O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou há pouco que, “no momento”, a
elevação do PIS/Cofins anunciado pelo governo nesta quinta-feira é suficiente e
que “em última análise” todas as medidas econômicas são para beneficiar o
consumidor. “Certamente (o aumento pesa
no bolso do consumidor), mas, por outro lado, pesa no bolso do cidadão quando o
juro é mais caro, quando em função do déficit público a inflação é maior”,
disse. “Tudo que nós fazemos, em última análise
é para beneficiar o bolso do cidadão. ”
Meirelles
destacou que além da alta de tributo o governo anunciou um corte adicional de
gastos. “Não é so aumentar impostos, os gastos públicos estavam muito
comprimidos e se cortou ainda mais”. Ao ser questionado se haverá novos
aumentos de imposto respondeu: “No
momento é suficiente. ” Segundo o
ministro, o momento para aumentar o tributo era o ideal porque “a inflação está
reagindo muito bem, caindo bastante” e a medida não deve prejudicar a retomada
do crescimento. “A nossa expectativa é que isso vai consolidar a trajetória do
crescimento, exatamente porque vai manter o nível de confiança, manter o nível
de confiança no ajuste fiscal, nível de confiança na economia”, afirmou.
Meirelles
reiterou ainda que as mudanças no texto da Medida Provisória 783, que instituiu
no Novo Refis (programa de parcelamento de débitos tributários) e previa
arrecadação de R$ 13,3 bilhões em 2017, geraram frustração e incertezas que
contribuíram para a decisão de elevar o PIS/Cofins. “Uma razão importante é devida
as mudanças muitos fortes no projeto do Refis diminuindo bastante a arrecadação
prevista e gerando muita incerteza sobre qual será de fato. Muitas empresas
adiaram ou não se inscreveram no programa de adesão até agora”, afirmou.
Segundo
ele, com essa incerteza criou-se a necessidade de receitas adicionais. “Além do
mais existe a questão que nós estamos de fato ainda enfrentando os efeitos da
recessão de 2015, 2016, mas os efeitos fiscais estão ocorrendo este ano”,
declarou.
Meirelles
destacou que a primeira reação dos agentes econômicos a medida foi positiva e
mostra que o importante “é manter o equilíbrio fiscal e em consequência manter
o emprego”. O ministro destacou ainda que o país registrou três meses seguidos
de uma criação liquida positiva de emprego depois de três anos e que acredita
que o desemprego vai cair no segundo semestre. “Para isso é muito importante
manter o ajuste”, frisou.
Questionado
de o emprego não pode ter um impacto do efeito da sazonalidade de postos
criados pelo agronegócio, que tendem a diminuir nos próximos meses, Meirelles
afirmou que mesmo depois da dessazonalização “o crescimento do emprego ainda é
positivo”. “Está se disseminando o crescimento (do emprego) em outros setores
da economia.” (AE)
Sexta-feira,
21 de julho, 2017 ás 10hs40
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