O
lĂder do governo no Senado, Romero JucĂĄ (PMDB-RR), apresentou duas emendas para
atenuar a proposta que extingue o fim do foro privilegiado para todas as
autoridades por crimes comuns. Em uma delas, JucĂĄ mantĂŠm o Supremo Tribunal
Federal (STF) como responsĂĄvel pelas decisĂľes sobre o recebimento de denĂşncia e
a autorização de inquÊrito policial envolvendo o presidente da República,
ministros de Estado, deputados e senadores, alĂŠm dos comandantes da Marinha, do
ExĂŠrcito e da AeronĂĄutica, ministros dos tribunais superiores e o
procurador-geral da RepĂşblica. Na prĂĄtica, a Suprema Corte continua como um
"filtro" para os processos das autoridades.
Em
seu texto, JucĂĄ sugere ainda que o inquĂŠrito policial sobre as autoridades deve
ser concluĂdo em atĂŠ 180 dias, com prorrogação por igual perĂodo uma Ăşnica vez.
JĂĄ a denĂşncia poderĂĄ ser oferecida em atĂŠ 45 dias apĂłs a conclusĂŁo do
inquĂŠrito, sob pena de arquivamento.
"Ă
verdade que, se não extirpa completamente o foro por prerrogativa de função do
sistema constitucional, o restringe em grande intensidade, basicamente apenas
mantÊm a competência dos tribunais para a apreciação dos pressupostas de
admissibilidade da acusação. As cortes da Justiça só deliberarão sobre o
recebimento da denĂşncia, cabendo a instrução e o julgamento da causa aos juĂzes
de primeira instância", diz o texto.
No
documento, JucĂĄ justifica que a sua emenda busca "assegurar a estabilidade
do desempenho de funçþes estatais essenciais, de modo a preservar pelo menos um
filtro tĂŞnue ao exercĂcio irrefletido da acusação ou mesmo do poder
jurisdicional sem qualquer fundamento idĂ´neo".
Na
outra emenda, JucĂĄ sugere que a prerrogativa do foro seja mantida para os
chefes dos Três Poderes, o presidente da República, da Câmara, do Senado e do
Supremo Tribunal Federal (STF). Dessa forma, eles continuariam sendo
processados e julgados pelo STF. Segundo o senador, o objetivo ĂŠ assegurar a
independĂŞncia e harmonia entre Poderes.
"NĂŁo
se mostra razoĂĄvel as autoridades mĂĄximas da RepĂşblica serem submetidas a julgamento
perante as primeiras instâncias. Por meio de tal sistemåtica, pode-se gerar
grande instabilidade institucional, uma vez que um chefe de Poder poderĂĄ ser
retirado de seu cargo pela decisĂŁo de ĂłrgĂŁos jurisdicionais funcionalmente
submetidos a autoridades superiores", afirma trecho da justificativa do
documento.
Assinaram
os dois requerimentos de apoio aos textos de JucĂĄ os senadores AĂŠcio Neves
(PSDB-MG), Airton Sandoval (PMDB-SP), AtaĂdes Oliveira (PSDB-TO), Benedito de
Lira (PP-AL), CĂĄssio Cunha Lima (PSDB-PB), Cidinho Santos (PR-MT), Ciro
Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Eduardo Amorim (PSDB-SE), Eduardo
Lopes (PRB-RJ), Elmano FĂŠrrer (PMDB-PI), HĂŠlio JosĂŠ (PMDB-DF), Humberto Costa
(PT-PE), Ivo Cassol (PP-RO), Jorge Viana (PT-AC), JosĂŠ Medeiros (PSD-MT), JosĂŠ
Pimentel (PT-CE), JosĂŠ Serra (PSDB-SP), LĂdice da Mata (PSB-BA), Lindbergh
Farias (PT-RJ), Otto Alencar (PSD-BA), Paulo Rocha (PT-PA), Raimundo Lira
(PMDB-PB), Renan Calheiros (PMDB-AL), Rose de Freitas (PMDB-ES), Thieres Pinto
(PTB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Wellington Fagundes (PR-MT).
Na
terça-feira, 4, a proposta que estabelece o fim do foro privilegiado, do
senador Alvaro Dias (PV-PR), voltou para a anålise da Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, por causa de um pedido de aditamento à s
emendas apresentadas pelos parlamentares. O texto original, com parecer
favorĂĄvel do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), determina o fim do foro para
todas as autoridades brasileiras, inclusive para o presidente da RepĂşblica, nas
infraçþes penais comuns.
Durante
sessĂŁo plenĂĄria, JucĂĄ tambĂŠm anunciou que vai apresentar um requerimento na CCJ
para que o fim do foro especial seja "detalhado". Ele disse que ĂŠ
preciso deixar claro que o fim do foro por prerrogativa de função vai atingir
nĂŁo apenas parlamentares, mas autoridades de vĂĄrios nĂveis, inclusive de
estados e municĂpios. (AE)
Quarta-feira,
5 de Abril de 2017 ĂĄs 20hs59
CCJ DO SENADO APROVA PROJETO
QUE CRIA DOCUMENTO ĂNICO DE IDENTIFICAĂĂO
O
Projeto de Lei da Câmara (PLC) 19/2017, que propþe reunir dados biomÊtricos e
civis, como Registro Geral, Carteira Nacional de Habilitação e o tĂtulo de
eleitor em um único documento, a Identificação Nacional, foi aprovado hoje (5)
pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. A proposta
ainda precisa passar por votação no plenårio da Casa.
De
acordo com o projeto, a Identificação Nacional dispensarå a apresentação dos
documentos que lhe deram origem ou nele mencionados e serå emitido pela Justiça
Eleitoral, ou por delegação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a outros
ĂłrgĂŁos. O documento serĂĄ impresso pela Casa da Moeda e usarĂĄ como base de
identificação o Cadastro de Pessoa FĂsica (CPF).
Conforme
o texto, o documento único serå emitido com base na Identificação Civil
Nacional, criada pelo projeto com o objetivo de juntar informaçþes sobre o
cidadĂŁo. A nova base de dados serĂĄ gerida pelo TSE, que garantirĂĄ o acesso Ă
UniĂŁo, aos estados, ao Distrito Federal, aos municĂpios e ao Poder Legislativo.
O
relator do projeto na CCJ, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), ressaltou que
hå anos discute-se um novo modelo de identificação civil para unificar
documentos. Segundo o parlamentar, se convertida em lei, a mudança vai
facilitar a vida do cidadĂŁo.
“A
matĂŠria desburocratiza a vida do cidadĂŁo, permitindo que um sĂł documento sirva
às mais diversas situaçþes do dia a dia, nas quais se exige a comprovação de
dados pessoais perante ĂłrgĂŁos e entidades pĂşblicos e privados”, disse
Anastasia. (ABr)
Quarta-feira,
5 de Abril de 2017 ĂĄs 20hs59
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