Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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13 julho, 2020

FIOCRUZ E DOIS HOSPITAIS DEVEM CRIAR PROTOCOLOS PARA ELEIÇÕES, DIZ TSE



O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou segunda-feira (13/7) um acordo para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein participem da elaboração de um protocolo de segurança para a realização das eleições municipais de novembro, tendo em vista a pandemia de covid-19.

As instituições devem avaliar todos os riscos de contágio e à saúde pública durante a votação e desenvolver em seguida os protocolos sanitários e ambientais para a realização da votação no cenário da pandemia.

Segundo o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, não haverá custo aos cofres públicos pelo serviço, que será uma ajuda “patriótica”, prestada “graciosamente”, conforme escreveu ele em ofício dirigido às instituições.

Em virtude da pandemia, o Congresso promulgou há duas semanas uma emenda à Constituição que adiou o primeiro turno das eleições municipais de 4 de outubro para 15 de novembro. O segundo turno foi alterado de 25 de outubro para 29 de novembro. (ABr)

Segunda-feira, 13 de julho, 2020 ás 17:00 


08 julho, 2020

FACEBOOK SUSPENDE REDE DE FAKE NEWS LIGADA A ASSESSORES DE BOLSONARO E FILHOS


O Facebook suspendeu na quarta-feira (08/07) uma rede de contas na rede social que a empresa disse ter sido usada para espalhar mensagens políticas de desinformação por assessores do presidente Jair Bolsonaro e de dois de seus filhos. 

A empresa afirmou que, apesar dos esforços para disfarçar quem estava por trás da atividade, foram encontrados vínculos com as equipes de dois parlamentares, assim como de assessores do presidente e de seus filhos Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é deputado federal, e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que é senador.

Nathaniel Gleicher, chefe da política de segurança cibernética do Facebook, disse que não há evidências de que os próprios políticos tenham operado as contas. “O que podemos provar é que os funcionários desses gabinetes estão envolvidos em nossas plataformas nesse tipo de comportamento”, disse ele à Reuters antes do anúncio.

Procurado pela Reuters, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato a pedido de comentários.

As alegações do Facebook se somam à atual crise política no Brasil, onde apoiadores de Bolsonaro e filhos do presidente têm sido acusados de realizar campanhas online coordenadas para atacar adversários políticos do presidente.

As acusações estão sendo abordadas em uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso, a CPMI das Fake News, e também são alvo de uma investigação separada do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre ataques ao Judiciário, que já resultou em operações policiais de busca e apreensão em casas e escritórios de aliados de Bolsonaro.

O presidente, que também é alvo de críticas pela resposta do governo federal à pandemia de coronavírus, disse que a investigação do STF é inconstitucional e pode resultar em censura no Brasil, ao restringir o que as pessoas podem dizer nas redes sociais.

O Facebook está sob crescente pressão nas últimas semanas para policiar melhor como os grupos políticos usam sua plataforma. Centenas de anunciantes aderiram a um boicote destinado a forçar a empresa a bloquear o discurso de ódio, e vários funcionários saíram no mês passado devido à decisão do CEO, Mark Zuckerberg, de não questionar posts inflamatórios de Trump.

O Facebook também suspendeu outras três redes de desinformação nesta quarta-feira, incluindo uma que atribuiu a Roger Stone, um amigo de longa data e conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No caso do Brasil, Gleicher disse que sua equipe identificou e suspendeu mais de 80 contas no Facebook e em seu site de compartilhamento de fotos, o Instagram, como parte da rede de desinformação. As contas acumulavam 1,8 milhão de seguidores, disse ele, e algumas datam de 2018.

Pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Forense Digital do centro de estudos Atlantic Council, que passaram uma semana analisando a atividade identificada pelo Facebook, disseram ter encontrado cinco assessores políticos atuais e do passado que registraram e operaram as contas.

Algumas dessas contas se passavam falsamente por pessoas e veículos de comunicação para espalhar “visões hiperpartidárias” de apoio a Bolsonaro e atacar seus críticos, disse a pesquisadora Luiza Bandeira. Entre os alvos estavam parlamentares da oposição, ex-ministros e membros do STF.

Mais recentemente, as contas também apoiaram as alegações de Bolsonaro de que os riscos da pandemia de coronavírus são exagerados. A doença já matou mais de 66.000 pessoas no Brasil, e o próprio Bolsonaro teve exame positivo nesta semana.

“Sabemos há muito tempo que, quando as pessoas discordam de Bolsonaro, são alvo dessa máquina que usa a desinformação online para ironizá-las e desacreditá-las”, disse Bandeira. “Então, saber agora que parte desses ataques vem de pessoas diretamente relacionadas à família Bolsonaro, isso explica muito. ”

Reportagem de Jack Stubbs, em Londres, e Joseph Menn, em San Francisco; reportagem adicional de Anthony Boadle, em Brasília. (Reuters) 

Quarta-feira, 8 de julho, 2020 ás 17:50


01 julho, 2020

GOIÁS COMEÇA QUARTA-FEIRA UMA SÉRIE DE MEDIDAS RADICAIS DE ISOLAMENTO


Na tentativa de impedir o colapso do sistema de saúde estadual e a morte de 18 mil pessoas, Goiás adota, a partir de hoje (1º/7), uma série de medidas de isolamento radicais.

Está nas mãos dos prefeitos decretar ou não o chamado “lockdown intermitente”, com previsão de fechamento total por 14 dias, seguido de aberturas, por outros 14, de forma intercalada até o fim de setembro. Enquanto a Prefeitura de Goiânia se antecipou ao defender a implementação imediata do sistema, municípios goianos do Entorno do DF devem decidir se aderem ou não à sugestão durante a semana. No último levantamento, Goiás acumulava pouco mais de 23 mil casos e 437 óbitos confirmados pelo novo coronavírus.

A medida foi apresentada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e apoiada pelo governador Ronaldo Caiado, que solicitou aos prefeitos uma postura “responsável” à vida da população. A pandemia do novo coronavírus “é momento que exige responsabilidade. Se tivesse sobre mim a prerrogativa, eu decretava (o lockdown), criando, também, o rastreamento dos portadores. A análise é compatível à realidade dos fatos e do crescimento de casos e óbitos, assim como de pessoas que recorrem aos leitos de UTI”, defendeu Caiado, ontem.

A sugestão defendida pelos pesquisadores é de um lockdown intermitente até setembro. Para chegarem a uma proposta específica, o estudo estimou três cenários: o primeiro, caso sejam mantidas as atividades como estão, com taxa de isolamento em 36%; o segundo, com lockdown absoluto por três meses, prevendo taxa de isolamento em 55%; e, por último, um terceiro, em um cenário intermediário, intercalando a maior e a menor taxa semanal.

No primeiro cenário, chamado de Vermelho pelos pesquisadores, a estimativa é que Goiás precisaria de 2 mil leitos de UTI funcionando até o início de julho apenas para atender casos de covid. No entanto, o governo destacou que, com todos os esforços, esse número seria impossível, já que a capacidade máxima giraria em torno de 600 leitos.

“Essa demanda deve, praticamente, duplicar nos próximos 15 dias. Assumindo que não conseguiria hospitalizar o dobro de pessoas, podemos ter um colapso hospitalar entre 8 e 15 de julho. Se isso de fato se concretizar, esse número de 18 mil mortes pode ser pequeno. Porque, a partir de um colapso, pessoas que necessitam de um tratamento e poderiam ser salvas não vão ter oportunidade”, advertiu o professor do Departamento de Ecologia da UFG Thiago Rangel, um dos responsáveis pelas análises.

Se houvesse um lockdown total, tal como estimado no cenário Azul, 13 mil pessoas seriam poupadas, o que representa salvar toda a população do município goiano de São João da Aliança, por exemplo. No entanto, os pesquisadores ponderam que, nas condições do estado e até mesmo nacionalmente, a rigidez tenderia a falhar.

Para Rangel, o cenário Verde é exemplo de uma estratégia coordenada e inteligente de longo prazo para garantir que os hospitais não entrem em colapso, que pode e deve ser ponderada de acordo com a situação de cada cidade. “Haverá municípios que não precisarão passar por essa medida e outras que vão necessitar de um fechamento superior a 14 dias. Então, isso precisa ser estudado caso a caso e coordenado de ponto de vista central, por parte do estado de Goiás, passando pelas secretarias municipais, para uma decisão planejada”, destacou.

Nessa metodologia intermediária, um fechamento de 50% do tempo seria suficiente para salvar 61,5% das pessoas, ou seja, 8.360 vidas poupadas. Implementar esse fechamento coordenado é o mesmo que salvar toda a população do município de Cachoeira Dourada, por exemplo.

Além do lockdown intermitente, o grupo propôs fazer um rastreamento de contato mais efetivo, observando e isolando não só o infectado, mas toda a rede de contactantes. Dessa forma, a expectativa é quebrar a rede de contato que o vírus usa para se espalhar.

Com 50% de efetividade desse monitoramento, a estimativa é de que um grupo de 10 pessoas infectadas que tem potencial de transmitir a doença para outras 16 só infecte outras sete ou oito. Ao combinar essa ferramenta com a testagem e a tecnologia, como aplicativos de rastreamento e telefonias mais constantes, a efetividade aumenta, podendo chegar à redução de 76,5% dos óbitos, ou seja, 10.280 vidas salvas, o que equivale a toda a população de Petrolina.

As sugestões foram apresentadas durante uma videoconferência, ontem, que reuniu pesquisadores, frentes empresariais, prefeitos, parlamentares, secretários e o governador de Goiás. Para se fazer cumprir as determinações, Caiado chegou a propor o uso de forças policiais e disse que o estado iria, de acordo com a capacidade, auxiliar no envio de reforço aos municípios.

Ele pediu, ainda, que os prefeitos informem possíveis estoques de medicamentos, respiradores e monitores não demandados para serem utilizados no enfrentamento à covid. “Temos feito a tarefa de casa nesse período todo, tentando aumentar a capacidade hospitalar. Se concentrarmos tudo em Goiânia, pacientes de municípios mais distantes não teriam acesso. Por isso, a priorização foi de equipar municípios mais distantes”, informou Caiado. O prefeito de Goiânia, Íris Rezende, indicou que irá aderir ao fechamento intermitente o mais rápido possível.

Hoje, os prefeitos se reúnem para discutir a melhor forma de conduzir a crise.

Secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino Júnior alertou para a necessidade dos outros municípios impactados aderirem ao pedido. “Das conclusões atuais estão a alta taxa de ocupação dos leitos públicos e privados, dificuldade nacional de aquisição de equipamentos, medicamentos e mão de obra. Isso posto, sei que alguns aspectos fora da saúde são fundamentais, como social e econômico, mas precisamos achar um equilíbrio”, defendeu.

Alexandrino, destacou, ainda, que medidas como o uso de máscaras e distanciamento de um metro entre pessoas auxilia na contenção da disseminação do vírus e que, por mais que existam outros formatos de enfrentamento, o lockdown intermitente é o mais viável para implementação coordenada. “Estudo de bandeiras (de distanciamento) até contemplaria mais a equidade dada a especificidade de cada município, mas é difícil de ser assimilado. Dada a diversidade, até ser implantado, estaria no final de julho”, justificou o secretário de Saúde. 

*Correio Brasiliense

Quarta-feira, 1º de julho, 2020 ás 11:00