Ex-ministro
de governos militares, o economista Delfim Netto é um crítico do ex-presidente
Ernesto Geisel, mas duvida que tenha havido a reunião, relatada por documento
da CIA recentemente revelado, em que o ditador teria ordenado a execução de
opositores. “A CIA inventou o fake news”, ironizou Delfim em entrevista ao
programa “Poder em Foco”, apresentado pela jornalista Débora Bergamasco, no
SBT.
Ele
também criticou os movimentos que pedem intervenção militar. “Essas pessoas que
estão pedindo a volta do regime militar não tem a experiência e não aprenderam
que isso é uma coisa do passado”, disse ele. “O Brasil superou isso com a
Constituição de 1988. Nós temos que daqui para frente insistir em respeitar a
Constituição. É ela que tem sido desrespeitada pelos três poderes”.
Delfim
Netto evitou comentar a condenação e a prisão do ex-presidente Lula, que cumpre
pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Quem faz Justiça é juiz e
não eu”, disse, “mas acho que Lula é melhor solto que preso”.
Ele
elogiou o ex-presidente, afirmando que ele é mais democrata que muitos
intelectuais que existem por aí, e lembrando que Lula poderia ter conquistado
seu terceiro mandato, que quisesse, mas se recusou, apesar dos 82% nas
pesquisas. “Duvido que um intelectual recusasse isso”, disse, irônico. Definiu
o ex-presidente como “um diamante bruto”. Mas contou que defendia a candidatura
do ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa a presidente, lamentando que tenha
desistido. (ABr)
Segunda-feira,
04 de junho, 2018 ás 07:00
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