O
empreiteiro Marcelo Odebrecht entregou à Operação Lava Jato uma nota fiscal no
valor de R$ 250 mil e um comprovante de pagamento à produção do filme ‘Lula, o
filho do Brasil’. O financiamento do longa é alvo de investigação da Polícia
Federal.
Marcelo
Odebrecht é delator da Lava Jato, cumpre prisão domiciliar em São Paulo. Ele
foi ouvido pela PF em dezembro do ano passado quando ainda estava custodiado.
Na
ocasião, o empreiteiro ‘se disponibilizou a auxiliar a investigação e a buscar,
por meio da sua defesa, junto à Odebrecht S.A., empresa leniente, cópias de
registros sobre eventual apoio financeiro dado à produção do filme ‘Lula, o
filho do Brasil’.
“O
colaborador (Marcelo Odebrecht) também está comprometido a identificar, no
âmbito da pesquisa que fará nos registros constantes do seu computador, todos
aqueles documentos e informações que possam ser úteis à elucidação deste e de
outros fatos investigados”, afirmou a defesa.
A
nota fiscal de número 2930 tem data de vencimento de 4 de maio de 2009. Um trecho
do recibo indica a discriminação dos serviços.
“Cota
de patrocínio da obra intitulada ‘Lula, o filho do Brasil’. Conforme contrato”,
aponta a nota emitida pela produtora Filmes do Equador, do cineasta Luiz Carlos
Barreto.
A
cinebiografia do ex-presidente Lula estreou em 1º de janeiro de 2010 e custou
cerca de R$ 12 milhões.
O
filme conta a história de Lula, desde a infância dramática no sertão de
Pernambuco, aborda sua chegada a São Paulo no pau de arara, as dificuldades que
enfrentou ao lado da família, o trabalho na indústria metalúrgica, as
históricas campanhas grevistas dos anos 1970 que marcaram o ABC paulista e a
ascensão ao topo do sindicato que o consagrou e impulsionou sua trajetória
política.
‘Lula,
o filho do Brasil’ é uma biografia baseada no livro homônimo da jornalista
Denise Paraná.
O
ex-presidente foi condenado pela Lava Jato em 1ª e 2ª instâncias no caso do
triplex do Guarujá (SP). Em 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região aumentou a pena do petista para 12 anos e 1 mês de prisão em regime
fechado por corrupção e lavagem de dinheiro. Lula havia sido condenado pelo
juiz federal Sérgio Moro, em julho do ano passado, a nove anos e seis meses de
prisão.
Além
de Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil/Fazenda-Governos
Lula e Dilma) foi convocado para prestar depoimento. O ex-ministro foi
questionado, em 11 de dezembro, pelo delegado Filipe Hille Pace sobre a relação
que supostamente teria com a produção do filme. O ex-ministro declarou, na
ocasião, que ‘deseja colaborar na elucidação de tais fatos’, mas que ficaria em
silêncio.
Quando
o caso foi revelado, o produtor do longa, Luiz Carlos Barreto, negou que tenha
ocorrido tráfico de influência. Barreto disse também que negou o pedido de
omissão feito pela Odebrecht.
“Houve
uma solicitação para que não incluíssemos o nome da empresa nos créditos do
filme e dos materiais publicitários, condição essa que não foi, por nós,
aceita”, afirmou.
A
Odebrecht informou que está “colaborando com a Justiça”.
Segunda-feira,
12 de fevereiro, 2018 ás 11 hs00
Nenhum comentário:
Postar um comentário