Carmen
Lúcia disse ainda que o impeachment não é golpe, desde que o processo respeite
a Constituição
A
vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, afirmou nesta
quarta-feira, 23, que não há abuso do Poder Judiciário na Operação Lava Jato e
que as leis estão sendo respeitadas. A ministra disse ainda que o impeachment
não é golpe, desde que o processo respeite a Constituição. Questionada se há
politização da Lava Jato Carmen Lúcia respondeu: "Não. Estão sendo
observadas rigorosamente a Constituição e as leis".
Para
Carmen Lúcia, não há sinais do chamado ativismo judicial na Lava Jato, apontado
por críticos do juiz Sérgio Moro, da primeira instância da Justiça Federal do
Paraná. "A atividade do Judiciário é acionada pelos interessados, pelo
cidadão. O Poder Judiciário não atua isoladamente, não atua de ofício, como nós
dizemos. Atua por provocação. Então, quando se fala em ativismo judicial, é que
o Judiciário ultrapassaria (suas atribuições) e não há demonstração nenhuma de
que isso esteja acontecendo", afirmou Carmen Lúcia. A ministra esteve no
Rio para receber o prêmio "Faz Diferença", do jornal O Globo, na
categoria Personalidade do Ano 2015.
Ao
comentar discursos recentes da presidente Dilma Rousseff apontando como golpe a
tentativa de impeachment, Carmen Lúcia afirmou que entendeu como um
"alerta" de que a Constituição tem que ser respeitada. "Acredito
que ela esteja exercendo, primeiro, a liberdade de expressão. Segundo, apenas
um alerta no sentido de que é preciso que se observem as leis da República e
isso com certeza, em um estado democrático, está sendo observado",
afirmou. "Não acredito que a presidente tenha falado que impeachment é
golpe. Impeachment é um instituto previsto constitucionalmente. O que não pode
acontecer de jeito nenhum é impeachment nem ou qualquer tipo de processo
político-penal ou penal sem observar as regras constitucionais. Não há impeachment
em andamento ainda, não tenho nenhuma dúvida que teremos que observar todas as
regras constitucionais", disse a ministra.
(Luciana
Nunes Leal)
Quinta-feira,
24 de março, 2016
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