O
presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Joaquim Levy, disse terça-feira (8/01) que o banco tem um papel a cumprir dando
apoio técnico às privatizações que forem propostas pelo Governo Federal e por
governos estaduais. "Vamos ser parceiros. Obviamente a direção vai ser
dada pelo secretário [de desestatização e desinvestimentos] Salim Mattar. Mas
vamos ser parceiros e proporcionando exatamente o apoio técnico e o que for
necessário para fazer acontecerem essas privatizações", disse Levy, em
coletiva de imprensa depois da cerimônia de transmissão de cargo na sede do
banco, no Rio de Janeiro.
Levy
afirmou que há um potencial de criação de eficiência que pode ser obtido com as
desestatizações. "Vai ser nesse sentido que vamos trabalhar juntos".
Em
relação aos estados, o banco vai cumprir o mesmo papel, quando esse for o
direcionamento dos governos estaduais. Levy afirmou que cada caso é um caso,
mas disse que há boas experiências na área de saneamento. Na visão dele, esse é
um modelo que pode ser valioso para estados que estão diante de desafios
fiscais.
"Para
muitos estados, a desestatização pode ajudar a não só gerar um valor imediato,
mas também reduzir perdas e ineficiências que se arrastam por muitos
anos".
Agências reguladoras
O
economista ponderou que o bom funcionamento do setor privado na infraestrutura
depende de ter agências reguladoras para "acompanhar e garantir a boa
entrega de serviços e que, em alguns casos, possa até substituir o
concessionário".
"A
experiência no Brasil é boa. Agora, é óbvio que depende de criar um ambiente
adequado para a empresa privada ser bem regulada e bem supervisionada e, quando
necessário, ser substituída, e em muitos casos dando garantia aos investidores
de que esse processo vai se dar de maneira transparente, previsível e com
capacidade de os financiadores poderem tomar ações preventivas e corretivas se
necessário".
Eletrobrás
Em
relação à proposta de privatização da Eletrobrás, Levy afirmou que o processo
continua em discussão. "Há um interesse do governo e vamos continuar
apoiando a política que se fixar no horizonte".
O
presidente do banco também falou sobre a necessidade de deixar os dados do
banco mais acessíveis à população e afirmou que é preciso "ter clareza em
relação ao passado". Esse trabalho, segundo ele, passa muitas vezes por
organizar melhor os dados que já existem, de modo que possam ser mais bem
compreendidos.
"A
gente não vai ficar só olhando para o passado, mas também precisamos ter
clareza em relação ao passado. Na verdade, uma caixa preta é preta enquanto
você não decripta o que está ali dentro. Em geral, se abre a caixa-preta quando
se teve um acidente, um desastre, e vai tentar se descobrir o que aconteceu.
Nesse sentido, há registros e se pode descobrir exatamente o que
aconteceu", disse ele. "A gente quer que sirva de base para continuar
desenvolvendo boas regras de governança. É um tema que certamente a gente vai
se dedicar e desenvolver". (ABr)
Quarta-feira,
09 de janeiro, 2019 ás 00:05
Nenhum comentário:
Postar um comentário