Os
clientes de instituições financeiras que caíram no rotativo do cartão de
crédito ou usaram cheque especial iniciaram o ano pagando juros mais caros, de
acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados quarta-feira (27/02).
A
taxa de juros do cheque especial subiu 3 pontos percentuais em janeiro em
relação a dezembro, ao chegar em 315,6% ao ano.
As
regras do cheque especial mudaram no ano passado. Os clientes que utilizam mais
de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a
oferta de um parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial
definida pela instituição financeira.
A
taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 1,5 ponto percentual em
relação a dezembro, chegando a 286,9% ao ano, no mês passado.
A
taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e
inadimplentes. No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor
mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 263,1% ao ano em janeiro,
com redução de 4,9 pontos percentuais em relação a dezembro.
A
taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo
da fatura (rotativo não regular) subiu 5,2 pontos percentuais de dezembro para
janeiro ao ficar em 302,9% ao ano.
O
rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor
integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo,
as instituições financeiras parcelam a dívida.
Em
abril de 2018, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes
inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de
juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho. Mesmo
assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não é igual porque
os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.
Modalidades caras
As
taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as
modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, ficou
em 116,5% ao ano em janeiro, com redução de 3 pontos percentuais na comparação
com o mês anterior. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de
pagamento) permaneceu em 24,2% ao ano.
A
taxa média de juros para as famílias subiu 2,5 pontos percentuais para 51,4% ao
ano. A taxa média das empresas subiu 1,4 ponto percentual, atingindo 20,2% ao
ano.
A
inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas
físicas, permaneceu em 4,8%. No caso das pessoas jurídicas, houve aumento de
0,2 ponto percentual para 2,9%. Esses dados são do crédito livre em que os
bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.
No
caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo,
destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura)
os juros para as pessoas físicas subiu 0,2 ponto percentual para 8% ao ano. A
taxa cobrada das empresas subiu 1,4 ponto percentual para 9,9% ao ano. A
inadimplência das pessoas físicas subiu 0,2 ponto percentual para 1,7% enquanto
das empresas caiu 0,1 ponto percentual para 1,9%. (ABr)
Quarta-feira,
27 de fevereiro, 2019 ás 10:58
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