O
ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o
desmembramento do inquérito do "Quadrilhão do PMDB" no Senado, que
embasou denúncia contra os senadores Edison Lobão, Renan Calheiros, Romero
Jucá, Valdir Raupp e Jader Barbalho, por associação criminosa. No mesmo
inquérito foram denunciados os ex-senadores José Sarney e Sérgio Machado,
também peemedebistas, que, embora, não detenham mais foro especial no STF por
prerrogativa de função, continuarão a responder ao processo no STF.
Fachin
ainda mandou as investigações sobre o ex-ministro de Minas e Energia, Silas
Rondeau, e, ainda, Milton Lyra e Jorge Luz, apontados como lobistas ligados ao
PMDB no Senado, para as mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela
Operação Lava Jato em primeira instância. As informações foram divulgadas no
site do Supremo Tribunal Federal. A decisão do ministro acolhe pedido do
Ministério Público Federal para que a denúncia contra os ex-senadores permaneça
no STF.
"Não
viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal
a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados", assinalou.
Ao
se referir a fatos narrados na denúncia e ao pedido do Ministério Público
Federal, o ministro aponta que as condutas dos codenunciados Sarney e Sérgio
Machado "estariam materialmente imbricadas" com os fatos descritos na
peça acusatória, e que há indicação de "estreito liame entre os
denunciados detentores de foro por prerrogativa de função e os já nomeados que
não ostentam tal condição".
Segundo
a denúncia, os senadores e também os ex-senadores fariam parte do chamado
"núcleo político" do PMDB no Senado, incluindo Sérgio Machado, que,
embora esteja classificado como pertencente ao "núcleo
administrativo", teria papel relevante por ser o agente público que
supostamente viabilizava a prática de crimes no âmbito da subsidiária integral
da Petrobras (Transpetro) por ele presidida na época.
O
ministro afirma que, "em juízo superficial, uma vez que ainda não foi
apresentado contraditório, há razão suficiente, neste momento, para mantê-los neste
inquérito, como dito, na medida em que a narrativa constante da denúncia denota
especial interligação nas condutas descritas, a recomendar pronunciamento
abrangente desta Suprema Corte quanto aos fatos narrados e evitar decisões
contraditórias".
Fachin
determinou a reautuação do inquérito, de forma a constarem no caso apenas os
investigados que respondem à denúncia no STF e seus respectivos advogados.
Determinou ainda a remessa à 13.ª Vara Federal de Curitiba/PR, sob titularidade
do juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, da parte referente aos demais envolvidos na
suposta organização criminosa que não têm foro no STF - o ex-ministro de Minas
e Energia, Silas Rondeau, e, ainda, Milton Lyra e Jorge Luz, apontados como
lobistas ligados ao PMDB no Senado.
O
relator determinou a notificação daqueles que responderão à denúncia perante o
STF, para que apresentem defesa no prazo de 15 dias. (AE)
Quinta-feira
28 de setembro, 2017 ás 00hs05
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