O
MinistÊrio Público Eleitoral (MPE) enviou no final da noite de terça-feira-28,
ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a manifestação final sobre a ação contra a
chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) reeleita em 2014.
De
acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o MPE pediu a cassação do presidente
Michel Temer e a inelegibilidade da presidente cassada. A manifestação Ê
mantida sob sigilo. O parecer foi assinado pelo vice-procurador-geral
eleitoral, Nicolao Dino, que atua na corte eleitoral por delegação do
procurador-geral da RepĂşblica, Rodrigo Janot. Dino ĂŠ um dos prĂŠ-candidatos Ă
sucessĂŁo de Janot, que tem mandato previsto para acabar em setembro.
A
ação foi aberta a pedido do PSDB, que alega abuso de poder polĂtico e eleitoral
na campanha à reeleição da chapa em 2014.
Na
segunda feira, 27, o ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE, enviou
seu relatĂłrio final para os demais ministros da Corte, liberando o processo
para que seja pautado em plenĂĄrio.
O
presidente do tribunal, ministro Gilmar Mendes, jå marcou para começar na manhã
da próxima terça-feira, 4, o julgamento do caso. O TSE dedicarå quatro sessþes
da próxima semana - duas extraordinårias e duas ordinårias - para se debruçar
sobre o caso, que poderå levar à convocação de eleiçþes indiretas.
Se
os ministros do tribunal eleitoral seguirem o entendimento do MPE - ou seja,
cassarem Temer, mas o deixarem elegĂvel -, ele poderia concorrer numa eleição
indireta.
Separação
No
ano passado, um parecer do MinistĂŠrio PĂşblico Eleitoral recomendou que fosse
rejeitado o pedido da defesa de Temer para separar sua responsabilidade em
relação a de Dilma Rousseff no processo. Na ĂŠpoca, Nicolao Dino afirmou que “o
abuso de poder aproveita a chapa em sua totalidade, beneficiando a um sĂł tempo
o titular e o vice”.
Em
outro parecer, o MPE indicou a existĂŞncia de “fortes traços de fraude e desvio
de recursos” ao analisar as informaçþes colhidas com a quebra do sigilo
bancĂĄrio das grĂĄficas Red Seg GrĂĄfica, Focal e GrĂĄfica VTPB, contratadas pela
chapa Dilma-Temer.
O
vice-procurador-geral eleitoral ainda afirmou em entrevista nesta semana, que
“caixa 2 ĂŠ crime tĂŁo grave quanto corrupção”. “Caixa 2 ĂŠ crime, caixa 2 ĂŠ um
desvalor de conduta que precisa ser adequadamente punido na nossa legislação. Ă
objeto de reprovação, não hå dúvida alguma. Ele desiguala a disputa eleitoral.
Ă abuso de poder, abre a porta para troca de favores. O caixa 2 em tudo ĂŠ
negativo, ĂŠ nefasto para o processo democrĂĄtico”, afirmou Dino.
Quarta-feira,
29 de Março de 2017 ås 11hs00
ESPECIALISTAS DIVERGEM SOBRE
PONTOS DA REFORMA DA PREVIDĂNCIA
O
governo debate a possibilidade de dar para os estados e municĂpios fazerem suas
reformas previdenciĂĄrias. Mas, caso isso nĂŁo ocorra, os servidores estaduais e
municipais passarĂŁo a seguir as regras iguais para os servidores federais que
forem aprovadas pelo Congresso.
Enquanto
a proposta Ê analisada em Comissão Especial na Câmara dos Deputados, alguns
pontos geram divergências. Especialistas opinaram, nesta terça-feira (28),
durante audiĂŞncia pĂşblica realizada na Casa.
Segundo
o economista Fabio Giambiagi, especialista na ĂĄrea e defensor de uma reforma,
alguns pontos da proposta deveriam ser alterados, como, por exemplo, a pensĂŁo
por morte.
Segundo
ele, o fim da acumulação da aposentadoria com pensão vai afetar muito os viúvos
ou viĂşvas porque alguns gastos grandes, como aluguel, continuam os mesmos apĂłs
a morte do companheiro.
Giambiagi
disse ainda que o cĂĄlculo do benefĂcio deveria ser alterado para que uma pessoa
que chegasse aos 65 anos de idade, com 45 anos de contribuição, pudesse ter
100% do benefĂcio. Pela reforma, isso sĂł ocorreria com 49 anos de contribuição.
O
economista afirmou tambĂŠm que o problema da PrevidĂŞncia nĂŁo ĂŠ contĂĄbil, mas de
justiça social. Isso porque o sistema permitiria, por exemplo, aposentadorias
precoces em detrimento de gastos com saúde e educação.
Arrecadação
JĂĄ
Denise Gentil, professora da UFRJ, propĂ´s que o governo pense em melhorar a
arrecadação tributåria e a produtividade do trabalhador e não apenas em cortar
gastos. Denise sugeriu medidas como o combate Ă sonegação; a cobrança da dĂvida
previdenciåria; a redução do mecanismo que desvincula receitas da Seguridade
Social; a revisão das desoneraçþes; a criação de empregos formais; e um projeto
de desenvolvimento que envolva ganhos de produtividade:
"A
anålise que corta os gastos Ê bem endereçada. Quem precisa das transferências
de renda do governo? Obviamente que sĂŁo as pessoas mais necessitadas. Quem
ganha quando o governo passa a transferir menos? As pessoas que sĂŁo mais
favorecidas pelos demais gastos do governo, particularmente aqueles com juros.
EntĂŁo, uma reforma que corta gastos nĂŁo ĂŠ assim totalmente isenta e
desinteressada. Ela vem com um objetivo de pressĂŁo social", avaliou.
Envelhecimento
O
presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Marcos Lisboa, destacou
que o principal motivo para a reforma da PrevidĂŞncia ĂŠ o envelhecimento
populacional. Segundo ele, a relação entre trabalhadores e aposentados vai ser
de dois para um daqui a 15 anos. Se nada for feito, em 2036, todo o gasto
pĂşblico serĂĄ destinado ao pagamento da PrevidĂŞncia, alertou.
Victor
Roberto de Souza, da Associação dos JuĂzes Federais do Brasil, disse que a
reforma, se aprovada, vai desencadear muitas açþes judiciais. Ele citou como
exemplo a falta de explicação para as regras de transição restritas a pessoas
com idade de 45 anos ou mais para mulheres, e de 50 anos ou mais, para homens.
(Com informaçþes Ag Câmara)
Quarta-feira,
29 de Março de 2017 ås 11hs00
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