A
aprovação da reforma trabalhista, terça-feira (11/07), no Senado Federal, foi
uma vitória para o setor produtivo brasileiro, que há anos tenta mudar as leis
nacionais. Na opinião dos representantes da iniciativa privada, a reforma é o
início de um caminho de modernização das relações de trabalho que o País começa
a trilhar e que trará maior competitividade para as empresas nacionais.
Na
opinião do presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso, além de dar um
pouco de modernidade à legislação trabalhista, a reforma aprovada vai trazer
para a legalidade um “monte de gente” que não tem carteira assinada. “Temos
viajado muito mundo afora e é impressionante o ‘gap’ do Brasil em relação ao
resto do mundo em termos de relações de trabalho”, afirma Cardoso.
Segundo
ele, hoje o maior risco para o empreendedor é o risco trabalhista, já que o
judiciário legisla para o trabalhador. “Hoje o Brasil só atrai investimentos em
áreas de baixo valor agregado ou naqueles setores ligados a recursos naturais.
A primeira coisa que o investidor estrangeiro olha é a que questão trabalhista.
”
A
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também celebrou a
decisão do Senado. “Teremos uma modernização da legislação trabalhista que
esperamos há 70 anos. Estamos satisfeitos”, afirmou a diretora executiva e
jurídica da Fiesp, Luciana Freire. Para ela, o pilar da reforma é a questão do
negociado se sobrepor ao legislado. Nos últimos anos, diz a executiva, a
Justiça do Trabalho e o Ministério Público têm anulado as decisões entre os
sindicatos e as empresas, o que gerava incerteza para o setor produtivo.
Cardoso,
da Abimaq, também elogiou a medida e diz que, ao contrário do que muitos estão
afirmando, a nova regra vai dar mais força aos sindicatos, já que os acordos
vão prevalecer sobre a legislação.
A
reforma, segundo os executivos, vai trazer a legislação para a nova realidade
do mercado de trabalho, como o home office. Além disso, afirmam eles, vai
beneficiar trabalhadores que estavam à margem da CLT. “Aqueles que não têm
carteira assinada, que não tem direito a férias e ao 13º salário, agora serão
legalizados”, afirma Luciana, referindo-se aos trabalhadores que vivem de
“bicos”.
Foco
Para
o presidente do Sindicato da Habitação, Flavio Amary, a reforma trabalhista era
uma necessidade para devolver a competitividade ao País. Para ele, neste
momento o foco do Congresso deve ser exatamente a aprovação de medidas que deem
condições para a economia retomar o crescimento. Ontem, a entidade publicou uma
carta onde elogia os “acertos da política econômica” e as “propostas
reformistas”, que têm permitido a retomada da produção e a geração de emprego.
“Entendemos
que não podemos ser neutros. Não se trata de defender partido, mas neste
momento acreditamos que o Congresso em conjunto com o executivo tem de
continuar as reformas e daqui a um ano e meio passamos por novas eleições”, diz
o presidente da entidade. (AE)
Quarta-feira,
12 de julho, 2017 ás 10hs00
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