Em
jantar organizado para discutir reforma política nesta segunda-feira, 4, o
assunto principal foi o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo
deputados da base governista, houve consenso de que a decisão de rever o acordo
de delação premiada dos empresários do grupo JBS abalou a credibilidade de
Janot e favoreceu o presidente Michel Temer.
Nas
palavras de um parlamentar que esteve no encontro, e que não costuma ter papas
na língua, o sentimento geral é de que Janot “se f...”. O jantar, realizado na residência oficial do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reuniu líderes da base e da
oposição. A toda hora, a discussão sobre a reforma política era interrompida
por notícias que chegavam aos celulares dos deputados.
A
mais comentada foi uma publicada pelo site da revista “Veja”, que diz que a
gravação que poderá levar à anulação da delação premiada dos irmãos Joesley e
Wesley Batista faz menção a quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao
deixar o encontro, o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que não
iria se pronunciar porque precisava analisar melhor o pronunciamento do
procurador-geral da República, mas ironizou a situação. "Vão ter que fazer
um novo filme da Lava Jato", em referência ao longa lançado na semana
passada sobre a operação.
Mais
cedo, ainda no plenário da Câmara, deputados da base avaliaram que a decisão de
Janot de abrir uma investigação que poderá a levar à anulação da delação dos
empresários vai enfraquecer uma eventual segunda denúncia contra Temer. Em seu
pronunciamento, no entanto, Janot fez questão de ressaltar que a decisão não
invalidava as provas colhidas durante o processo e não interferiria na
apresentação de novas denúncias. (AE)
Terça-feira
05 de setembro, 2017 ás 09hs45
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