O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é favorável à criação do
Ministério da Segurança Pública, mas avalia que essa articulação deva ser
desvinculada das negociações políticas. Na cadeira de presidente interino da
República desde a tarde desta segunda-feira, 9, Maia defendeu a ideia do
ministério para que o assunto seja tratado de forma "menos emergencial e
mais rotineira".
Maia
receberá ainda nesta terça-feira, 10, integrantes da Frente Parlamentar de
Segurança, que avalizam o novo modelo.
Candidato
à reeleição na Câmara, o deputado nega que o apoio à formação de um Ministério
da Segurança Pública esteja ligado à campanha, uma vez que Rogério Rosso
(PSD-DF), seu adversário na disputa pelo comando da Casa, também pregou a
criação da pasta.
"É
um tiro no pé tratar esse tema como discussão política, partidária e
eleitoral", disse Maia ao Estado. "O DEM, por exemplo, defende esse
ministério desde 2007."
Antes
de viajar para Portugal, na tarde desta segunda-feira, o presidente Michel
Temer (PMDB) afirmou que via com simpatia a ideia de debater a segurança
pública com a Frente Parlamentar.
Questionado
sobre o custo da criação de mais um ministério, em um momento de crise
econômica e redução de gastos públicos, Maia respondeu que a estrutura para
abrigar essa área no governo passará pelo crivo de Temer e não está definida.
"Pode
ser um ministério ou uma secretaria com mais poder. O que não se pode é
responsabilizar o presidente pela crise no sistema penitenciário",
argumentou ele. "Agora, há um estrangulamento financeiro dos Estados que
tem de ser pensado de forma coletiva. Como os Estados vão conseguir cumprir sua
parte (nos acordos com o governo federal) quando todos estão vivendo perda de
arrecadação? As soluções não são fáceis."
Maia
almoçou nesta terça-feira com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no
Palácio do Planalto. O ministro autorizou o envio de 200 integrantes da Força
Nacional de Segurança para Amazonas e Roraima, com o objetivo de controlar a
crise nos presídios. Nos primeiros dias do ano, as rebeliões em cadeias dos
dois Estados já deixaram pelo menos 93 mortos.
Pressionado,
o governo federal também atendeu a pedidos de Acre, Tocantins, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Rondônia para transferência de presos. (AE)
Quarta-feira,
11 de Janeiro de 2017
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