrilha de assaltantes
petistas que depenou as principais empresas púbicas, que provocou o maior dano
à economia do país e praticou o maior estelionato eleitoral de que se tem
notícia na república.
Dilma
passará para história como personagem do anedotário popular. O brasileiro nunca
fez tanta piada com um presidente da república como fez com ela. Seus
pronunciamentos à nação, quando não escritos por seus assessores, eram
verdadeiros esquetes que faziam a felicidade dos nossos humoristas. Pedalava nas
ruas e dentro do governo. Virou personagem de livro. Escritores e pesquisadores
até hoje tentam decifrar seu pensamento turvo e nebuloso. Suas frases
delirantes e incompreensíveis estão catalogadas hoje no folclore político.
Quando viajava para o exterior deixava os brasileiros sobressaltados e
envergonhados com os seus factoides alucinógenos e extemporâneos,
características de quem certamente tinha um desarranjo mental.
Com
o afastamento definitivo dela do poder, depois de seis anos de escândalos, que
me desculpem os dilmistas, mas aqui faço coro com os ex-auxiliares humilhados e
desrespeitados pela ex-presidente: já vai tarde. (Jorge Oliveira)
Quarta-feira,
31 de agosto, 2016
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