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“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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08 julho, 2020

FACEBOOK SUSPENDE REDE DE FAKE NEWS LIGADA A ASSESSORES DE BOLSONARO E FILHOS


O Facebook suspendeu na quarta-feira (08/07) uma rede de contas na rede social que a empresa disse ter sido usada para espalhar mensagens políticas de desinformação por assessores do presidente Jair Bolsonaro e de dois de seus filhos. 

A empresa afirmou que, apesar dos esforços para disfarçar quem estava por trás da atividade, foram encontrados vínculos com as equipes de dois parlamentares, assim como de assessores do presidente e de seus filhos Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é deputado federal, e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que é senador.

Nathaniel Gleicher, chefe da política de segurança cibernética do Facebook, disse que não há evidências de que os próprios políticos tenham operado as contas. “O que podemos provar é que os funcionários desses gabinetes estão envolvidos em nossas plataformas nesse tipo de comportamento”, disse ele à Reuters antes do anúncio.

Procurado pela Reuters, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato a pedido de comentários.

As alegações do Facebook se somam à atual crise política no Brasil, onde apoiadores de Bolsonaro e filhos do presidente têm sido acusados de realizar campanhas online coordenadas para atacar adversários políticos do presidente.

As acusações estão sendo abordadas em uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso, a CPMI das Fake News, e também são alvo de uma investigação separada do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre ataques ao Judiciário, que já resultou em operações policiais de busca e apreensão em casas e escritórios de aliados de Bolsonaro.

O presidente, que também é alvo de críticas pela resposta do governo federal à pandemia de coronavírus, disse que a investigação do STF é inconstitucional e pode resultar em censura no Brasil, ao restringir o que as pessoas podem dizer nas redes sociais.

O Facebook está sob crescente pressão nas últimas semanas para policiar melhor como os grupos políticos usam sua plataforma. Centenas de anunciantes aderiram a um boicote destinado a forçar a empresa a bloquear o discurso de ódio, e vários funcionários saíram no mês passado devido à decisão do CEO, Mark Zuckerberg, de não questionar posts inflamatórios de Trump.

O Facebook também suspendeu outras três redes de desinformação nesta quarta-feira, incluindo uma que atribuiu a Roger Stone, um amigo de longa data e conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No caso do Brasil, Gleicher disse que sua equipe identificou e suspendeu mais de 80 contas no Facebook e em seu site de compartilhamento de fotos, o Instagram, como parte da rede de desinformação. As contas acumulavam 1,8 milhão de seguidores, disse ele, e algumas datam de 2018.

Pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Forense Digital do centro de estudos Atlantic Council, que passaram uma semana analisando a atividade identificada pelo Facebook, disseram ter encontrado cinco assessores políticos atuais e do passado que registraram e operaram as contas.

Algumas dessas contas se passavam falsamente por pessoas e veículos de comunicação para espalhar “visões hiperpartidárias” de apoio a Bolsonaro e atacar seus críticos, disse a pesquisadora Luiza Bandeira. Entre os alvos estavam parlamentares da oposição, ex-ministros e membros do STF.

Mais recentemente, as contas também apoiaram as alegações de Bolsonaro de que os riscos da pandemia de coronavírus são exagerados. A doença já matou mais de 66.000 pessoas no Brasil, e o próprio Bolsonaro teve exame positivo nesta semana.

“Sabemos há muito tempo que, quando as pessoas discordam de Bolsonaro, são alvo dessa máquina que usa a desinformação online para ironizá-las e desacreditá-las”, disse Bandeira. “Então, saber agora que parte desses ataques vem de pessoas diretamente relacionadas à família Bolsonaro, isso explica muito. ”

Reportagem de Jack Stubbs, em Londres, e Joseph Menn, em San Francisco; reportagem adicional de Anthony Boadle, em Brasília. (Reuters) 

Quarta-feira, 8 de julho, 2020 ás 17:50


07 julho, 2020

VIASAT LANÇA BANDA LARGA RESIDENCIAL POR SATÉLITE NO PAÍS



A norte-americana Viasat lança terça-feira (7/7), seu primeiro serviço no País. Em parceria com a Telebrás, a companhia vai oferecer internet banda larga por meio de satélite. Mas, diferentemente das empresas que já atuam no Brasil, promete atender todo o território nacional — um diferencial do satélite lançado em órbita pelo governo em 2017.

Os primeiros pacotes da Viasat serão oferecidos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas e Distrito Federal. A promessa é chegar a todos os Estados até o fim deste ano.

Os clientes terão duas opções. Para o pacote básico, com velocidade de 10 mega, a mensalidade será de R$ 199 nos primeiros três meses e, depois, R$ 349,00, com franquia de 40 GB. Para o pacote avançado, com velocidade de 20 mega, o preço mensal será de R$ 349 nos primeiros três meses e, depois, R$ 419, com franquia de 80 GB.

A ativação, com instalação e equipamentos, inclusive roteador WiFi, é de R$ 300 para contratos de 12 meses. Entre 2h e 7h, a navegação é gratuita. Mesmo que a franquia seja ultrapassada, os clientes terão navegação básica e mensagens ilimitadas em aplicativos como WhatsApp. A meta é instalar o serviço em até 48 horas após a solicitação, a não ser para áreas remotas, cujo prazo é de até sete dias.

"É um serviço Premium, sabemos que não é para todos. Mas, nas próximas semanas, vamos lançar outros pacotes para diferentes segmentos de mercado. Esse é apenas nosso primeiro passo no mercado", disse o vice-presidente da Viasat, Evan Dixon, chefe da área de internet residencial.

O mercado potencial desse serviço para a companhia é de 2 milhões de clientes residenciais, afirma o executivo. Segundo ele, a empresa poderá oferecer internet em alta velocidade não apenas para áreas rurais e locais remotos no interior do País, mas também nas periferias de capitais, onde redes de cabos e fibra não costumam chegar.

"Será uma melhora significativa para aqueles que já possuem acesso por meio de uma banda ruim. Muitos poderão experimentar um serviço de banda larga pela primeira vez, com a possibilidade de usufruir de serviços de streaming, por exemplo", afirmou Dixon. "A maioria dos nossos clientes vem dos subúrbios das grandes cidades."

A pandemia do novo coronavírus não postergou os planos da Viasat. Segundo ele, esse é o melhor momento para lançar o serviço. "Temos visto uma demanda recorde por internet residencial nos mercados em que já atuamos nos EUA e na Europa. É nosso dever oferecer isso o mais rápido possível no Brasil. Muitas pessoas estão trabalhando em casa, muitas crianças estão estudando em casa", disse.

Para ter acesso à internet satelital, é preciso instalar uma antena na varanda, telhado ou em área externa. Dixon garante que a conexão é estável e só é afetada em grandes tempestades.

O maior mercado da Viasat é os EUA, onde já atua há 30 anos. Na Europa, onde está a companhia está há três anos, já está presente em oito países. Hoje, a empresa tem cerca de 30 milhões de clientes. "Em todos os países em que atuamos há uma característica comum. Independente da língua, da cultura, sempre há pessoas que foram deixadas para trás pelo mercado. O Brasil é nossa prioridade agora", afirmou Dixon.

A Viasat tem uma parceria com a Telebrás, dona do satélite brasileiro lançado em órbita em 4 de maio de 2017, com investimentos de R$ 2,8 bilhões. Ele tem duas bandas: uma é de uso exclusivo militar, já em utilização; outra de uso civil, para internet satelital. Coube à empresa norte-americana instalar antenas e infraestrutura em terra para que fosse possível fornecer sinal a milhares de localidades no País.

A companhia e a Telebrás têm uma parceria para tocar para prover sinal para municípios e localidades sem acesso à internet, incluindo escolas públicas, postos de saúde, quilombolas e postos de fronteira. O contrato prevê compartilhamento de custos e receitas entre as duas empresas.

A contratação da Viasat foi feita após um chamamento público feito pela Telebrás para exploração do satélite. A companhia utilizou a modalidade de "contrato associativo", previsto na nova Lei das Estatais, que permitiu ceder uma parte da capacidade do satélite para a Viasat.

As operadoras questionaram o acordo na Justiça, mas o contrato foi considerado lícito. O Tribunal de Contas da União (TCU) também aprovou a parceria.

Algumas companhias oferecem o serviço de internet satelital no Brasil, mas o satélite da Telebrás é o primeiro a cobrir todo o território nacional com a banda Ka, uma tecnologia mais moderna.

*Estadão
“Vale destacar que a promessa do governo era internet grátis para as pessoas carentes, no entanto veja o preço que está sendo oferecido”

Segunda-feira, 6 de julho, 2020 ás 13:00


03 julho, 2020

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TCU QUER SUSPENSÃO DO AUXÍLIO EMERGENCIAL



O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou a apuração do impacto fiscal do auxílio emergencial e a suspensão da prorrogação do benefício por dois meses, até que o governo apresente informações fiscais detalhadas sobre as novas parcelas.

"Suspenda, cautelarmente, a prorrogação do auxílio emergencial, até que se aprecie o mérito da questão, ou até que o governo apresente os estudos e fundamentações de que cuida o item anterior", escreveu o subprocurador-geral Lucas Furtado no pedido de suspensão.

O subprocurador-geral argumenta citando o alto custo do programa emergencial e diz pensar nas gerações futuras de brasileiros. "Preciso iniciar esta representação alertando que o que requeiro aqui, o faço pelos meus filhos! Não literalmente, é claro, mas por todos os filhos dos pais brasileiros, pelas gerações mais novas, pois o que está em jogo é o futuro delas!", escreveu Furtado.

Nesta semana, o governo oficializou a prorrogação do auxílio por mais dois meses, com pagamento de mais três parcelas, em decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. "Nós esperamos que ao final dela [a prorrogação do auxílio prevista no decreto] a economia já esteja reagindo, para que nós voltemos à normalidade o mais rapidamente possível", disse Bolsonaro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse torcer por isso, mas deixou aberta a possibilidade de uma nova ampliação do programa.

Para pagar as novas parcelas já autorizadas, o governo liberou mais R$ 101 bilhões para o auxílio, levando o gasto total com o programa a R$ 254 bilhões, segundo os balanços da própria equipe de Guedes.

O subprocurador-geral que pede a suspensão da ampliação do auxílio admite que sua solicitação é "extremamente impopular e difícil", mas diz que é essencial para o equilíbrio fiscal.

"Dói-me pedir o que peço neste momento, pois sei que seria muito mais cômodo todos os beneficiários originais receberem a prorrogação do auxílio emergencial. Todavia, no papel de membro do órgão responsável por promover a defesa da ordem jurídica, sinto-me no dever de requerer o objeto da presente representação, o que somente é possível a alguém que – como eu – não tem nenhuma pretensão política", afirma Furtado, em defesa da suspensão das novas parcelas do auxílio.

(Brasil Econômico)

Sexta-feira, 03 de julho, 2020 ás 13:00