O
ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa
Dilma-Temer no TSE, pediu nesta segunda-feira, 6, a colaboração do juiz Sérgio
Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba, para que compartilhe com a Corte
Eleitoral provas e outros documentos da operação que tenham relação com
“ocorrência de eventual abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral
da chapa Dilma-Temer em 2014”.
“Expeça-se
ofício à 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, na pessoa do Exmo. Juiz
Federal Sérgio Fernando Moro, solicitando sua colaboração no sentido de
compartilhar com este Juízo provas documentais ou outras que, entre as ações
criminais em curso perante aquela jurisdição, digam respeito ao objeto da
presente Ação de Investigação Judicial Eleitoral, que é a ocorrência de
eventual abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral da chapa
Dilma-Temer em 2014”, assinalou Benjamin.
A
decisão é de segunda e foi tornada pública nesta terça-feira, 7. A medida
ocorre após serem ouvidos cinco delatores da Odebrecht, incluindo o
ex-presidente Marcelo Odebrecht, que detalharam os pagamentos ilícitos da
empreiteira por meio do “departamento de propinas” e que teria abastecido
várias campanhas eleitorais em 2014.
Ao
TSE, Marcelo Odebrecht disse que 4/5 dos recursos destinados pela empresa para
a campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014 tiveram como origem o
caixa 2. Segundo relatos, Marcelo afirmou que a petista tinha dimensão da
contribuição e dos pagamentos, também feitos por meio de caixa 2, ao então
marqueteiro do PT, João Santana. A maior parte dos recursos destinados ao
marqueteiro era feita em espécie.
O
valor acertado para a campanha presidencial da chapa reeleita foi de R$ 150
milhões, segundo o delator. Deste total, de acordo com o empresário, R$ 50
milhões eram uma contrapartida à votação da Medida Provisória do Refis,
encaminhada ao Congresso em 2009, e que beneficiou a Braskem, empresa
controlada pela Odebrecht e que atua na área de química e petroquímica.
Cooperação.
Não é a primeira vez que o ministro do TSE pede a colaboração de Moro,
responsável pela operação que revelou o esquema de corrupção na Petrobrás e
também em outras áreas do governo. Em fevereiro de 2016, atendendo a uma
solicitação da Corte Eleitoral, o juiz da Lava Jato informou que, em uma das
sentenças da operação, ficou “comprovado o direcionamento de propinas acertas
no esquema criminoso da Petrobrás para doações eleitorais registradas”.
Na
ocasião ele ainda encaminhou várias notas fiscais, registros de transferências
bancárias e recibos eleitorais de doações feitas ao PT oficialmente, no total
de R$ 4,3 milhões que, segundo a sentença da Lava Jato, serviram para ocultar
“propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobrás”, sentenciou o magistrado
– um total de 27 doações feitas entre outubro de 2008 e março de 2012.
Agora,
a Corte Eleitoral quer saber se a investigação em primeira instância também
identificou indícios de abuso de poder político. (AE)
Quarta-feira,
8 de Março de 2017 ás 10hs00
TRIBUNAL ELEITORAL FARÁ
ACAREAÇÃO ENTRE DELATORES DA ODEBRECHT
Diante
de diferentes fatos narrados no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma
Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico
para se reeleger em 2014, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), decidiu fazer uma acareação entre três delatores da Odebrecht
que já prestaram depoimento à Justiça Eleitoral.
Segundo
o TSE, a acareação será feita na próxima sexta-feira, 10, às 16h, entre Marcelo
Odebrecht, Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo. Apenas Cláudio Melo virá
pessoalmente ao edifício-sede do TSE, em Brasília; Hilberto e Marcelo
participarão da acareação por meio de videoconferência, informou a Corte
Eleitoral via assessoria de imprensa.
O
ex-executivo da Odebrecht Hilberto Filho afirmou em depoimento ao TSE que o
Departamento de Obras Estruturadas da empreiteira, conhecido como “departamento
da propina”, desembolsou U$ 3,39 bilhões em caixa 2 entre 2006 e 2014.
Já
o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar
afirmou que a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos:
PROS, PC do B e PRB, num total de R$ 21 milhões.
Alexandrino
disse ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode levar à cassação da
chapa Dilma-Temer, que os pagamentos foram feitos via caixa 2 para garantir o
apoio político dessas siglas à chapa que unia PT e PMDB na campanha
presidencial de 2014.
Na
semana passada, o executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do
grupo que leva seu sobrenome, afirmou que 4/5 das doações para a campanha
presidencial de Dilma Rousseff tiveram como origem o caixa 2.
O
ministro Herman Benjamin também decidiu pedir ajuda ao juiz federal Sérgio
Moro, responsável por conduzir a Lava Jato na primeira instância. O ministro
pediu que fossem compartilhadas com o TSE “provas documentais ou outras” que
digam respeito à campanha eleitoral de 2014. (AE)
Quarta-feira,
8 de Março de 2017 ás 10hs00
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