Deputados
vão pressionar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara, Osmar Serraglio (PMDB-PR), para incluir na pauta da próxima semana um
projeto de lei que prevê o crime de responsabilidade para ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) por usurpação de competência do Poder Legislativo ou do
Executivo.
O
projeto apresentado em março deste ano já tem parecer pronto do relator Marcos
Rogério (DEM-RO) pela admissibilidade da proposta. Falta apenas pautar para
votação na CCJ. Um dos autores do projeto é o deputado Sóstenes Cavalcante
(DEM-RJ), que considera oportuna a apreciação da admissibilidade do projeto
antes do recesso. "Vai depender do que acontecer hoje (ontem)", disse
Sóstenes, ao se referir ao julgamento do afastamento do senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) do comando do Senado.
No
início da noite desta quarta-feira, 7, por 6 votos a 3, os ministros decidiram
manter Renan na presidência da Casa. Na segunda-feira, o ministros Marco
Aurélio Mello havia decidido pelo afastamento do senador do cargo.
Sóstenes
citou como exemplos de "ativismo" exacerbado algumas decisões da
Corte, como a que proibiu a vaquejada por entender que a prática causa
sofrimento ao animal, o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo
sexo e a decisão da Primeira Turma do STF de que não é crime o aborto realizado
durante o primeiro trimestre de gestação.
"Em
vários momentos estão usurpando as prerrogativas", afirmou o deputado,
integrante da bancada evangélica.
Apoio
Sóstenes
calcula que já tem apoio suficiente para incluir o tema na pauta. Além disso,
ele disse que alcançou os votos necessários para aprovar a proposta na CCJ.
Para levar à votação, ele terá de vencer a resistência de Serraglio.
Ativistas
de grupos que se intitulam "pró-vida" fizeram pressão na sessão de
ontem para incluir o tema na pauta de discussões da comissão.
À
reportagem, Serraglio disse que tem outras prioridades para votar na comissão,
entre elas a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência.
O presidente da CCJ afirmou também que não quer dispor de tempo com outras
matérias que causam "celeuma" e anunciou que não pretende pautar o
projeto de Sóstenes. "Não é a hora de pautar. Dá a impressão que é coisa
despropositada. Tem de ser votado na hora em que as coisas estiverem
serenadas", disse Serraglio. (AE)
Quinta-feira,
08 de dezembro de 2016
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