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Comissão Mista de Orçamentos (CMO) aprovou quinta-FEIRA (13/12) o relatório-geral
da Lei Orçamentária Anual de 2019 (LOA 2019). Após aprovarem os 16 relatórios
setoriais nas últimas semanas, os deputados e senadores presentes na noite
desta quinta aprovaram, de forma simbólica, o parecer do relator-geral Waldemir
Moka (MDB-MS), sugerindo a aprovação do texto na forma do projeto substitutivo
apresentado por ele. Na semana que vem, o plenário do Congresso Nacional deverá
votar a proposta antes de encerrar os trabalhos legislativos deste ano.
Segundo
o PLOA, a expectativa é que o crescimento da economia brasileira em 2019 seja
2,5%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a
inflação, está estimado em 4,25%. A Selic, taxa básica de juros da economia
brasileira, deve terminar 2019 em 8% ao ano, segundo as considerações do
relatório, que também prevê uma taxa de câmbio fechando o ano em R$ 3,66.
O
projeto estipula como valor total das despesas do ano que vem cerca de R$ 3,38
trilhões, dos quais R$ 758,7 bilhões serão direcionados para o refinanciamento
da dívida pública. Do dinheiro restante, R$ 2,5 trilhões devem ser direcionados
aos orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, e R$ 119,6 bilhões para o
orçamento de investimentos.
Segundo
Moka, as estimativas de receitas enviadas pelo Poder Executivos foram mantidas
inalteradas. Ou seja, os parlamentares não incluíram nenhuma previsão de novas
arrecadações para o ano que vem. Este será o terceiro exercício financeiro
consecutivo de cumprimento da emenda constitucional do Teto dos Gastos, que
limita o crescimento das despesas públicas pelos próximos 20 anos.
“As
despesas constantes do substitutivo observam o teto de gasto da União,
aplicável às despesas primárias na forma definida pela EC nº 95/2019, que para
o exercício de 2019 é de R$ 1,4 trilhão”, escreveu o relator. A previsão da
meta fiscal, deficitária em R$ 139 bilhões, e o valor do salário mínimo,
reajustado para R$ 1.006, foram mantidos pelo relator conforme o texto enviado
pela equipe econômica do governo.
Bolsa Família
Durante
a leitura do relatório, o senador Waldemir Moka comemorou as mudanças que
possibilitaram maior parcela para o Programa Bolsa Família sem depender da
aprovação de créditos suplementares pelo Congresso em 2019.
“O
valor estimado para o programa no exercício de 2019 é R$ 29,5 bilhões. Em
decorrência das emendas apresentadas ao projeto de lei, o montante das despesas
condicionadas caiu de R$ 258,2 bilhões para R$ 248,9 [bilhões]. Utilizamos a
diferença de R$ 9,3 bilhões para reduzir a parcela condicionada do Bolsa
Família. Assim, a parcela que não estará autorizada para execução após a
publicação do Orçamento é reduzida para R$ 5,7 bilhões”, disse ao ler o
parecer.
Após
a aprovação, o relator disse que o governo eleito participou dos debates
iniciais sobre o PLOA, por meio do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Ele esteve aqui, reuniu-se com o presidente [da CMO, deputado Mário Negromonte
Jr. (PP-BA)] e todos os relatores setoriais. Quando você começa a discussão do
relatório preliminar, acaba o prazo para o governo mandar algum tipo de modificação.
Esta comissão teve o bom senso de aumentar esse prazo e essas modificações
foram submetidas antes aos relatores setoriais [temáticos]”, disse o senador.
Sobre
o reajuste do funcionalismo público, adiado para 2020 por meio de uma medida
provisória ainda em tramitação, Moka defendeu que a próxima legislatura e o
governo do presidente eleito Jair Bolsonaro são os responsáveis por resolver a
questão. “É claro que nós podíamos ter pego esses R$ 4,7 bilhões e transformado
em fonte de receita, mas essa MP está sendo questionada no Supremo e pode cair
a qualquer momento. Aí fica vigente o reajuste”, explicou.
Devido
à diplomação dos deputados federais na próxima semana nos Tribunais Regionais
Eleitorais, a sessão do Congresso destinada a votar o relatório aprovado na CMO
ainda não tem uma data definida, mas pode se iniciar na próxima quarta (19/12),
três dias antes do prazo final determinado para votação do Orçamento. (ABr)
Sexta-feira,
14 de dezembro, 2018 ás 08:00
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