Luiz
Felipe Scolari afirmou que os protestos que devem explodir nas ruas durante a
Copa do Mundo podem atrapalhar o ambiente da seleção brasileira, que tentará
vencer o sexto título mundial a partir de junho.
Em
entrevista ao Fantástico, da TV Globo, na noite de domingo, o treinador
questionou a pertinência dos protestos durante o torneio.
"Os
protestos podem acontecer se forem normais, sem quebra-quebra. É democracia,
todos têm direito de protestar contra A ou B ou alguma coisa", afirmou o
gaúcho. "Mas não sei se agora seria a hora de isso acontecer."
Ele
disse que não vai impedir seus atletas de comentarem publicamente a
movimentação política e social no país, mas que vai alertá-los para que o clima
nas ruas não prejudique o ambiente do time.
"Os
jogadores têm uma missão, eles podem pensar, se expressar, podem dizer 'Eu
quero um Brasil melhor', mas que isso não nos cause dificuldade no nosso
ambiente."
Questionado
por um de seus entrevistadores se os protestos podem atrapalhar o desempenho do
time, o técnico foi taxativo: "Pode e muito!"
Em
uma entrevista na maior parte do tempo descontraída, Felipão ficou sério ao
comentar o legado social que a Copa deixará no país.
"Nós
podíamos ter aproveitado melhor esses sete anos que tivemos pra montagem de
tudo que precisamos, aeroportos, estradas, educação. Mas perdemos tempo e não
vamos mais ter esse tempo."
Posição sobre temas polêmicos
Durante
a mesma entrevista, o técnico foi estimulado a comentar assuntos polêmicos da
atualidade e deu sua opinião sobre racismo, casamento gay e pena de morte.
Veja
o que ele disse:
Racismo
Eu
tenho uma ideia clara sobre isso e já explanei. A gente deve combater, deve
falar sim, mas não se deve dar a ênfase que essas pessoas [racistas] estão
querendo. Elas querem ser mencionadas, aparecer.
Casamento gay
Cada
um escolhe sua opção. Uma pessoa pode ser feliz tendo uma outra pessoa do mesmo
sexo ao lado ou não.
Pena de morte
[Após
um momento de hesitação] Não sei, já vi e ouvi muito sobre isso quando estava
fora do Brasil, onde existe pena de morte. Ouvi que algumas vezes isso não
coíbe nada. Acho que se nós fôssemos tomar uma atitude, tem que pesquisar muito
bem pra saber se é interessante, se vale a pena ou se vai coibir alguma coisa.
Do UOL, em São Paulo
Segunda-feira,28 de abril, 2014.
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