O
procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador do Ministério Público
Federal (MPF) na Operação Lava Jato, afirmou que a decisão de autorizar a
votação secreta na disputa pela Presidência do Senado favorece a eleição do
senador Renan Calheiros (MDB-AL) e dificulta a aprovação de leis necessárias ao
combate à corrupção. A declaração publicada no Twitter na madrugada desta quinta-feira
(10) é uma crítica direta à decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Dias Toffoli, que negou quarta-feira (9/01) a transparência dos
votos na disputa.
“Decisão
de Toffoli favorece Renan, o que dificulta a aprovação de leis contra a
corrupção, pois a Presidência do Senado decide pauta (o que e quando será
votado). Diferentemente de juízes em tribunais, senadores são eleitos e têm
dever de prestar contas. Sociedade tem direito de saber”, escreveu Dallagnol.
Ao
afirmar que, se Renan for presidente do Senado, dificilmente os brasileiros
verão uma reforma contra corrupção aprovada, o coordenador da Lava Jato sugeriu
que o suposto constrangimento dos senadores de expor seus votos no senador
alagoano faz com que o voto secreto favoreça Renan.
“[Renan]
tem contra si várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos
senadores podem votar nele escondido, mas não terão coragem de votar na luz do
dia”, argumentou Dallagnol, na noite de ontem.
“Autorizar
a votação secreta subverte o dever dos políticos de prestar contas ao povo e o
direito da sociedade de fiscalizar seus representantes. Estes não agem em nome
próprio, mas em nosso nome”, criticou o procurador. (DP)
Quinta-feira,
10 de janeiro, 2019 ás 14:55
Nenhum comentário:
Postar um comentário