O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), classificou como correta a
decisão do colegiado do Supremo Tribunal Federal (STF) de repassar ao Congresso
a palavra final sobre o afastamento de parlamentares. A decisão afeta
diretamente o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado por decisão da Primeira
Turma, que também determinou seu recolhimento noturno.
"Os
Poderes são independentes e devem ser harmônicos. A decisão foi correta no
sentido de evitar crise institucional entre os Poderes. Além disso, assegura
que pode haver medida cautelar, mas no caso do parlamentar, tem que ouvir o
Parlamento", disse o tucano na tarde desta quinta-feira, 12, após
participar de missa solene em comemoração aos 300 anos da aparição de Nossa
Senhora Aparecida.
O
julgamento ocorreu nesta quarta (11). A presidente da Corte, ministra Cármen
Lúcia, desempatou a decisão. Após uma confusão em seu voto, ficou decidido que
tanto o afastamento quanto outras medidas que afetassem "direta ou
indiretamente o exercício do mandato a parlamentares" poderiam ser
encaminhadas para a análise do Poder Legislativo.
A
decisão favorece o senador tucano. A expectativa, agora, é que o Senado não
aprove o afastamento nem o recolhimento noturno de Aécio, em votação no próximo
dia 17.
Sobre
a corrida presidencial do ano que vem, Alckmin voltou a dizer que defende
prévias para a escolha do candidato do PSDB e afirmou que mantém ótima relação
com o prefeito da capital, João Doria (PSDB), que também pleiteia a vaga
tucana. Esse tema, no entanto, ainda não tem despertado a atenção do eleitor,
que vai ser mais exigente na hora certa, segundo ele.
Devoto
de Nossa Senhora, Alckmin diz que sempre visita o santuário, independentemente de
eleição, e que não mistura política com religião, apesar de ter aproveitado a
festa para convocar uma coletiva de imprensa sobre o início de obras de
habitação na cidade. O tucano assinou ordem de serviço para a construção de 62
unidades habitacionais e anunciou um investimento estadual de R$ 6,5 milhões no
projeto.
Reitor
do Santuário Nacional de Aparecida, o padre João Batista de Almeida comentou a
ausência de autoridades políticas na festa - além de Alckmin, estavam presentes
na missa campal os ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e
Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Inovações), do PSDB e PSD,
respectivamente. O presidente Michel Temer não foi. Todos os três foram vaiados
pelo público presente quando tiveram seus nomes anunciados.
"Não
é tradição no santuário nacional a presença de autoridades, a não ser o
governador Geraldo Alckmin, que vem sempre, antes mesmo de ser eleito. Se eu
fosse o presidente do Brasil, eu viria, mas acho eu que foi um problema de
assessoria. Não atentaram para isso, data importante, Padroeira do
Brasil", disse. Questionado se havia relação com a baixa popularidade de
Temer, comentou apenas: "É".
O
prefeito da capital, João Doria, está na Itália em viagem oficial e o vice,
Bruno Covas, foi para Paris. O representante do Município na celebração foi o
presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM). (AE)
Sexta-feira,
13 de outubro, 2017 ás 00hs05
Nenhum comentário:
Postar um comentário