Os
consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros um pouco
menos caros em outubro. A taxa média do rotativo caiu 3,4 pontos percentuais em
relação a setembro, chegando a 275,7% ao ano. Os dados foram divulgados hoje
(28) pelo Banco Central. A taxa média é formada com base nos dados de
consumidores adimplentes e inadimplentes.
No
caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do
cartão em dia, a taxa chegou a 253,2% ao ano em outubro, recuo de 6,7 pontos
percentuais em relação a setembro. Já a taxa cobrada dos consumidores que não
pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) caiu
1,1 ponto percentual, indo para 291,1% ao ano.
O
rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor
integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo,
as instituições financeiras parcelam a dívida.
Em
abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes
no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos
consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho deste ano. Mesmo
assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque
os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.
Enquanto
a taxa de juros do rotativo chegou a 275,7% ao ano, o parcelamento das dívidas
do cartão de crédito pôde ser feito com juros de 166,1% ao ano em outubro.
Cheque especial
Já
a taxa de juros do cheque especial caiu 1 ponto percentual em outubro,
comparada a setembro, e está em 300,4% ao ano. Assim continua a ser a menor
taxa desde março de 2016, quando estava em 300,8% ao ano.
As
regras do cheque especial mudaram em julho. Segundo a Federação Brasileira de
Bancos (Febraban), os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque
durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento,
com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição
financeira.
As
taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as
modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal não consignado é mais
baixa: 126% ao ano em outubro, mesmo com o aumento de 3,8 pontos percentuais em
relação a setembro. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de
pagamento) recuou 0,1 ponto percentual, indo para 24,3% ao ano em outubro.
A
taxa média de juros para as famílias caiu 0,1 ponto percentual em outubro para
51,9% ao ano. A taxa média das empresas se manteve em 20,4% ao ano.
Inadimplência
A
inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas
físicas, caiu 0,1 ponto percentual e ficou em 4,9% em outubro. No caso das
pessoas jurídicas, o indicador ficou estável em 3%. Esses dados são do crédito
livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no
mercado.
De
acordo com o Banco Central, a inadimplência das famílias (pessoas físicas)
continua no menor nível histórico, desde a série iniciada pelo Banco Central em
março de 2011. A explicação são os programas de refinanciamentos e repactuações
de dívidas em atraso.
No
caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo,
destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura)
os juros para as pessoas físicas oscilaram 0,1 ponto percentual para cima, para
7,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas, porém, subiu em ritmo maior, com alta
de 1 ponto percentual, para 9,7% ao ano.
A
inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado ficou estável em 1,7%
e a das empresas subiu 0,2 ponto percentual, para 2,2%.
Saldo dos empréstimos
Em
outubro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$
3,165 trilhões, com recuo de 0,2% no mês, mas com expansão de 2,4% no ano. Em
12 meses, a expansão foi de 3,5%. Esse estoque do crédito corresponde a 46,3%
de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB). Isso representa
queda de 0,3 ponto percentual em relação a setembro (46,6%). (ABr)
Quarta-feira, 28 de novembro, 2018 ás 18:00
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