Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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21 fevereiro, 2019

Livro explica como os estímulos do ambiente de consumo influenciam decisão de compra

Talvez você ainda não tenha percebido, mas a sua decisão de compra não é meramente racional. Ela diz muito mais sobre os seus sentidos e instintos do que possa imaginar. Cores, sabores, texturas, aromas, palavras, imagens e sons, tudo isso influencia no seu comportamento de consumidor e até mesmo um simples sorriso ou um leve toque de alguém pode convencê-lo a desembolsar uma boa grana – e, muitas vezes, para adquirir algo que nem está na sua lista de necessidades. Os estudos de neuromarketing aliam a neurociência ao marketing e explicam como funciona o cérebro de um consumidor, o que influencia sua decisão, o que faz dele um cliente fiel de determinada marca. As grandes empresas já sabem muito bem disso – ou você pensa que a cor vermelha, responsável por ativar áreas cerebrais que estimulam comportamentos impulsivos, predomina na marca do refrigerante mais consumido no mundo por acaso? Arthur Paredes sabe que não. Publicitário há mais de 18 anos e professor com atuação na área de neuromarketing, ele é o autor do livro “Profundamente: neuromarketing e comportamento de consumo”, o qual compila mais de 250 estudos e pesquisas científicas nacionais e internacionais sobre o tema. Com muitos exemplos práticos, a obra é um guia completo para profissionais do marketing ou qualquer pessoa que se interesse pelo assunto. “O livro trata os dois lados, o do profissional e o do consumidor. Hoje, para vender produtos e

Serviços, o publicitário tem que entender de biologia também. Precisa compreender que as pessoas geralmente nem sabem o que querem comprar, mas há substâncias químicas no corpo que afetam as decisões de compra. Já o consumidor, a partir do momento em que entende como funciona o seu comportamento, deixa de comprar por impulso, passa a se proteger das armadilhas do consumo”, argumenta Paredes.

Iluminação, toque e status social

O livro do pesquisador condensa diversos exemplos práticos que comprovam como os estímulos aos sentidos influenciam o comportamento do consumidor. Estudos já comprovaram, por exemplo, que os clientes de um supermercado compram mais vinhos franceses no período em que o estabelecimento utiliza músicas da França como som ambiente. “A música é background, geralmente você não presta atenção 100% consciente, mas, se entra em um determinado ambiente com jazz ou uma música mais requintada, este ambiente foi trabalhado para que você tenha exatamente essa percepção”, explica o autor. Outra pesquisa abordada no livro mostra que a cor da xícara afeta a percepção sobre a intensidade do sabor do café. “Numa xícara branca, a percepção é de que o café é mais amargo e menos doce. Já uma xícara colorida passa a impressão de que ele é mais doce”, garante Arthur Paredes. A cor da luz também pode determinar o comportamento do consumidor. “Luzes mais fortes e claras tendem a incomodar mais, o cliente quer sair logo do ambiente, por isso, são utilizadas por redes de fast food, para que as pessoas não queiram permanecer muito tempo, pois elas trabalham com rotatividade. Já os restaurantes mais sofisticados e requintados, colocam uma luz mais branda, amarela, intimista, para gerar a percepção de um ambiente mais calmo, tranquilo. Isso contribui para que o cliente fique mais tempo e consuma mais”, exemplifica Arthur. Segundo o autor de “Profundamente: neuromarketing e comportamento de consumo”, o sorriso é a arma mais poderosa para criar um vínculo subliminar entre quem vende e quem compra. O toque também é importante. “Um estudo feito em um restaurante mostrou que os garçons que tocavam suavemente no braço dos clientes, ao entregar a conta, recebiam mais gorjeta”, conta Arthur Paredes. Pesquisas também comprovam que a dor da exclusão social influencia na compra de um determinado produto ou serviço. “Quando você não tem um smartphone de última geração e todos os seus amigos têm, você sente uma dor social, e essa dor é física e psicológica, com

Angústia, insegurança, seguida até por complexo de inferioridade. Isso lhe motiva a pagar um valor absurdo num aparelho, apenas para fazer parte de um grupo social. Só que, se alguém lhe perguntar porque você comprou algo tão caro, você não responderá isso. E este é um dos postos-chaves do neuromarketing. Ele parte da premissa de que as pesquisas de mercado têm falhas, porque os entrevistados respondem o que pensa, mas, como diria Martin Lindstrom, guru do neuromarketing: “As pessoas dizem o que pensam, mas fazem o que sentem”, ressalta Arthur.

Conquiste clientes

Para o publicitário, professor e escritor, o neuromarketing é a melhor opção para o profissional do marketing que busca um caminho científico, assertivo, mais seguro, traçado a partir de experimentos feitos no mundo inteiro. “Empresas que fecham os olhos para o neuromarketing tendem a seguir o caminho de tentativa e erro. Terão que errar para aprender, ir pelo caminho empírico, de testar, e você não precisa mais testar se existem estudos que trazem uma resposta muito mais precisa sobre como o ser humano responde a um estímulo”, diz. Paredes enfatiza que as pesquisas de neuromarketing custam muito caro, pois envolvem a utilização de equipamentos da medicina, até mesmo para o monitoramento do cérebro. “Hoje, somente multinacionais fazem, mas as pequenas empresas podem se aproveitar dos resultados dos estudos e pesquisas já realizados e aplicar conforme o contexto do seu próprio negócio. E é isso que o meu livro traz, estudos e artigos científicos do mundo inteiro, uma compilação até mesmo para que empreendedores possam aplicar no próprio negócio, conforme suas necessidades”, observa.

Mais informações no site www.profundamente.com.br  


Quinta-feira, 21 de fevereiro, 2019 ás 10:00

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