Medicina,
direito, engenharia, pedagogia e licenciaturas estão entre as carreiras mais
procuradas por estudantes de 15 anos em 41 países. No Brasil, quase dois a cada
três estudantes pretendem seguir as dez profissões mais citadas no questionário
do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018 por aqueles
que fizeram as provas.
Os
resultados estão no estudo “Empregos dos sonhos? As aspirações de carreira dos
adolescentes e o futuro do trabalho”, divulgado hoje (22) pela Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A publicação analisa, entre
outras, as respostas à pergunta: “Qual profissão você espera ter aos 30 anos de
idade? ”, feita aos participantes do Pisa. O levantamento analisa ainda os
resultados dos países que participaram da edição do exame em 2000 e em 2018.
“As
aspirações profissionais dos jovens são importantes”, diz o estudo. “As
aspirações de carreira dos adolescentes são um bom preditor dos empregos que os
alunos podem ocupar quando adultos”, observa. A intenção é mostrar também como
essas aspirações mudaram ao longo do tempo.
Os
rankings das profissões mais desejadas variam de acordo com o gênero dos
estudantes. Entre as mulheres, tanto em 2000 quanto em 2018, medicina, direito,
pedagogia e licenciaturas, enfermagem, psicologia, administração e veterinária
estão entre as top 10.
Em
2000, profissões como jornalista, secretária e cabeleireira completavam o
ranking. Em 2018, elas saíram e deram lugar às ocupações de designers, arquitetas
e policiais.
Entre
os homens, as profissões mais procuradas em 2018 foram engenheiro,
administrador, médico, advogado, profissional de educação física, arquiteto,
mecânico automobilístico, policial e profissional de tecnologia da informação e
comunicação. As profissões são as mesmas desejadas em 2000, apenas mudaram de
lugar no ranking. Engenharia, que ocupava a terceira posição entre os meninos,
passou a ser a mais buscada.
“De
maneira esmagadora, são mais frequentes os meninos que esperam trabalhar em
ciência e engenharia do que as meninas, mesmo quando meninos e meninas têm o
mesmo desempenho no teste científico do Pisa, mas esse nem sempre é o caso.
Além disso, em muitos países, o nível de interesse das meninas por essas
profissões é maior do que o dos meninos”, diz o estudo.
No
Brasil, 63% dos estudantes de 15 anos querem seguir essas carreiras. O índice
só é superado pela Indonésia, com 68%. França e República Tcheca têm o menor
percentual, 36%.
O
estudo analisou também os riscos de as profissões escolhidas pelos estudantes
não existirem mais no futuro devido ao uso de robôs e de inteligência
artificial para substituir trabalhadores.
De
acordo com o texto, a maioria das carreiras mais populares entre os jovens,
como profissionais de saúde e sociais, culturais e legais, tende a ter baixo
risco de automação.
No
entanto, fora do ranking das profissões top 10, “muitos jovens selecionam
empregos com risco muito maior de automação. Ao todo, 39% dos empregos citados
pelos participantes do Pisa correm o risco de ser automatizados dentro de 10 a
15 anos”.
O
estudo mostra que o risco de automação varia entre países. Na Austrália,
Irlanda e no Reino Unido, cerca de 35% dos empregos citados pelos estudantes
correm o risco de automação. Na Alemanha, Grécia, Japão, Lituânia e Eslováquia,
mais de 45% desses empregos estão em risco.
O
Pisa é aplicado a cada três anos e avalia estudantes de 15 anos quanto aos
conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Em 2018, o Pisa foi aplicado
em 79 países e regiões a 600 mil estudantes. No Brasil, cerca de 10,7 mil
estudantes de 638 escolas fizeram as provas. (ABr)
Quarta-feira,
22 de janeiro, 2020 ás 11:00
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