Lula
decidiu que vai controlar o Executivo, o Legislativo e o Judiciário no berro.
E, se preciso, vai fazer sangue correr em praça pública. Como ele mesmo já
havia dito por aí, “acabou o Lulinha paz e amor”. Agora é “Jararaca Guerra e
Ódio”. Os dois discursos irresponsáveis que fez na sexta-feira(4), em que
lançou sua candidatura à Presidência e anunciou a sua marcha contra a Justiça,
já têm desdobramentos. Seus sectários estão nas ruas para o tudo ou nada.
Nesta
terça, Lula jantou no Palácio da Alvorada com Dilma. Traçaram estratégias
contra a Lava Jato. É um sinal de que ela já não governa. Nesta quarta(9), o
chefão petista se encontra com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.
Lula não busca apenas se defender. Por incrível que pareça tamanha ousadia, ele
tenta tomar as rédeas do país.
Os
sinais da baderna vindoura são evidentes. Os petistas começam a deixar claro
que terão de ser contidos pelo estado democrático e de direito. Páginas do
partido estão convocando manifestações em favor de Lula e, como eles dizem,
“contra o golpe” para o próximo domingo, 13 de março, mesmo dia das
megamanifestações em favor do impeachment.
Embora
a presidente Dilma tenha dirigido um apelo ao partido para que o partido não
estimule ações nessa data, diretórios estaduais do Rio Grande do Sul e do
Distrito Federal fazem abertamente a convocação.
PT
e PCdoB organizam atos no Piauí, Maranhão, Rio e São Paulo. Na capital
Paulista, os lulistas marcaram a sua concentração para a Praça Roosevelt. O
epicentro do protesto em favor do impeachment é a Paulista. Entre um local e
outro, está a Rua da Consolação, que também costuma ser fechada para eventos
dessa natureza porque serve como um corredor.
A
direção nacional do PT não disse uma vírgula a respeito. A aposta das esquerdas
é que eventuais confrontos de rua vão desestimular os manifestantes que querem
o impeachment de Dilma. Na cabeça dos celerados, são “coxinhas” que se assustam
com facilidade. Estão errados.
Os
braços de Lula, que em passado recente já se ofereceram para portar armas,
estão procurado a ação direta. Em Goiânia, mulheres do MST invadiram nesta
terça a afiliada da TV Globo. Por meia hora, mantiveram pessoas em cárcere
privado, picharam o prédio com expressões como “Globo e ditadura de mãos
dadas”, “Fora Globo” e “Não vai ter golpe”.
Em
São Paulo, marcha de movimentos feministas, todos eles de esquerda, acabou
tendo cenas de pugilato e xingamentos porque as petistas decidiram, vamos
dizer, aparelhar o ato e gritar palavras de ordem em defesa do PT, de Lula e,
como diziam as doidas, “contra o golpe”.
Mais
do que toleradas pelos comando do PT, essas ações estão sendo estimuladas. Esse
é o espírito de luta que Lula cobrou na sexta-feira. É assim, nos cascos, que
Rui Falcão quer os militantes do seu partido. Eis a legenda que,
inequivocamente, tem uma jararaca no comando.
Dilma
vai cair, é claro! Não haverá, como se sabe, turbulência nenhuma no país entre
as pessoas decentes. Ao contrário: a sua saída é um primeiro passo para que o
país tente equacionar seus problemas.
Mas
será, sim, preciso dar uma resposta aos fascistas. Eles vão querer criar
algumas dificuldades. Não porque representem camadas expressivas da população,
mas porque pertencem a um partido que capturou o estado e que hoje depende dele
para sobreviver.
Não
se enganem: esses gatos-pingados que se dispõem a sair às ruas em defesa de
Lula e do PT estão apenas defendendo um meio de vida. Eles conseguiram, afinal,
se livrar de uma maldição bíblica, não é mesmo? Ganham a vida sem trabalhar. E
só por isso são militantes de uma organização chamada Partido dos
Trabalhadores.
Por:
Reinaldo Azevedo(VEJA)
Quarta-feira,
09 de março, 2016
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