Consultado
pelo presidente Michel Temer, que o quer em sua equipe — na funĆ§Ć£o de assessor
especial para Assuntos PenitenciĆ”rios —, o criminalista AntĆ“nio Claudio Mariz
de Oliveira deve passar o fim de semana estudando a proposta.
AtƩ
esta sexta-feira, porĆ©m, nĆ£o parecia propenso a aceitar o cargo. Ele chegou a
ser cotado para a JustiƧa, no lugar de Alexandre de Moraes.
Os
dois se encontraram na noite de quinta-feira em uma sala na sede da Fiesp
(FederaĆ§Ć£o das IndĆŗstrias do Estado de SĆ£o Paulo), na Avenida Paulista.
Durante
mais de 1 hora, Temer deixou claro a Mariz que uma de suas prioridades Ć©
encontrar soluƧƵes para o caos no sistema prisional — palco de atrocidades no
inĆcio do ano no Amazonas, em Roraima e no Rio Grande do Norte.
O
presidente disse que a assessoria terĆ” total independĆŖncia e que darĆ” ampla
cobertura a medidas que Mariz entender necessĆ”rias. Com larga experiĆŖncia na
Ɣrea, o criminalista Ʃ apontado como o nome certo para assessorar o presidente
em temas penitenciƔrios.
Apesar
de honrado com o convite, Mariz fez algumas consideraƧƵes a Temer. Uma delas:
ele teria de permanecer em BrasĆlia por ao menos dois dias da semana, o que o
levaria a deixar o tradicional escritĆ³rio que mantĆ©m com 12 advogados. Como
assessor, Mariz teria ainda de cuidar da estruturaĆ§Ć£o do setor, ir atrĆ”s de
recursos.
NĆ£o
agrada o criminalista o fato de aceitar uma missĆ£o com prazo escasso para ser
executada, menos de dois anos. Ele avalia que o tempo nĆ£o seria suficiente para
apresentar resultados. Outro detalhe que incomoda o advogado Ć© que o cargo
seria remunerado, o que ele nĆ£o quer.
Na
conversa com o presidente, o advogado pensou numa alternativa, como a criaĆ§Ć£o
de um comitĆŖ informal para planejamento e reforma do sistema penitenciĆ”rio, mas
sem que ele tivesse vĆnculo com o governo.
Mariz
disse que nĆ£o pretende atuar como uma espĆ©cie de "conselheiro" do
presidente para a polĆtica.
—
Eu me disponho a ficar sempre do lado do Michel, conversar, dar palpites. Somos
amigos hĆ” pelo menos 40 anos, mas ele nĆ£o comentou nada sobre isso comigo.
Segundo
Mariz, o presidente foi incisivo e garantiu que estĆ” muito preocupado com a
situaĆ§Ć£o nos presĆdios.
—
NĆ£o podemos ficar inertes, aguardando a prĆ³xima tragĆ©dia.
O
advogado disse ainda que "a sensibilidade do Michel Ć© total para o
problema".
—
Verifiquei uma grande preocupaĆ§Ć£o do presidente em relaĆ§Ć£o ao sistema
penitenciƔrio brasileiro e um desejo expresso de encaminhar soluƧƵes, por
entender que a situaĆ§Ć£o nĆ£o pode perdurar. Ele entende que medidas prĆ”ticas tĆŖm
de ser tomadas pelo governo, mas com efetiva colaboraĆ§Ć£o de setores da
sociedade. (AE)
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