A
carga tributária é o principal entrave para a evolução de pequenos e médios
negócios no Brasil. A avaliação de empreendedores dos setores de comércio,
indústria e serviços consta de levantamento realizado pelo Centro de Estudos em
Negócios do Insper, com apoio do Santander.
Os
impostos foram citados como o maior empecilho para o avanço de negócios na
opinião de 47,7% dos empresários. Taxa de juros apareceu em segundo lugar, com
20,6%. Em seguida, ficaram inadimplência (14,9%), encargos trabalhistas (14,2%)
e taxa de câmbio (2,6%).
“O
problema fiscal se apresenta nas suas duas dimensões para os empresários de
pequenas e médias empresas. Por um lado, acreditam que a aprovação da
Previdência terá impacto positivo no seu negócio. E, por outro lado, apontam a carga
tributária como o maior empecilho de natureza macroeconômica para a evolução do
seu negócio”, afirma Gino Olivares, professor do Insper e pesquisador
responsável pelo Índice de Confiança dos Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN).
Para ele, “ambas dimensões apontam para a conveniência de resolver os problemas
estruturais das finanças públicas brasileiras.”
“Adicionalmente,
os entrevistados se mostram ainda muito reticentes a considerar oportunidades
de negócio no exterior. As respostas apontam a conveniência de oferecer mais
informação e suporte às empresas sobre a alternativa de encarar o mercado
internacional”, acrescenta Olivares. “Por último, mas não menos importante, os
empresários entrevistados mostraram expectativa de um faturamento no quarto trimestre
superior ao do ano passado.”
Reforma da Previdência
Para
26,6% dos empreendedores entrevistados semanas antes da aprovação do texto no
Congresso, o projeto terá pouco impacto nos negócios. Outros 17,6% consideraram
que resultará em muito impacto e, na opinião de 19,9%, não haverá nenhum. A
reforma foi vista como irrelevante por 13,9% deles. Não souberam responder ou
não opinaram 22% deles.
Faturamento
Em
relação ao faturamento, mais da metade mostrou esperar crescimento neste último
trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Uma fatia de 41,2% tem
a expectativa de ligeiro aumento e outra, de 16%, de forte aumento. Para 22%, o
resultado será igual. Já 15,3% trabalham com a possibilidade de uma ligeira
queda e outros 5,5%, de uma forte queda.
Investimentos no exterior
Em
relação ao cenário externo, apesar de conflitos comerciais entre países, 25,4%
avaliaram como viável investir em oportunidades fora do Brasil. Em outra
direção, 19,7% trataram o movimento como inviável, por ser muito arriscado. A
maioria, no entanto, nunca parou para analisar o tema (55%).
Os
dados foram obtidos por meio de entrevistas telefônicas com 1.287 pequenos e
médios empresários, de 16 a 20 de setembro deste ano. A margem de erro é de 3%
para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. (ABr)
Domingo,
10 de novembro ás 18:00
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