Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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21 junho, 2020

VEJA DICAS PARA MANTER EQUILÍBRIO EMOCIONAL DAS CRIANÇAS NA QUARENTENA



Mais telas, mais sobremesas, mais “sim” e o “não” passou a ser usado só para situações inevitáveis. Para manter a saúde emocional das crianças - e dos adultos - que estão a cerca de 90 dias em isolamento social, não há apenas uma resposta certa, mas em comum está a liberdade maior do que nos períodos em que as crianças podiam circular livremente.

“Eu abri mão da cobrança em relação a escola, se está disposto faz, se nao quiser, nao cobro”, diz a médica Lorena Tostes, 44 anos, mãe de duas criança, uma de sete e outra de quatro anos.

“Eu abri mão da pressão de dormir cedo e acordar cedo. Deixo elas mais livres. Também não estou controlando muito tablete. Guloseimas mais liberadas também. Resumindo: perda de controle total”, conta a médica Daniela Barra, 39 anos, mãe de duas meninas.

Revisitar os acordos é uma das atitudes “básicas” para manter o equilíbrio emocional dos filhos na quarentena, de acordo com a psicóloga Roberta Desnos, coordenadora pedagógica do Laboratório Inteligência de Vida.

Segundo Roberta, acreditar que as regras anteriores as pandemias podem continuar sendo seguidas sem alteração é um forte equívoco. “As rotinas foram alteradas drasticamente, e por isso de tempos em tempos é preciso rever o que foi combinado com as crianças e fazer as adaptações necessárias para diminuir os possíveis conflitos gerados pela intensidade da presença e a restrição de saídas e deslocamentos. ”

Para a psicóloga, é importante também ampliar o diálogo e explicar a situação. “Converse com as crianças de maneira tranquila e honesta e de acordo com a capacidade de compreensão de cada idade. Não infantilize a criança ou desconsidere sua percepção da realidade. As crianças estão passando por esse período de distanciamento social e também tiveram suas vidas alteradas, portanto também precisam ser consideradas como sujeitos”. Segundo Roberta, o momento serve para explicar sobre o novo coronavírus, incentivando as crianças a desenhar o vírus, seus medos, os desejos pós pandemia e, claro, a própria família.

“Reforçar que essa situação é passageira que elas não estão sozinhas e podem contar com o seu cuidado como adulto é muito valioso. O tempo todo as crianças estão fazendo leituras e tentando compreender o mundo e muitas vezes se sentem responsáveis ou culpadas ao perceber que algo está errado. Converse com seu filho e filha sobre o que está acontecendo e sempre pergunte suas opiniões e versões sobre o que ele ou ela acha que tudo isso significa”.

A rotina mudou, mas ainda é importante manter uma organização para lidar melhor com o distanciamento social. A psicóloga incentiva a planejar o dia e as atividades, para que as crianças tenham um ambiente seguro que favoreça a diminuição de sintomas como estresse e ansiedade.

“Estabelecer horários para dormir, acordar, fazer as refeições, assim como as atividades escolares e de lazer, pode promover maior bem estar em todos os membros a família. Não é preciso ser algo extremamente rígido, mas estabelecido de modo a favorecer a dinâmica da casa”, destaca.

A chefe de gabinete parlamentar Patrícia Paraguassu, 37 anos, mãe de uma menina de 7 anos, viu, na prática, que liberar demais só deixou as coisas mais complicadas. “Ela antes gostava mais das aulas, tinha mais paciência. Agora está desinteressada. Eu liberei de assistir algumas aulas, achei que poderia ficar cansativo e, acabei liberando. Daí agora ela corre pra TV e, se deixar, não sai mais. Percebi que não adianta ceder tanto. As vezes eu acho que a rotina tem que ser mantida de alguma maneira”, conta.

Segundo a psicóloga, é preciso preservar tanto a brincadeiras e jogos estruturados e direcionados, como momentos de livre brincar. Na casa da médica Roberta Catarfina, 37 anos, a brincadeira aumentou. “Tempo de tela aumentou e nós compramos um vídeo game, compramos uma segunda cachorra, começou aula de guitarra, anda de skate todos os dias, assiste aula apenas duas ou três vezes na semana e faz 50% das tarefas ou menos”, conta.

Na casa de Magali Dantas, 51, a servidora pública também investiu nas brincadeiras. “Além das sobremesas todos os dias e noites, teve chuteiras, patinete, bike. Já teve três natais aqui”, diz. 

 “As crianças precisam se movimentar e por conta da diminuição considerável das atividades físicas, não podemos negligenciar o corpo nesse momento tão atípico. Se possível, faça jogos e circuitos para que as crianças pulem, dancem, corram e etc. Investir em atividades artísticas como pintura, desenho, contação de histórias é fundamental para as crianças darem vazão ao que estão sentindo também”, destaca a psicopedagoga.
Confira dicas do Laboratório Inteligência de Vida para manter o equilíbrio das crianças no isolamento:

Descanso: Crie hiatos entre as atividades, para não fazer nada por um breve instante. Lidar com o tédio é um aprendizado importante no autoconhecimento, gestão das emoções e o desenvolvimento do potencial criativo.

Autonomia: estimule atividades e depois deixe a criança brincar sozinha. Identifique junto com ela quais são as ações que são possíveis serem realizadas sem a ajuda de um adulto (se vestir, escovar os dentes).

Tarefas domésticas: Inclua as crianças na realização das atividades. Além de ajudar a desenvolver a autonomia, isso aumentará o senso de responsabilidade e favorece a manutenção dos vínculos familiares.

Uso de telas:  Nesse momento flexibilizar o uso das telas é algo necessário, mas é preciso estar atento ao tempo adequado de acordo com a idade da criança e evitar uso sobretudo nas horas que antecedem o sono.

Sono: assegurando sonecas ao longo do dia (se forem bebês ou crianças pequenas), estabeleça rituais de sono pouca luminosidade, aparelhos eletrônicos fora do ambiente ou desligados.

Rede social: Estimule que a criança mantenha algum tipo de contato com as crianças e adultos que faziam parte da sua vida antes da pandemia.

Humanize-se: Mostrar que você também fica preocupado em alguns momentos, que sente saudade das pessoas que não pode ver e que experiência tristeza e alegria, assim como ela, fará com que ela não se sinta só e entenda que as oscilações são naturais nesse momento. (ABr)

Domingo, 21 de junho, 2020 ás 12:00


20 junho, 2020

AUMENTA PROCURA POR DIVÓRCIO DURANTE A PANDEMIA



A procura por divórcio tem aumentado durante o período de isolamento social provocado pela pandemia da covid-19. Segundo a advogada da área de Família e Sucessões, Débora Guelman, o convívio intenso em virtude da quarentena tem sobrecarregado física e emocionalmente as famílias brasileiras.

“Esse isolamento social forçado pela pandemia aumenta o convívio entre os casais e justamente esse aumento do convívio gera conflitos. Por conta disso, a probabilidade de haver mais divórcios é muito maior”, disse Débora Guelman, em entrevista à Rádio Nacional.

A advogada afirma que cerca de 70% dos pedidos de divórcio são iniciados pelas mulheres, e a reclamação mais frequente é a tripla jornada. “Essas mulheres trabalham, cuidam dos filhos e cuidam da casa. Então, elas não aguentam relacionamentos machistas”, afirmou.

No Brasil há dois tipos de divórcios. No mais simples, chamado de “extrajudicial”, casais podem se separar de forma mais rápida, pelo cartório, amigavelmente. Já o divórcio judicial ou litigioso é realizado diante de um juiz e envolve questões mais complexas como falta de consenso entre o casal, partilha de bens, pensão e guarda de filhos.

“Se divorciar não é um processo rápido, pelo contrário. É um processo demorado e muito doloroso. Principalmente no aspecto emocional e no aspecto financeiro. Então, essa decisão de se divorciar envolve diversos fatores, que são impedimentos até para pessoa efetivar esse divórcio. Normalmente, a pessoa pensa por um ano e meio, até dois anos, antes de se efetivar o pedido”, explicou Débora Guelman.

Em Brasília, um grupo terapêutico formado por duas psicólogas e uma advogada foi criado para auxiliar mulheres que estão passando por esse momento. O grupo se reune por meio de uma plataforma online, com participação de três a seis pessoas.

“O isolamento causado pela pandemia acirrou os conflitos nas relações, mas, por outro lado, dificultou o acesso aos advogados e ao Judiciário; e a recursos essenciais em uma separação, como mudar de casa, por exemplo”, explicou a psicóloga Lívia Magalhães, uma das responsáveis pela condução do grupo.

O grupo reúne mulheres que passam pelo momento pós-divórcio e aquelas que ainda estão se preparando para tomar essa decisão.

“Muitas vezes elas não têm com quem compartilhar suas angústias, suas dores, não tem o conhecimento de outras para aprenderem, não tem o acolhimento de quem passou pelo que elas estão vivendo”, disse a psicóloga.

“O isolamento causado pela pandemia acirrou os conflitos nas relações, mas, por outro lado, dificultou o acesso aos advogados e ao Judiciário, e a recursos essenciais em uma separação, como mudar de casa, por exemplo”, completou.

Segundo Lívia Magalhães, depois do atendimento em grupo, as mulheres passam por uma escuta individual para orientações específicas.

“A posteriori do grupo, ofereceremos um plantão de acolhimento individual para essas mulheres entrarem em contato e para que possamos escutá-las na sua singularidade. Não é um dispositivo terapêutico. Mas um espaço para acolher alguma demanda ou sofrimento que por ventura o grupo possa ter desencadeado”, acrescentou a psicóloga. (ABr)

Sábado, 20 de junho, 2020 ás 13:00


19 junho, 2020

MUNICÍPIOS E CGU DESTACAM A TRANSPARÊNCIA PARA A BOA GOVERNANÇA



A transparência sobre os atos de gestão é a premissa básica a boa atuação de um governo, uma vez que, por meio dela, o cidadão tem melhores condições de verificar a boa aplicação de recursos públicos. Tal necessidade fica ainda mais evidente em meio à flexibilização de regras adotada como forma de dar celeridade às medidas de combate à pandemia. A avaliação foi manifestada por autoridades e especialistas que participaram sexta-feira (19/6) de um seminário virtual organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

“Precisamos da formação de uma cultura de transparência, integridade e compliance, para que cheguemos à boa governança [administração dos recursos sociais e econômicos, visando o desenvolvimento, e a capacidade dos governos de planejar, formular e programar políticas e cumprir funções]”, disse, logo ao abrir sua fala, a consultora jurídica da CNM Elena Garrido.

De acordo com a especialista, com a chegada do novo coronavírus (covid-19) ao Brasil, uma série de regras acabaram sendo flexibilizadas, de forma a dar melhores condições para que o poder público se movimente, de forma rápida, para lidar com a situação.

“Algumas das regras foram flexibilizadas de forma mais arrochada, o que é até bem-vindo. Mas uma coisa é intocável na legislação: a obrigação em ser transparente. Não há uma situação sequer onde não haja a obrigatoriedade em ser transparente. Tudo tem de ficar claramente à disposição do público. Até porque foi graças à transparência é que conseguimos os avanços que tivemos no combate à corrupção”, argumentou.

Participação popular

Elena Garrido, no entanto, chama atenção para um fator de extrema importância, que é fazer com que a transparência seja eficiente no sentido de estimular a população a participar desse processo, de forma a usar seu tempo livre para verificar a correta aplicação de recursos públicos.

“A população em geral deixa de fazer esse trabalho de acompanhamento porque aquilo que foi disponibilizado a ela, o foi de forma incompreensível. O cidadão não consegue entender as informações que foram disponibilizadas. Por isso precisamos não só disponibilizar tudo, mas fazê-lo em uma linguagem que todos brasileiros sejam capazes de entender; de saber o que efetivamente foi feito [pelo gestor público]”, disse ao defender que essa transparência comece pelos próprios órgãos de controle, “pensando em formas como o povo pode ajudar nesse processo”.

Segundo ela, há muito o que avançar para que “cada gestor se dê conta que a transparência é algo inerente ao exercício do mandato, e que há obrigatoriedade, por parte dele, em detalhar os feitos e a forma como a coisa foi feita”.

De acordo com a secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção da CGU, Cláudia Taya, em meio às situações emergenciais e de calamidades públicas decorrentes da covid-19, “as decisões precisam ser rápidas e céleres, mas sem que sirva de espaço para práticas de corrupção”.

“Nesse sentido, a transparência e a integridade fazem parte dos princípios da governança. Temos de trazer o cidadão como aliado para essa construção, por meio de canais de denúncias e por onde for possível”, disse a secretária.

Na avaliação do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, a covid-19 fez com que os municípios entendessem de forma mais clara a importância dos planejamentos estratégicos para os gestores públicos. “A pandemia confirmou que estados mais preparados e organizados têm problemas, mas menores do que aqueles menos preparados e organizados”, disse.

Unificação das eleições

Augusto Nardes avaliou que a pandemia pode representar, inclusive, uma oportunidade de o país unificar as eleições municipais com as estaduais e a presidencial.

“Em termos de planejamento estratégico, isso facilitaria unificarmos as eleições, sincronizando estados, municípios e União em questões como as de saúde. Talvez seja o momento ideal para fazermos isso”, disse o ministro do TCU. “Mas essa é uma decisão a ser feita pelo Congresso Nacional”, ponderou.

Sexta-feira, 19 de junho, 2020 ás 13:00