Mostrei
aqui no blog a verdadeira história do “Mais Médicos” quando uma escrava cubana
que atuava no programa do Foro de São Paulo adotado pelo governo da petista
Dilma Rousseff fugiu para os Estados Unidos, como também vinham fazendo os
escravos alugados pelo governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. Domingo (9/11),
a colunista de assuntos latino-americanos do Wall Street Journal, Mary
Anastasia O’Grady, informou que quase 3.100 cubanos já fugiram para os EUA
aproveitando o Visto Americano especial que reconhece a exploração dos
profissionais de saúde da ilha dos irmãos Castro enviados ao exterior. Segundo
O’Grady, Havana lucra algo em torno de US$ 7.8 bilhões anuais com esse tráfico
de escravos que ela chama de “crime perfeito: ao embarcar seus cidadãos para o
exterior para ajudar pessoas pobres, o regime ganha uma imagem de contribuinte
altruísta para a comunidade global, até mesmo quando explora trabalhadores e
fica rico às suas custas”. (Exato, minha senhora. Quantos casacos Adidas Fidel
não deve estar comprando com o nosso dinheiro, não é mesmo?) No fim do artigo
cuja tradução segue abaixo, ela comenta a pressão dos médicos brasileiros
contra essa monstruosidade. Volto em seguida, com a matéria da Veja.com a
respeito.
O tráfico cubano de
escravos médicos
Havana
ganha quase US$ 8 bilhões por ano às custas de trabalhadores de saúde enviados
a países pobres
As
culturas ocidentais não aprovam o tráfico humano, que o Dicionário
Merriam-Webster define como “atividade criminal organizada, na qual seres
humanos são tratados como posses a serem controladas e exploradas”. Ainda
assim, é difícil encontrar qualquer jornalista, político, burocrata da área do
desenvolvimento ou ativista trabalhista, em qualquer lugar do mundo, que tenha,
se tanto, batido o olho no extensivo esquema de tráfico humano sendo atualmente
controlado por Havana. Isso merece mais atenção agora que os médicos cubanos estão
sendo exaltados pelo trabalho na África durante a crise do Ebola.
Cuba
está ganhando elogios por sua “diplomacia dos doutores”, pela qual o país
envia, temporariamente, profissionais médicos para o exterior – ostensivamente
para ajudar os países pobres na batalha contra a doença e na melhoria dos
serviços de saúde. Entretanto, os médicos não são um presente de Cuba. Havana
recebe pagamentos por suas missões médicas ou pelo país hospedeiro, no caso da
Venezuela, ou por doações de outros países, que enviam fundos à Organização
Internacional da Saúde. O dinheiro deveria ir para os salários dos
trabalhadores cubanos. Mas nem a OIS nem qualquer país hospedeiro paga
diretamente aos trabalhadores cubanos. Em vez disso, os fundos são creditados
na conta-bancária da ditadura, que, por todas as contas, mantém a fatia do leão
do pagamento, dando ao trabalhador um estipêndio para que viva com a promessa
de algo a mais quando retornar a Cuba.
É
o crime perfeito: ao embarcar seus cidadãos para o exterior para ajudar pessoas
pobres, o regime ganha uma imagem de contribuinte altruísta para a comunidade
global, até mesmo quando explora trabalhadores e fica rico às suas custas. De
acordo com, a empresa de comunicação internacional alemã DW, Havana lucra algo
em torno de US$ 7.8 bilhões anuais através da exportação de trabalhadores da
saúde.
Este
é um grande negócio, que, se não estivesse sendo levado a cabo por gângsteres
marxistas, certamente ofenderia jornalistas. Em vez disso, eles engoliram. Em
entrevista de 24 de outubro com o presidente do Banco Mundial, Jim Young Kim, a
âncora da CNN, Christiane Amanpour, suavizou a situação quando falou sobre os
trabalhadores médicos de Cuba na África. “Cuba claramente tem algo a ensinar ao
mundo nessa resposta rápida, não?”, derreteu-se a Srta. Amanpour. O Sr. Kim
concordou, chamando o fato de “um gesto maravilhoso”.
Quanto
estão recebendo os trabalhadores cubanos, na linha de fogo do ebola, é algo que
permanece como segredo de Estado. Mas o tráfico humano não é novo para Havana, nem
é limitado à profissão médica. Em outubro de 2008, um juiz federal, em Miami,
decidiu em favor de três trabalhadores cubanos que afirmaram que, juntamente
com outros 100, tinham sido enviados pelo regime para Curaçau, como
contrapartida para a dívida cubana com a Companhia de Portos-secos de Curaçau.
Os reclamantes descreveram as condições horríveis de trabalho pelas quais
recebiam três centavos de dólar por hora.
O
Christian Science Monitor reportou então que a companhia “admitiu que os
passaportes dos trabalhadores cubanos foram apreendidos, e que os seus salários
não pagos eram deduzidos do débito que Havana tinha com a empresa”. Tomas
Bilbao, do Cuban Study Group em Washington, disse ao jornal que “esses tipos de
violações não são fora do normal para o governo cubano”. O advogado dos
trabalhadores disse que, em Cuba, após a vinda a público, seus familiares
perderam empregos e acesso a escolas, sofrendo o assédio de gangues.
Fazer
de profissionais médicos um produto de exportação é provocar um
desabastecimento de médicos em Cuba, o que exacerba a ampla privação na
assistência médica. Um governo humano deveria mudar seu foco de atenção para a
miséria doméstica, mas aí não há lucro. Em vez disso, Cuba vende o trabalho de
profissionais de saúde no exterior, mesmo durante a persistente explosão de
cólera e dengue na ilha.
Os
médicos cubanos não são forçados por uma arma na cabeça a se tornarem escravos
expatriados, mas a eles são feitas ofertas irrecusáveis. Como aquelas feitas ao
médico cubano Antonio Guedes, que agora vive em Madri, segundo entrevista à
alemã DW: “quem não cooperar pode perder seu trabalho, ao menos sua posição, ou
seu filho não conseguirá um lugar na universidade”. Como com os trabalhadores
em Curaçao, o regime mantém os trabalhadores sobre constante vigilância e
confisca os seus passaportes. Algo aqui não soa muito voluntário.
Quando
tiveram a chance, muitos desses indivíduos traficados fugiram. Apenas nos
últimos dois anos, quase 3.100 cubanos aproveitaram o Visto Americano especial
que reconhece a exploração dos profissionais de saúde cubanos enviados a países
terceiros. Como punição, o regime proíbe suas famílias de deixar Cuba para
visitá-los. Conseguir a certificação para praticar medicina nos EUA pode ser
demorado e árduo.
Grupos
de médicos no Brasil pressionaram o governo brasileiro para que Cuba aumentasse
o salário-escravidão pago a 11.000 trabalhadores cubanos de saúde naquele país.
Mas, na última semana, a promotora federal Luciana Loureiro Oliveira disse que
há evidência de que Havana ainda fica com, no mínimo, 75% do dinheiro designado
pelos doadores como salários. Ela chamou isso de “francamente ilegal” porque
viola as leis trabalhistas brasileiras, e disse que cubanos deveriam ser pagos
diretamente.
Este
poderia ser o fim das boas intenções cubanas no Brasil.
*****
Eis
a matéria de Eduardo Gonçalves na Veja.com, no dia 3 de novembro, sobre o
episódio brasileiro descrito acima por Mary Anastasia O’Grady. Note-se que foi
necessário passarem as eleições para que ficássemos sabendo dos pareceres do
Ministério Público Federal.
MPF
pede que médicos cubanos recebam diretamente do governo brasileiro
Em
dois pareceres encaminhados à Justiça, procuradora afirma que falta
transparência no repasse de recursos para o governo cubano
O
Ministério Público Federal em Brasília cobrou, em dois pareceres enviados à
Justiça, que o governo brasileiro pague diretamente os profissionais cubanos
participantes do programa Mais Médicos, sem a intermediação do governo cubano
ou da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Ao contrário dos médicos de
outras nacionalidades, que recebem 10.000 reais mensais, os cubanos ganham uma
bolsa de 1.000 dólares por mês (cerca de 2.500 reais) por meio de um convênio
firmado entre o Estado brasileiro e a OPAS.
Em
dois pareceres encaminhados à Justiça, a procuradora da República Luciana
Loureiro Oliveira acata parcialmente duas ações que pedem a anulação do
programa. Uma delas foi movida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), um dos
órgãos mais críticos ao programa, que foi vitrine de campanha da presidente
reeleita Dilma Rousseff (PT). Os pareceres são datados de 14 e 15 de outubro,
antes do segundo turno das eleições, mas só foram divulgados nesta
segunda-feira.
Nos
documentos, a procuradora afirma que os termos do acordo com a OPAS não deixam
claro quanto cada médico recebe do governo brasileiro. Segundo ela, a própria
União diz “não saber em que efetivamente estão sendo gastos os recursos
públicos brasileiros”, e destaca o montante de 510 milhões de reais repassados
à OPAS em 2013, para trazer os médicos da ilha dos irmãos Castro.
“Malgrado
a importância da motivação e das finalidades do Programa Mais Médicos para o
Brasil, além das inegáveis contribuições que os médicos da ilha de Cuba podem
trazer para o desenvolvimento e o aprimoramento das ações do Sistema Único de
Saúde, entendemos que a viabilização da vinda de tais profissionais cubanos,
nos termos em que pactuados com a OPAS, se mostra francamente ilegal e arrisca
o erário a prejuízos até então incalculáveis, exatamente por não se conhecer o
destino efetivo dos recursos públicos brasileiros empregados no citado acordo”,
informa o parecer.
Por
Mary Anastasia O’Grady, do Wall Street Journal
Tradução:
Gabriel Marini e Felipe Moura Brasil
Sábado,
17 de novembro, 2018 ás 00:05
Nenhum comentário:
Postar um comentário