Seis
governadores dos estados do Sul e do Sudeste do país anunciaram sábado (16/03)
que irão trabalhar junto às bancadas no Congresso Nacional para congregar apoio
incondicional à aprovação da reforma da previdência social de Jair Bolsonaro
(PSL).
“Nós
apoiamos incondicionalmente o presidente Bolsonaro nessa missão de reformar a
previdência. Somos da opinião de que, se não fizermos um esforço, se não
tivermos essa posição de um certo sacrifício, nós estaremos condenando o Brasil
a um crescimento medíocre da economia nos próximos anos”, disse o governador de
Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
O
encontro aconteceu na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, e reuniu os governadores
de São Paulo, João Doria (PSDB), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do
Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), e
do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). O governador do Paraná, Ratinho
Júnior (PSD), não esteve presente por questões de agenda.
“Isso
tem que ser traduzido no Congresso Nacional, junto as bancadas na Câmara e no
Senado, para que parlamentares possam debater, mas ter uma visão e uma posição
favorável à reforma”, afirmou Doria.
A
única ressalva do grupo foi feita pelo governador do Espírito Santo. Para ele,
“boa parte do que foi proposto” estaria dentro do que acredita que é preciso
ser feito com o sistema, porém, alguns pontos necessitam ser aprofundados.
“Eu
sou favorável a uma reforma, tenho alguns pontos que destaco como necessidade
de debate mais profundo, como a questão da capitalização, do benefício da
prestação continuada, da aposentadoria rural. Estou debatendo com pessoas do
meu governo e com pessoas do meu partido”, explicou Casagrande.
Na
quinta-feira (13) governadores do Nordeste se encontraram e criticaram a
principal bandeira até o momento do governo Bolsonaro.
Em
bloco, os mandatários também se posicionaram contra a possibilidade de votação
da PEC que prevê a desvinculação do Orçamento.
Dos
nove governadores nordestinos, apenas o de Alagoas, Renan Filho (MDB), que
apresenta uma posição dúbia em relação ao governo Bolsonaro, faltou ao
encontro. No seu lugar, participou o vice-governador alagoano, José Luciano
Barbosa.
CONSÓRCIO DO SUL E SUDESTE
Depois
da reunião, os governadores anunciaram ainda a criação de um consórcio entre os
sete estados das duas regiões: o Cosud (Consórcio de Integração Sul Sudeste). O
consórcio funcionará para compartilharem práticas e fazerem aquisições em
conjunto, com dez áreas temáticas que vão de saúde e educação, a logística e
desburocratização.
Witzel
avaliou o momento como “histórico” e disse que o bloco poderá viabilizar
investimentos de infraestrutura e descentralizar o poder de concessão de cada
estado.
“O
que estamos fazendo aqui é integrando estados que tem identidade do ponto de
vista socioeconômico, matrizes econômicas que se integram e que,
consequentemente, geram necessidade de pensarmos logística de forma integrada,
segurança, para que possamos articular melhor esses esforços”, avaliou Eduardo
Leite.
O
governador de Santa Catarina, um dos três governos do país comandados pelo PSL
de Bolsonaro, disse esperar que o consórcio também ajude com a questão das
disputas de incentivo fiscal.
“Hoje,
eles acabam promovendo uma guerra entre os estados. Entendo que as regiões
juntas, falando a mesma linguagem, podem minimizar os impactos do déficit público
que os estados têm em razão da disputa fiscal entre si”, afirmou Moisés.
A
próxima reunião do grupo está agendada para o fim do abril em São Paulo, e
deverá ter um tema específico, com a presença de secretários. O tema, porém,
ainda não foi anunciado. (FolhaPress)
Sábado,
16 de março, 2019 ás 17:29
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