A
Justiça trabalhista determinou que ao menos 75% dos trabalhadores de cada uma
das empresas do grupo Eletrobrás deverão trabalhar normalmente caso a
paralisação de 72 horas anunciada para começar à zero hora desta segunda (11/6)
se concretize
A
determinação é do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Mauricio
Godinho Delgado. Embora considere legítimo o direito da categoria à greve, o
ministro considerou que, dada a essencialidade do serviço, o percentual mínimo
proporcional às funções dos empregados deve ser respeitado. Se a decisão for
descumprida, as entidades sindicais que representam a categoria poderão ser
multadas em até R$ 100 mil diários.
Relator
do dissídio coletivo de greve, instaurado na última sexta (8), o ministro
Godinho admitiu que o pedido da Eletrobras para que a greve seja considerada abusiva
ainda voltará a ser discutido no curso do processo.
“Viés político”
Ao
analisar a alegação de que o movimento tem “viés político”, o ministro apontou
que, além de observar as diretrizes da Lei de Greve, os profissionais têm
interesse legítimo na preservação da empresa, dos postos de trabalho e das
condições profissionais e contratuais.
Uma
das motivações dos eletricitários ao paralisar as atividades por 72 horas é
protestar contra os planos do governo federal de privatizar a estatal.
A
Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) alega que a transferência das
distribuidoras de energia do grupo para a iniciativa privada vai resultar no
aumento das tarifas de energia elétrica, ameaçando a soberania nacional no
planejamento e na operação da matriz energética.
Segundo
a FNU, o movimento deve parar, até a 0h desta quarta (13), as áreas
administrativas e atividades fins, como operação e manutenção de todas as
empresas de geração, transmissão e distribuição de energia: Furnas, Chesf,
Eletrosul, Eletronorte, Eletrobras e o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
(Cepel), além das distribuidoras do Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amazonas.
De acordo com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), os serviços
essenciais não serão afetados.
A
Eletrobras garantiu que está providenciando as medidas necessárias para
assegurar aos empregados que não aderirem à paralisação o livre acesso a seus
postos de trabalho.
Privatização
Na
semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) a publicação do edital de
privatização de seis distribuidoras de energia elétrica da Eletrobras.
A
intenção do governo é finalizar o processo até 31 de julho, mas uma decisão da
49ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro determinou a suspensão do processo.
Segundo o governo, a privatização da Eletrobras vai elevar o nível de
eficiência e levar dinamismo à empresa.
Atualmente,
o governo federal detém 63% do capital total da Eletrobras, sendo 51% da União
e outros 12% do BNDESPar. A empresa responde pela gestão de 32% da capacidade
de geração de energia instalada no país, atuando na distribuição em seis estados
das regiões Norte e Nordeste.
Além
disso, o grupo é responsável por 47% das linhas de transmissão de energia do
país e possui usinas de vários tipos, como hidrelétricas, eólica, nuclear,
solar e termonuclear. (ABr)
Segunda-feira,
11 de junho, 2018 ás 10:00
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