“Às
vezes temos a impressão de que Neymar é um extraterrestre, mas não, é um ser
humano”, afirmou à AFP Raí, campeão mundial com o Brasil em 1994 e para quem a
pressão sobre o camisa 10 da Seleção beira o “limite do desumano”.
Ex-jogador
do Paris Saint-Germain e do São Paulo, clube no qual atualmente é diretor
esportivo, fundador da organização Gol de Letra, Raí acredita que se o Brasil
jogar melhor contra Sérvia na quarta-feira “pode confirmar que é um dos
favoritos ao título”.
P:
O que você pensa do início do Brasil na Copa do Mundo?
R:
O Brasil tem uma grande equipe, sobre isto não há dúvida. Estava um pouco tenso
na primeira partida (1-1 com a Suíça). Foi melhor na segunda partida (2-0 sobre
a Costa Rica). Mas acredito que a equipe começa a relaxar e está mais livre
para mostrar todo seu talento e suas capacidades. Se continuarmos assim (contra
a Sérvia na quarta-feira), isto pode confirmar que o Brasil é um dos favoritos
ao título.
P:
Você foi campeão do mundo em 1994 depois de chegar ao Paris Saint-Germain.
Neymar vai viver algo parecido em 2018?
R:
(Risos) Era outra época! Acredito que ele está construindo sua próprias
história no PSG e espero que chegue ainda mais longe com o clube. Tem um
autêntico potencial, em Paris sempre é importante ter um campeão do mundo.
Espero que Neymar consiga, assim como outros jogadores do clube (Thiago Silva e
Marquinhos), que também podem ser campeões.
P:
Tite dá a impressão de armar uma equipe que não depende de Neymar, justamente
para liberá-lo um pouco da pressão. O que pensa sobre isto?
R:
Sim, efetivamente. Acredito que você tem razão. Para ser campeão do mundo, a
equipe não deve depender apenas de Neymar. O time tem Coutinho, Willian,
Firmino, para não falar de Marcelo, que são jogadores de nível muito alto. Se
queremos ser campeões do mundo precisamos que estes jogadores também sejam
importantes.
P:
As expectativas e a pressão sobre Neymar são enormes no Brasil?
R:
Sim. No limite do desumano. É uma pressão incrível. Mas o que vai fazer com que
supere esta pressão é o elemento colectivo. Se o Brasil jogar bem, será muito
mais fácil para ele suportar a pressão e mostrar seu talento.
P:
As imagens de Neymar chorando ao final da partida contra a Costa Rica
provocaram reações. Considera que é um bom sinal mostrar suas emoções ou
demonstra uma certa fragilidade?
R:
Se é bom ou ruim, depende da maneira de ver as coisas. Às vezes temos a
impressão de que Neymar é um extraterrestre, mas não, é um ser humano.
P:
Quem o impressionou mais até o momento no Mundial?
R:
(Pausa) A equipe que até agora demonstrou mais confiança é a Bélgica. Mas
acredito que no momento das quartas de final, das semifinais, a experiência também
conta. A experiência de chegar ao momento de vencer o Mundial. Os brasileiros,
por exemplo, estão acostumados a isto. A Bélgica é no momento uma grande
equipe, mas não sei se vão chegar à final ou não. (AFP)
Terça-feira,
26 de junho, 2018 ás 11:00
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