A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contrariando pedido da defesa de
Michel Temer, defendeu o prosseguimento das investigações no Supremo Tribunal
Federal (STF) sobre o presidente em relação à edição de um decreto que trata do
setor portuário. Na manifestação encaminhada nesta quinta-feira, 26, ao relator
do inquérito, o ministro Luís Roberto Barroso, Dodge destacou que há
diligências (atividades da investigação) a cumprir
A
defesa do presidente Michel Temer havia informado ao STF que contratos da
Rodrimar foram analisados pela Secretaria Nacional dos Portos e houve uma
recomendação em parecer para que nem todos os contratos fossem renovados. Com
isso, os advogados pediam que Barroso reconsiderasse a decisão - que autorizou
a instauração do inquérito contra o presidente.
Após
o ministro do STF pedir manifestação da procuradora-geral sobre o caso, a
procuradora-geral Raquel Dodge afirmou que a fase de diligências do inquérito
serve justamente para a elucidação dos fatos. A instauração do inquérito,
escreveu Raquel, é recente e as diligências acabaram de ser requisitadas pela
PGR.
Para
a procuradora-geral, as diligências do inquérito são necessárias para a
formação do juízo de valor do Ministério Público, de modo a apontar se será
necessário pedir o arquivamento do caso ou oferecer denúncia. "A fase
inquisitorial tem como objetivo a completa elucidação dos fatos. Seu resultado
será a base da formação do juízo de convencimento do MPF, resultando, ao final,
em denúncia ou arquivamento", disse Raquel Dodge, destacando que todo e
qualquer documento juntado pela defesa será avaliado no momento oportuno.
"É
imprescindível a realização das diligências iniciais apontadas na manifestação
com fito de esclarecer os fatos sob investigação", acrescentou.
O
inquérito foi aberto por Barroso em agosto após pedido feito pelo
ex-procurador-geral Rodrigo Janot, depois de análise de documentos apreendidos
na Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F em maio, e interceptações
telefônicas do então deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) com Temer tratando
sobre o decreto. Os investigados são suspeitos dos crimes de lavagem de
dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.
Nesta
semana, Temer informou que vai responder por escrito às perguntas que receber
em relação ao inquérito. (AE)
Sábado,
28 de outubro, 2017 ás 00hs05
Nenhum comentário:
Postar um comentário