A
norte-americana Viasat lança terça-feira (7/7), seu primeiro serviço no País.
Em parceria com a Telebrás, a companhia vai oferecer internet banda larga por
meio de satélite. Mas, diferentemente das empresas que já atuam no Brasil,
promete atender todo o território nacional — um diferencial do satélite lançado
em órbita pelo governo em 2017.
Os
primeiros pacotes da Viasat serão oferecidos em São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas e Distrito
Federal. A promessa é chegar a todos os Estados até o fim deste ano.
Os
clientes terão duas opções. Para o pacote básico, com velocidade de 10 mega, a
mensalidade será de R$ 199 nos primeiros três meses e, depois, R$ 349,00, com
franquia de 40 GB. Para o pacote avançado, com velocidade de 20 mega, o preço
mensal será de R$ 349 nos primeiros três meses e, depois, R$ 419, com franquia
de 80 GB.
A
ativação, com instalação e equipamentos, inclusive roteador WiFi, é de R$ 300
para contratos de 12 meses. Entre 2h e 7h, a navegação é gratuita. Mesmo que a
franquia seja ultrapassada, os clientes terão navegação básica e mensagens
ilimitadas em aplicativos como WhatsApp. A meta é instalar o serviço em até 48
horas após a solicitação, a não ser para áreas remotas, cujo prazo é de até
sete dias.
"É
um serviço Premium, sabemos que não é para todos. Mas, nas próximas semanas,
vamos lançar outros pacotes para diferentes segmentos de mercado. Esse é apenas
nosso primeiro passo no mercado", disse o vice-presidente da Viasat, Evan
Dixon, chefe da área de internet residencial.
O
mercado potencial desse serviço para a companhia é de 2 milhões de clientes
residenciais, afirma o executivo. Segundo ele, a empresa poderá oferecer
internet em alta velocidade não apenas para áreas rurais e locais remotos no
interior do País, mas também nas periferias de capitais, onde redes de cabos e
fibra não costumam chegar.
"Será
uma melhora significativa para aqueles que já possuem acesso por meio de uma
banda ruim. Muitos poderão experimentar um serviço de banda larga pela primeira
vez, com a possibilidade de usufruir de serviços de streaming, por
exemplo", afirmou Dixon. "A maioria dos nossos clientes vem dos
subúrbios das grandes cidades."
A
pandemia do novo coronavírus não postergou os planos da Viasat. Segundo ele,
esse é o melhor momento para lançar o serviço. "Temos visto uma demanda
recorde por internet residencial nos mercados em que já atuamos nos EUA e na
Europa. É nosso dever oferecer isso o mais rápido possível no Brasil. Muitas
pessoas estão trabalhando em casa, muitas crianças estão estudando em
casa", disse.
Para
ter acesso à internet satelital, é preciso instalar uma antena na varanda,
telhado ou em área externa. Dixon garante que a conexão é estável e só é
afetada em grandes tempestades.
O
maior mercado da Viasat é os EUA, onde já atua há 30 anos. Na Europa, onde está
a companhia está há três anos, já está presente em oito países. Hoje, a empresa
tem cerca de 30 milhões de clientes. "Em todos os países em que atuamos há
uma característica comum. Independente da língua, da cultura, sempre há pessoas
que foram deixadas para trás pelo mercado. O Brasil é nossa prioridade
agora", afirmou Dixon.
A
Viasat tem uma parceria com a Telebrás, dona do satélite brasileiro lançado em
órbita em 4 de maio de 2017, com investimentos de R$ 2,8 bilhões. Ele tem duas
bandas: uma é de uso exclusivo militar, já em utilização; outra de uso civil,
para internet satelital. Coube à empresa norte-americana instalar antenas e
infraestrutura em terra para que fosse possível fornecer sinal a milhares de
localidades no País.
A
companhia e a Telebrás têm uma parceria para tocar para prover sinal para
municípios e localidades sem acesso à internet, incluindo escolas públicas,
postos de saúde, quilombolas e postos de fronteira. O contrato prevê
compartilhamento de custos e receitas entre as duas empresas.
A
contratação da Viasat foi feita após um chamamento público feito pela Telebrás
para exploração do satélite. A companhia utilizou a modalidade de
"contrato associativo", previsto na nova Lei das Estatais, que
permitiu ceder uma parte da capacidade do satélite para a Viasat.
As
operadoras questionaram o acordo na Justiça, mas o contrato foi considerado
lícito. O Tribunal de Contas da União (TCU) também aprovou a parceria.
Algumas
companhias oferecem o serviço de internet satelital no Brasil, mas o satélite
da Telebrás é o primeiro a cobrir todo o território nacional com a banda Ka,
uma tecnologia mais moderna.
*Estadão
“Vale
destacar que a promessa do governo era internet grátis para as pessoas
carentes, no entanto veja o preço que está sendo oferecido”
Segunda-feira,
6 de julho, 2020 ás 13:00