Na
primeira entrevista concedida após a posse, o presidente Jair Bolsonaro afirmou
quinta-feira (3/01) que não pretende retomar a cobrança da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nem aumentar alíquotas. Avisou
ainda que, mesmo com, a oposição de alguns governadores, não pretende partir
para o enfrentamento.
“Não
posso fazer uma guerra com os governadores do Nordeste, atrapalhando as pessoas
[da região]”, afirmou o presidente com exclusividade ao SBT. Ele aproveitou
para brincar: “Espero que não venham pedir dinheiro”.
Impostos
Bolsonaro
negou que pretende retomar a cobrança do imposto sobre cheques e elevar
alíquotas para a contribuição previdenciária do funcionalismo público. Segundo
ele, o que planeja é implementar a fusão de tributos, mas não detalhou como
será feito.
De
acordo com o presidente, é fundamental buscar os pontos pelos quais escoam o
dinheiro público. Ele levantou dúvidas sobre a liberação de recursos para
eventos esportivos e culturais que, na sua avaliação, são elevados. Para ele,
há indícios de corrupção na movimentação financeira de órgãos públicos.
O
presidente afirmou que manterá o Bolsa Família. No entanto, vai revisar o
programa para evitar desvios, mas jamais acabar com os repasses. “Seria um ato
de desumanidade retirar a bolsa para essas famílias”, disse.
Após
o PSL, partido de Bolsonaro, fechar hoje apoio à reeleição do presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ele optou pela neutralidade. O presidente da
República disse não ter restrições aos nomes já postos para comandar a Casa,
mas quer a vitória de alguém que consiga dialogar com ele. “Nós queremos é
dialogar com quem quer dialogar. ”
Política externa
Bolsonaro
afirmou que pretende ir aos Estados Unidos para se reunir com o presidente
norte-americano, Donald Trump. Questionado se o norte-americano não viria para
o Brasil, disse que sabia do seu lugar.
“Eu
reconheço a minha posição, nós sabemos que ele é o homem mais poderoso do
mundo, gostaria muito que nós visitássemos, mas já sinalizei para o [secretário
de Estado norte-americano] Mike Pompeo que em março eu gostaria de fazer uma
visita [aos Estados Unidos]. ”
De
acordo com o presidente, a parceria com os norte-americanos pode país pode ser
“bélica”, indo além das questões econômicas. “A aproximação minha com os
Estados Unidos é econômica, mas pode ser bélica. Podemos fazer acordos também.
” Bolsonaro disse que o Brasil não quer ter “superpoderes na América do Sul”,
mas quer ter “supremacia”.
Questionado
sobre a aliança da Rússia com a Venezuela, fortalecendo o país sul-americano,
Bolsonaro disse que acompanha as intenções do governo de Nicolás Maduro. “O
Brasil tem de se preocupar com isso, sim. ”
O
presidente negou que a aproximação com Israel poderá prejudicar a relação com
os países árabes. Para ele, “grande parte do mundo arábe está se alinhando com
os Estados Unidos. ” (ABr)
Sexta-feira,
04 de janeiro, 2019 ás 00:05
Nenhum comentário:
Postar um comentário