Ministros
do STF que formaram na Corte a maioria para a revisão da prisão após condenação
em segunda instância estão insatisfeitos com o encaminhamento da questão para o
Congresso, após sugestão de Dias Toffoli. Para eles, como nem Rodrigo Maia nem
Davi Alcolumbre têm condições de segurar a pressão sobre os parlamentares,
ficará na conta do Supremo o desgaste da decisão que beneficiou o ex-presidente
Se
a PEC da segunda instância for aprovada, o veredicto do Supremo que permitiu a
libertação de Lula terá sido inócuo. Os vencedores se transformarão nos
vencidos.
Quem
conhece bem o Congresso avalia que manobras podem até retardar o avanço da PEC,
mas dificilmente conseguirão desmobilizar a sociedade. Deputados e senadores
têm sido bombardeados por grupos favoráveis à prisão após a condenação em
segunda instância.
A
cientista política Karim Miskulin, do Grupo Voto, saiu de encontros com
lideranças políticas em Brasília otimista com o avanço da PEC da prisão após
condenação em segunda instância: “O Congresso está sintonizado com os anseios
da sociedade”.
Karim
Miskulin e Sandra Comodaro, que também é do Grupo Voto entregaram a líderes
políticos um manifesto pela PEC da segunda instância e depois foram recebidas
pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro.
E
mais. A plenária da organização Enccla (Estratégia Nacional de Combate à
Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) fez moção de apoio à prisão em segunda
instância. Sérgio Moro sentou-se ao lado do senador Rodrigo Pacheco, incumbido
de costurar as propostas nas Casas.
No
meio jurídico, cresce a apreensão sobre a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal, com o
Congresso agindo, ficar à mercê da opinião pública e desperdiçar a chance
histórica de definir o papel dos órgãos de investigação e controle e limites de
atuação deles sem autorização judicial, no caso do julgamento da Receita.
Ao
que parece, é isso que irá acontecer, devido às trapalhadas e aos erros
primários do ministro Dias Tofolli ao conceder a liminar que blindou Flávio
Bolsonaro e tutti quanti. (Estadão)
Sábado,
23 de Novembro, 2019 ás 00:05
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