Um
grupo formado por entidades ligadas à área da Justiça, associações e
representantes da imprensa foi instalado terça-feira (11/06) para atuar na
checagem de informações e combate a notícias falsas, as chamadas fake news. O
Painel Multissetorial de Checagem de Informações e Combate a Notícias Falsas
tem entre parceiros o Supremo Tribunal Federal e o Conselho Nacional de
Justiça.
Em
um primeiro momento, a checagem será feita sobre posts e notícias a respeitos
de atos do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. A
intenção é futuramente estender a verificação a outros tribunais e
instituições.
As
notícias serão checadas pelos jornalistas dos sites Aos Fatos, Boatos.Org,
Conjur, Jota, Migalhas e UOL-Confere. Outros portais, como o Jusbrasil e Jus
Navigandi, também vão participar.
O
presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, disse que as notícias
fraudulentas são motivo de preocupação em todo o Brasil e o mundo. Ressaltou
ainda que as fake news atingem a democracia e o estado democrático de direito,
e são graves quando envolvem o poder Judiciário.
“As
notícias falsas são especialmente graves quando praticadas contra o poder
Judiciário, que lida diariamente com questões sensíveis, muitas de grande
repercussão em todas as áreas. Distorcer o teor de suas decisões, suas
práticas, pode afetar a vida de muitas pessoas, além de colocar em risco a
credibilidade de instituições essenciais”, disse.
Toffoli
citou a conclusão de estudos produzidos por pesquisadores do Massachusetts
Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, a respeito de notícias
distribuídas pelo Twitter entre 2006 e 2017 que mostra que notícias falsas têm
70% mais chance de serem retuitadas que as notícias verdadeiras.
Uma
das propostas do painel lançado hoje é unir-se à campanha #FakeNewsNão,
capitaneada pelo Conselho Nacional de Justiça que propõe o compartilhamento de
posts, vídeos, textos e artes que esclareçam os danos provocados por
informações falsas, e ensinem a população a identificar e impedir a circulação
delas.
Entidades
como a Fundação Getúlio Vargas, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação
Nacional de Jornais, a Abratel e a Abert, além de observadoras e consultoras do
painel, atuarão na conscientização dos males causados por aquelas notícias
O
presidente Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, destacou que
o combate às fake news é uma luta que deve ser travada no país e é preciso
identificar a quem interessa a difusão de notícias fraudulentas.
“É
uma batalha em defesa da nossa democracia, da nossa soberania. Muitos países do
mundo estão tratando isso como tema fundamental, para que não sejamos
colonizados por uma forma de comunicação à margem de qualquer controle da lei e
Justiça e que promova uma desestruturação da ordem que construímos nesse país”,
disse.
Santa
Cruz afirmou ainda que “é preciso saber a quem serve a manipulação das notícias
falsas, e isso deve ser respondido por quem manipula as mentiras em tempo
real”.
O
portal do Conselho Nacional de Justiça vai ter uma página específica com
informações sobre objetivos, motivações, parceiros, links e todos os conteúdos
que forem analisados. (ABr)
Terça-feira,
11 de junho, 2019 ás 18:00
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