A
indicação do juiz federal Sergio Moro, que comanda as investigações da Operação
Lava Jato, para o cargo de ministro da Justiça repercutiu na imprensa
internacional, desde antes mesmo de Moro, aceitar o cargo, o que ocorreu quinta-feira
(1º/11). Jornais estrangeiros apontam que a indicação é uma sinalização de que
o Brasil vai intensificar a luta contra a corrupção. Veículos também fazem
críticas à conduta do juiz na Lava Jato, dizendo que as investigações teriam
dado mais peso às acusações ao PT.
Moro
assumirá o superministério da Justiça, que deverá englobar as áreas de
Segurança Pública, Controladoria-Geral da União e Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf).
A
indicação ganhou destaque em veículos como os americanos The New York Times e
The Wall Street Journal, o inglês The Times, o espanhol El País, o francês Le
Monde, a agência de notícias britânica Reuters e a agência americana Associated
Press.
Em
artigo intitulado “O juiz brasileiro que condenou Lula aceita cargo na equipe
de Bolsonaro”, The New York Times mostra que o juiz é visto como agente
importante de combate à corrupção, mas ressalta que na reta final das eleições,
ações de Moro beneficiaram o então candidato Jair Bolsonaro (PSL). A Reuters
também destaca que o juiz foi responsável pela prisão de Lula, rival do
presidente eleito.
No
artigo “O novo líder do Brasil escolhe juiz anticorrupção como ministro da
Justiça”, The Wall Streeet Jornal afirma que “Moro estará em posição de ajudar
a impulsionar as reformas estruturais. Mudanças que ele argumenta há muito são
necessárias para combater as causas da corrupção”.
O
inglês The Times destacou o fato de Bolsonaro oferecer um emprego no novo
governo “para o juiz anticorrupção, cuja investigação levou à prisão de seu
rival político”.
Para
o El País, a entrada de Moro no Executivo brasileiro marca “um antes e depois
nas investigações da Lava Jato”, que afeta “praticamente toda a classe política
do Brasil”.
A
Associated Press destaca que a decisão “será aclamada por brasileiros ansiosos
por uma repressão ao suborno, mas também [será marcada] por uma profunda
polarização após uma campanha presidencial contundente”.
Já
o jornal francês Le Monde faz um compilado de toda a equipe já anunciada por
Bolsonaro no artigo “Brasil: militar, juiz anticorrupção, astronauta…Os futuros
ministros do governo Bolsonaro”.
Além
de Moro, já estão confirmados no novo governo os ministros da Defesa (general
Augusto Heleno), da Ciência e Tecnologia (o astronauta Marcos Pontes), o da
Economia (Paulo Guedes) e o da Casa Civil (Onyx Lorenzoni). (ABr)
Nenhum comentário:
Postar um comentário