Apoiadores
de Jair Bolsonaro fazem domingo, 26, manifestação em apoio ao presidente em ao
menos 250 cidades do país, espalhadas em dezoito estados e no Distrito Federal,
segundo expectativa dos organizadores. Os atos foram convocados como reação aos
primeiros protestos expressivos contra o governo atual, que miraram o bloqueio
de recursos no Ministério da Educação, e na esteira do compartilhamento, pelo
presidente, de um texto que fala sobre o Brasil ser “ingovernável” sem
“conchavos”.
Os
motes iniciais das manifestações eram círitcas ao Congresso e ao Supremo
Tribunal Federal (STF). Depois de repercussão negativa entre parlamentares e
com o temor de um agravamento na crise entre Palácio do Planalto e Legislativo,
contudo, Bolsonaro anunciou que não irá aos atos e recomendou que seus
ministros façam o mesmo, enquanto aliados entraram em ação para “atenuar” a
pauta dos protestos.
Conforme
a convocatória atualizada, as manifestações defenderão a reforma da
Previdência, o pacote anticrime elaborado pelo ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro, e a Medida Provisória 870, que trata da reforma
administrativa do governo.
Mesmo
assim, aliados do presidente, como a líder do governo no Congresso, deputada
Joice Hasselmann (PSL-SP), a deputada estadual paulista Janaina Paschoal (PSL)
e o presidente do PSL, Luciano Bivar, posicionaram-se contra as mobilizações.
Joice
está entre os que temem avarias maiores na governabilidade caso os atos mirem o
Parlamento – um dos alvos devem ser os deputados do chamado Centrão -, e
Janaina avaliou que “não tem sentido quem está com o poder convocar
manifestações”, mesma posição de Bivar. Diante das divergências, o PSL liberou
os integrantes de suas bancadas a participarem ou não dos atos.
Sem
grupos antipetistas
Os
atos em apoio a Bolsonaro não estão sendo organizados por movimentos que
protagonizaram a campanha pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em
2016, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, que preferiram não
aderir aos atos. Sem os dois principais grupos antipetistas, a mobilização
ficou a cargo de organizações menos conhecidas como Avança Brasil, Direita São
Paulo, Confederação Monárquica no Rio, Consciência Patriótica e Movimento
Brasil Conservador.
As
manifestações estão sendo convocadas pelas redes sociais, sobretudo através do
Facebook e do WhatsApp, plataformas nas quais o capitão consolidou sua
principal interlocução com o eleitorado fiel.
Entre
os organizadores, o grupo mais popular nas redes sociais é o Avança Brasil, que
possui 1,4 milhão de seguidores em sua página no Facebook. O Direita São Paulo,
por sua vez, formado há três anos, é um dos mais bem estruturados e terá o
próprio caminhão de som na Avenida Paulista, onde o presidente do grupo, Edson
Salomão, espera que haja 150.000 pessoas.
“Vamos
às ruas para defender a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro
Sergio Moro, a MP 870, CPI da Lava Toga [que visa a investigar o Judiciário], a
Operação Lava Jato e para pressionar os parlamentares do Centrão”, afirma
Salomão.
Referindo-se
a Janaina Paschoal e Luciano Bivar, Salomão avalia que políticos do próprio PSL
“não souberam lidar com a situação”. “A classe política precisa entender que o
povo tem a liberdade e a livre iniciativa de ir para as ruas quantas vezes
quiser e quando quiser”, diz o líder do movimento. “Não é uma articulação do
governo, de parlamentar. É uma posição legítima do povo que quer ir para a rua,
para que as pautas que defendemos sejam votadas e aprovadas. A análise deles
está equivocada”, acrescentou.
Edson
Salomão ressalta que o Direita São Paulo repudia o que ele chamou de
“radicalização das pautas”, como o fechamento do STF e do Congresso. “Acredito
que essas sejam declarações isoladas”, avaliou.
O
presidente do Direita São Paulo afirma, ainda, que os atos de hoje ganham
relevância após a Câmara aprovar a retirada do Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
comandado por Moro, para o Ministério da Economia, de Paulo Guedes. “Não
podemos dizer que houve uma derrota, de fato, porque a análise da matéria não
foi totalmente concluída. Tem até o dia 3 de junho”, afirma, referindo-se à
data em que a MP 870 perde validade. (VEJA)
Domingo,
(26/05/2018)
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