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03 outubro, 2020

ESTADO DE SÃO PAULO ATINGE 1 MILHÃO DE CASOS ACUMULADOS DE COVID-19

 

O estado de São Paulo atingiu um milhão de infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, no sábado (3/10). Ao todo, o estado acumula 1.003.429 de casos confirmados de covid-19. Desses, 865.135 pessoas estão recuperadas, das quais 109.606 foram internadas e tiveram alta hospitalar. O total de mortes chegou a 36.136 pessoas. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 76,4% das mortes.

 

As taxas de ocupação dos leitos de unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são de 42,4% na Grande São Paulo e 43,7% no estado. O número de pacientes internados no momento é de 8.721, sendo 4.974 em enfermarias e 3.747 em unidades de terapia intensiva, conforme dados das 11h deste sábado.

 

Com uma taxa de ocupação de leitos de UTI voltados para o tratamento de casos do novo coronavírus abaixo de 50% em todo o estado, o governo decidiu redirecionar parte desses leitos para o tratamento de outras doenças graves ou para cirurgias eletivas. O anúncio foi feito na última quarta-feira (30) pelo governador de São Paulo, João Doria.

 

Hoje, os 645 municípios têm pelo menos uma pessoa infectada, sendo 575 com um ou mais mortes. A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada no site do governo estadual.

 

Há pouco mais de sete meses, em 26 de fevereiro, o estado de São Paulo registrava o primeiro caso confirmado de covid-19 no país, um brasileiro que havia chegado da Itália. Este foi também o primeiro caso confirmado no país. No mesmo dia, o governo do estado criava o Centro de Contingência do Coronavírus – que, desde então, é o órgão responsável pela divulgação de dados e políticas públicas relacionadas à doença.

 

Em 17 de março, o estado confirmou a primeira morte no país em decorrência do novo coronavírus, que também foi a primeira do país.

 

Poucos dias antes, em 13 de março, o governo paulista já havia decidido que as aulas da rede pública de ensino do estado e da prefeitura de São Paulo também fossem suspensas, gradativamente, a partir da segunda-feira seguinte, em 16 de março, fechando totalmente até o dia 23 de maço. A decisão foi tomada após a comprovação de que já havia em São Paulo a transmissão comunitária do novo coronavírus.

 

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, autorizou a retomada das aulas presenciais do ensino superior na cidade a partir do dia 7 de outubro. Na data também poderão ser retomadas as atividades extracurriculares das escolas públicas e particulares. Covas disse que a decisão foi tomada após avaliação da disseminação da doença na capital paulista, que está sendo acompanhado por pesquisas com testagem da população.

 

A volta às aulas nas faculdades e universidades deverá seguir as normas que foram estabelecidas no plano de flexibilização gradual da quarentena do governo estadual. A volta às aulas das escolas públicas e particulares ainda não tem data definida.

 

Os resultados do inquérito sorológico - que testou 6 mil alunos - mostraram que, na média, 16,5% dos 1,5 milhão de estudantes matriculados em escolas das redes pública e privada na cidade já tiveram covid-19, aproximadamente 244,2 mil jovens. O número de jovens que não tiveram sintomas da doença, apesar de terem desenvolvido anticorpos contra o vírus, ficou em 70,3% entre os estudantes da rede privada de ensino. Para os estudantes da rede estadual, o percentual cai para 64,1%, e 66,4% na rede municipal.

  

Uma das vacinas com testes em andamento no Brasil atualmente, é fruto de parceria firmada entre o Instituto Butantã – do governo estadual – e o laboratório chinês Sinovac Biotech. A vacina, chamada de CoronaVac, está em fase adiantada de testes. O anúncio da potencial produção da vacina pelo governo de São Paulo ocorreu em 11 de junho.

 

A vacina já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos e está ocorrendo no Brasil desde julho, com 13 mil voluntários da área da saúde. Caso os testes comprovem a eficácia da vacina, ela precisará de uma aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser disponibilizada para vacinação no Brasil.

 

A expectativa do governo paulista é de que a vacinação seja iniciada no dia 15 de dezembro deste ano. Os primeiros a serem vacinados serão os profissionais da área de saúde. Na última quarta-feira (30), Doria e o vice-presidente do laboratório chinês Sinovac, Weining Meng, assinaram um contrato que prevê o fornecimento de 46 milhões de doses da CoronaVac para o governo paulista até dezembro deste ano.

 

O contrato também prevê a transferência tecnológica da vacina da Sinovac para o Instituto Butantã, o que significa que, o instituto brasileiro poderá começar a fabricar doses dessa vacina contra o novo coronavírus. (ABr)

Sábado, 3 de outubro, 2020 ás 19:00   


 

01 julho, 2020

GOIÁS COMEÇA QUARTA-FEIRA UMA SÉRIE DE MEDIDAS RADICAIS DE ISOLAMENTO


Na tentativa de impedir o colapso do sistema de saúde estadual e a morte de 18 mil pessoas, Goiás adota, a partir de hoje (1º/7), uma série de medidas de isolamento radicais.

Está nas mãos dos prefeitos decretar ou não o chamado “lockdown intermitente”, com previsão de fechamento total por 14 dias, seguido de aberturas, por outros 14, de forma intercalada até o fim de setembro. Enquanto a Prefeitura de Goiânia se antecipou ao defender a implementação imediata do sistema, municípios goianos do Entorno do DF devem decidir se aderem ou não à sugestão durante a semana. No último levantamento, Goiás acumulava pouco mais de 23 mil casos e 437 óbitos confirmados pelo novo coronavírus.

A medida foi apresentada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e apoiada pelo governador Ronaldo Caiado, que solicitou aos prefeitos uma postura “responsável” à vida da população. A pandemia do novo coronavírus “é momento que exige responsabilidade. Se tivesse sobre mim a prerrogativa, eu decretava (o lockdown), criando, também, o rastreamento dos portadores. A análise é compatível à realidade dos fatos e do crescimento de casos e óbitos, assim como de pessoas que recorrem aos leitos de UTI”, defendeu Caiado, ontem.

A sugestão defendida pelos pesquisadores é de um lockdown intermitente até setembro. Para chegarem a uma proposta específica, o estudo estimou três cenários: o primeiro, caso sejam mantidas as atividades como estão, com taxa de isolamento em 36%; o segundo, com lockdown absoluto por três meses, prevendo taxa de isolamento em 55%; e, por último, um terceiro, em um cenário intermediário, intercalando a maior e a menor taxa semanal.

No primeiro cenário, chamado de Vermelho pelos pesquisadores, a estimativa é que Goiás precisaria de 2 mil leitos de UTI funcionando até o início de julho apenas para atender casos de covid. No entanto, o governo destacou que, com todos os esforços, esse número seria impossível, já que a capacidade máxima giraria em torno de 600 leitos.

“Essa demanda deve, praticamente, duplicar nos próximos 15 dias. Assumindo que não conseguiria hospitalizar o dobro de pessoas, podemos ter um colapso hospitalar entre 8 e 15 de julho. Se isso de fato se concretizar, esse número de 18 mil mortes pode ser pequeno. Porque, a partir de um colapso, pessoas que necessitam de um tratamento e poderiam ser salvas não vão ter oportunidade”, advertiu o professor do Departamento de Ecologia da UFG Thiago Rangel, um dos responsáveis pelas análises.

Se houvesse um lockdown total, tal como estimado no cenário Azul, 13 mil pessoas seriam poupadas, o que representa salvar toda a população do município goiano de São João da Aliança, por exemplo. No entanto, os pesquisadores ponderam que, nas condições do estado e até mesmo nacionalmente, a rigidez tenderia a falhar.

Para Rangel, o cenário Verde é exemplo de uma estratégia coordenada e inteligente de longo prazo para garantir que os hospitais não entrem em colapso, que pode e deve ser ponderada de acordo com a situação de cada cidade. “Haverá municípios que não precisarão passar por essa medida e outras que vão necessitar de um fechamento superior a 14 dias. Então, isso precisa ser estudado caso a caso e coordenado de ponto de vista central, por parte do estado de Goiás, passando pelas secretarias municipais, para uma decisão planejada”, destacou.

Nessa metodologia intermediária, um fechamento de 50% do tempo seria suficiente para salvar 61,5% das pessoas, ou seja, 8.360 vidas poupadas. Implementar esse fechamento coordenado é o mesmo que salvar toda a população do município de Cachoeira Dourada, por exemplo.

Além do lockdown intermitente, o grupo propôs fazer um rastreamento de contato mais efetivo, observando e isolando não só o infectado, mas toda a rede de contactantes. Dessa forma, a expectativa é quebrar a rede de contato que o vírus usa para se espalhar.

Com 50% de efetividade desse monitoramento, a estimativa é de que um grupo de 10 pessoas infectadas que tem potencial de transmitir a doença para outras 16 só infecte outras sete ou oito. Ao combinar essa ferramenta com a testagem e a tecnologia, como aplicativos de rastreamento e telefonias mais constantes, a efetividade aumenta, podendo chegar à redução de 76,5% dos óbitos, ou seja, 10.280 vidas salvas, o que equivale a toda a população de Petrolina.

As sugestões foram apresentadas durante uma videoconferência, ontem, que reuniu pesquisadores, frentes empresariais, prefeitos, parlamentares, secretários e o governador de Goiás. Para se fazer cumprir as determinações, Caiado chegou a propor o uso de forças policiais e disse que o estado iria, de acordo com a capacidade, auxiliar no envio de reforço aos municípios.

Ele pediu, ainda, que os prefeitos informem possíveis estoques de medicamentos, respiradores e monitores não demandados para serem utilizados no enfrentamento à covid. “Temos feito a tarefa de casa nesse período todo, tentando aumentar a capacidade hospitalar. Se concentrarmos tudo em Goiânia, pacientes de municípios mais distantes não teriam acesso. Por isso, a priorização foi de equipar municípios mais distantes”, informou Caiado. O prefeito de Goiânia, Íris Rezende, indicou que irá aderir ao fechamento intermitente o mais rápido possível.

Hoje, os prefeitos se reúnem para discutir a melhor forma de conduzir a crise.

Secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino Júnior alertou para a necessidade dos outros municípios impactados aderirem ao pedido. “Das conclusões atuais estão a alta taxa de ocupação dos leitos públicos e privados, dificuldade nacional de aquisição de equipamentos, medicamentos e mão de obra. Isso posto, sei que alguns aspectos fora da saúde são fundamentais, como social e econômico, mas precisamos achar um equilíbrio”, defendeu.

Alexandrino, destacou, ainda, que medidas como o uso de máscaras e distanciamento de um metro entre pessoas auxilia na contenção da disseminação do vírus e que, por mais que existam outros formatos de enfrentamento, o lockdown intermitente é o mais viável para implementação coordenada. “Estudo de bandeiras (de distanciamento) até contemplaria mais a equidade dada a especificidade de cada município, mas é difícil de ser assimilado. Dada a diversidade, até ser implantado, estaria no final de julho”, justificou o secretário de Saúde. 

*Correio Brasiliense

Quarta-feira, 1º de julho, 2020 ás 11:00