Como
irá terminar a crise política? Essa é a pergunta que todos se fazem neste
momento e para a qual ninguém tem a resposta. No entanto, a questão mais
importante é outra: qual será o modelo de governabilidade no Brasil a partir de
agora?
Disso
derivam outras indagações. Como serão construídas as relações entre Executivo e
Legislativo? Como serão formadas maiorias parlamentares? Como serão aprovadas
reformas estruturais ou simples medidas de gestão, hoje tão importantes para
destravar a economia?
O
que está sendo implodido no Brasil, na verdade, é todo o modelo político
construído após a redemocratização, em que as maiorias são formadas por meio da
cooptação de aliados, quase sempre com a repartição do Estado. O grande
problema – ou talvez solução – é que esse modelo se tornou incompatível com uma
sociedade aberta, em que órgãos de controle e repressão atuam com total
liberdade – e, em alguns casos, até com libertinagem.
Hoje,
há quatro cartas disponíveis na mesa, que são a permanência da presidente Dilma
Rousseff, sua renúncia, o impeachment ou semiparlamentarismo, que já se debate
abertamente no Senado. No entanto, ninguém discute como o atual ou o futuro
governo poderão costurar condições mínimas de governabilidade.
Sem
a construção desse novo modelo, nenhum governo estará imune a novas crises
políticas, ainda mais acentuadas. A grande ilusão que alguns alimentam é
imaginar que, por meio de um pacto das elites, será possível retomar as velhas
práticas do passado, com novos atores.
Leonardo
Attuch
Segunda-feira,
14 de março, 2016
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