E-mails
obtidos pela Polícia Federal comprovam que o então assessor do gabinete pessoal
do ex-presidente Lula, Rogério Aurélio Pimentel, coordenou as obras da reforma
do sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. Lula responde a inquérito por
ter recebido benesses de empreiteiros que reformaram o imóvel, registrado em
nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios do filho de Lula.
Os e-mails fazem parte de um relatório da Operação Lava Jato. São mensagens
trocadas pelo engenheiro Igenes Irigaray Neto, que cuidou pessoalmente da
reforma do sítio. Nelas, Igenes troca informações com o assessor do gabinete
pessoal de Lula sobre detalhes da reforma do que classifica como “residência
Atibaia”.
Em
18 de novembro de 2010, segundo reportagem da Veja, Igenes envia a Rogério
Aurélio Pimentel uma mensagem na qual são anexados projetos para a construção
da suíte que abrigaria Lula no sítio. “Segue (sic) 3 plantas das suítes com
propostas diferentes de implantação e locação de varandas, qualquer coisa estou
à disposição”, escreveu Igenes. No dia 22 de novembro de 2010, Pimentel envia
mensagem para o engenheiro com informações sobre “Proposta de Sauna (Residência
Atibaia)”, diz que “ficou perfeito” e pede que seja enviada a planta do galpão
naquele mesmo dia. Na sequência, completa: vai passar no sítio para ver se tem
“alguma alteração” para fazer no local. Ele diz que vai conversar com Fernando,
que seria referência a Fernando Bittar, um dos donos do sítio.
Rogério
Aurélio Pimentel foi assessor da Presidência da República até fevereiro de
2011. Foi o responsável por cuidar do transporte dos bens pessoais de Lula para
o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no período em que as obras eram realizadas
no local. Para a Polícia Federal, a reforma do sítio foi feita “no interesse da
família Lula da Silva”. Outras mensagens mostram que Igenes Irigaray mantinha
contatos com Emerson Cardoso, do Grupo Bertin, para fazer a reforma do sítio. O
preço total que o engenheiro ganhou pela obra teria sido de 262.000 reais, que
teriam sido pagos pelo Grupo Bertin.
Outro
personagens que trocam mensagens eletrônicas sobre a reforma do sítio são os
engenheiros Romulo Dinalli, da Usina São Fernando, que pertence ao amigo do
ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai, e Frederico Marcos de Almeida Horta, da
Odebrecht. A PF já havia encontrado no apartamento de Lula arquivo com 130
recibos de materiais de construção usados na reforma do sítio. Também foram
recolhidas duas notas fiscais em nome de Rogério Aurélio Pimentel, relacionadas
à reforma do sítio.
Sexta-feira,
25 de novembro, 2016
GIM ARGELLO TEM PEDIDO DE
HABEAS CORPUS NEGADO PELO STF
O
ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki negou pedido de habeas
corpus ao ex-senador Gim Argello nesta quinta-feira (24). A decisão mantém a
prisão preventiva do político, decretada em abril deste ano, pela 13ª Vara
Federal de Curitiba na Operação Vitória de Pirro, desdobramento da Lava Jato,
sem prazo para acabar.
No
pedido de habeas corpus, a defesa de Gim alegava que a prisão havia sido
decretada com base em “meras suposições, fundadas em simples conjecturas” e que
Argello não tinha relação com o esquema criminoso investigado na Lava Jato. Na
decisão, no entanto, Teori requisita informações da 13ª Vara Federal da
Subseção Judiciária de Curitiba.
O
ex-senador do DF foi condenado, em outubro, a 19 anos de prisão por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, por Sérgio Moro. Segundo a investigação, em
2014, o então parlamentar integrava as duas CPIs da Petrobras e teria cobrado
R$ 5 milhões de cada empreiteira do cartel da estatal para barrar a convocação
de seus executivos.
Na
decisão, Moro impôs a ele um confisco de R$ 7,35 milhões além de uma
indenização no mesmo montante. O dinheiro, por ordem de Moro, será destinado ao
caixa do Congresso.
Sexta-feira,
25 de novembro, 2016
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