A
expectativa de crescimento da economia brasileira para este ano e as altas
temperaturas que vêm sendo registradas neste verão devem levar a um consumo de
energia elétrica 3,8% do que o de 2018. Esse aumento será 2,7% superior à carga
exigida do sistema no ano passado que, segundo a Empresa de Pesquisa Energética
(EPE), foi de 1,1% em relação a 2017.
A
projeção foi feita pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), Luiz Eduardo Barata, ao ressaltar, no entanto, que o sistema está
preparado para a alta da demanda de energia ao Sistema Interligado Nacional
(SIN).
“Nossas
avaliações são de que a taxa de crescimento da carga, que é consequência do
comportamento do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços
produzidos em um determinado período] e também da [elevada] temperatura, deverá
ser de 3,8% agora em 2019”, disse Barata, citando projeções da EPE.
“Mesmo
que o crescimento seja superior a esse percentual, não deveremos encontrar
problemas de abastecimento.” Barata ressaltou que, se o crescimento do PIB for
maior, com o consequente aumento aumento da carga, será preciso "revisar o
planejamento para os próximos anos”.
Geração
O
entendimento do ONS é que, se o país começar a usar antecipadamente a
capacidade de geração e, assim, gastando em maior escala a energia armazenada,
terá de haver uma avaliação da capacidade do sistema. “Eu diria que o sistema
está preparado para enfrentar um crescimento maior do que os 3,8% que a gente
projeta para este ano”, afirmou Barata.
Ele
adiantou que, em abril, o quadro será mais claro para o ONS e a Empresa de
Pesquisa Energética. “Vamos trabalhar com essa meta até março, quando haverá a
primeira das três revisões anuais que são feitas normalmente. Em abril, já
teremos uma visão mais abalizada de quanto será o crescimento de economia em
2019 e dali para a frente.”
“Do
ponto de vista do atendimento [à demanda] de curto prazo, não vemos nenhum
problema. O país enfrentou aí nas últimas duas semanas temperaturas e consumo
muito altos e, mesmo com o sistema fragilizado, não houve problema no
abastecimento”, destacou o diretor do ONS.
Reservatórios
Para
Luiz Eduardo Barata, neste momento, não há nenhuma luz amarela acesa. “Estamos
avaliando e, se houver degeneração grande dos reservatórios, obviamente, vamos
alertar o Comitê de Monitoramento, mas, por enquanto, está tudo sob controle.”
No
fim do ano passado, ao receber a imprensa para um balanço das atividades do ONS
em 2018 e as projeções para 2019, Luiz Eduardo Barata admitiu que o operador
trabalhava com a previsão de que o verão seria um dos mais quentes dos últimos
tempos, mas que o país não enfrentaria problemas com o abastecimento de energia
elétrica.
As
projeções do ONS, no entanto, eram de que a demanda ao Sistema Interligado
Nacional fechaiar os próximos cinco anos com crescimento médio do consumo de
energia da ordem de 3,8%.
Barata
disse, na ocasião, que se considerava uma taxa média de crescimento do PIB de
2,7% até 2023 (2,3% em 2019, 2,7% em 2020, 2,8% em 2021/22 e 2,9% em 2023).
"E isso acaba proporcionando um crescimento da carga média [de energia] de
3,8% para o período”, afirmou, então, o diretor do ONS.
Ao
que tudo indica, no entanto, o que era projetado como crescimento médio até
2023 já se tornará uma realidade agora em 2019. (ABr)
Segunda-feira,
11 de fevereiro, 2019 ás 00:05
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